sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Ribeirão Preto (SP) confirma a 1ª morte por dengue em 2011-Mosquito da dengue é resistente a muitos inseticidas

Exame do Instituto Adolfo Lutz confirmou que a auxiliar de enfermagem Flávia Patrícia Quirino, 36, foi a primeira a morrer por causa da dengue em 2011 em Ribeirão Preto (a 313 km de SP).
O caso de Flávia pode configurar, ainda, a primeira morte registrada no Estado neste ano pela doença. Procurada ontem (10), a Secretaria de Estado da Saúde afirmou que só hoje poderia confirmar a informação. De acordo com o secretário da Saúde de Ribeirão Preto, Stênio Miranda, ainda falta o Adolfo Lutz classificar se a morte foi provocada pela dengue hemorrágica ou a forma clássica da doença.
"O que se pode dizer até agora é que o exame confirmatório deu positivo. Mas há ainda toda a análise da evolução clínica, dos exames laboratoriais, que isso é que configura [se foi dengue hemorrágica]", afirmou.
Miranda disse que a secretaria já trabalhava com "90% de chance de que seria dengue", porque um exame em laboratório não-credenciado pelo SUS (Sistema Único de Saúde) deu positivo.
Flávia morreu no último dia 27, depois de passar por atendimento na emergência da Unimed 24h, no Hospital São Paulo. A mãe de Flávia, a também auxiliar de enfermagem Neusa Quirino, 53, disse que pretende processar a unidade por negligência. Segundo ela, se o diagnóstico para dengue tivesse sido correto logo no início, a filha não teria recebido tantos remédios que podem ter agravado a doença.
"Eu preferia que fosse uma doença comum, não dengue. Isso significa que eu mesma dei os remédios para ela, que posso ter matado a minha filha". Flávia era casada e tinha filhos de 17, 9 e 2 anos.
Flávia, segundo a mãe, passou por três atendimentos desde 23 de janeiro e em nenhum momento o diagnóstico foi correto. O diretor-clínico da Unimed 24h, Roberto Nakao, rebateu as acusações. Disse que desde o primeiro atendimento foi levantada a hipótese de que poderia se tratar de dengue.
O protocolo de atendimento para dengue da Vigilância Epidemiológica foi seguido, segundo Nakao, com coleta de sangue, exame clínico e outros específicos. Na avaliação de Nakao, uma das explicações é que o caso de Flávia foi atípico, tanto na evolução quanto nos tipos de sintomas.
"Ela só falava de dor de cabeça e que já durava uma semana. Ela passou por três neurologistas", disse. Ainda segundo o médico, os remédios ministrados não poderiam ter agravado um caso de dengue.
Márcia Ribeiro-/Folhapress
Pacientes na sala da UBDS (Unidade Básica Distrital de Saúde) Central para dengue recebem medicação
Pacientes na sala da UBDS (Unidade Básica Distrital de Saúde) Central para dengue recebem medicação

A dengue é uma doença tratável, mas ainda não tem vacina. Por isso, eliminar o transmissor é o único meio de erradicá-la. O Brasil já conseguiu isso, 50 anos atrás. Mas o Aedes Aegypti voltou mais resistente. As novas gerações do mosquito são imunes a muitos inseticidas, e não precisam mais de água limpa para se reproduzir.

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