quarta-feira, 26 de junho de 2013

‘O homem de aço’ exagera em detalhes sobre novo Superman

No primeiro capítulo da nova franquia de um dos mais tradicionais super-heróis dos quadrinhos, o diretor Zack Snyder parece bastante preocupado em se afastar das representações anteriores e deixar claro quem é o “seu” Superman. Por isso, dedica mais de uma hora de “O homem de aço” - com estreia no próximo dia 12 - a explicar a origem de Kal-El/Clark Kent (Henry Cavill), deixando a tarefa principalmente a cargo dos dois pais do personagem.

Já adulto, o herói aparece em busca de suas origens. Sequências de sua infância e adolescência são intercaladas para mostrar como ele chegou até ali. Jor-El (Russell Crowe) e Jonathan Kent (Kevin Costner) são fundamentais para apresentar a história do garoto que finalmente descobre por que é tão diferente das outras pessoas. No entanto, o filme se esforça mais do que o necessário para ressaltar a importância de Jonathan e Martha Kent (Diane Lane) na formação do caráter “humano” do protagonista. Busca também deixar que Jor-El explique detalhes que vão desde a história de Krypton à (nova) origem do S na roupa do Superman. Tudo isso chega a se tornar um pouco cansativo. Mais de uma hora após seu início, “O homem de aço” parece ainda não ter saído de uma longa e excessivamente didática introdução (veja ao lado o trailer do filme). Após sua revelação, porém, Clark parece aceitar sem objeções seu papel de protetor da humanidade e não demora muito para ser colocado à prova. É quando entram em cena o general kriptoniano Zod (Michael Shannon) e sua subcomandante, Faora (Antje Traue).

Russell Crowe é Jor-El (Foto: Divulgação)
E se as cenas de ação demoram tanto a começar, a impressão é que há uma vontade de compensar todo o tempo supostamente perdido. Lutas longas, quase intermináveis, entre Superman, Faora e uns poucos soldados de Zod já são suficientes para causar uma destruição muito maior do que qualquer exército comandado por Loki enfrentando todos “Os vingadores” ao mesmo tempo. A grandiosidade das sequências – seja no visual ou em sua duração – acaba sendo um lembrete do apreço de Snyder pelo exagero, já visto em "300". Ainda no mesmo espírito compensador, Zod parece despertar no final da história, deixando de ser um coadjuvante de luxo (a ótima Faora, muitas vezes, parecia mais forte e determinada do que ele), mostrando sua real força e assumindo de vez o papel de líder dos vilões.

Michael Shannon como Zod (Foto: Divulgação)
Mas, mais uma vez, surge o didatismo: o general age da forma como age porque nasceu unicamente com esse propósito e faz questão de explicar isso ao super-herói com todas as letras. De certa forma, Zod é leal e até nobre. E Superman (e o público) não pode ter dúvida sobre isso. No final das contas, “O homem de aço” parte de uma premissa interessante, mas leva tempo demais para contar sua história. Caso Snyder e o roteirista David S. Goyer (da trilogia "Batman") se preocupassem menos em fixar a marca de seu próprio Superman e se concentrassem em um roteiro mais enxuto, o resultado poderia ser ainda melhor. Quanto ao protagonista, Henry Cavill não parece temer a responsabilidade do papel em nenhum momento. Convincente e à vontade tanto como Clark Kent quanto sob o peso da icônica capa vermelha, demonstra ser uma escolha mais do que acertada.

Lois Lane (Amy Adams) e Superman (Henry Cavill) em cena de 'O homem de aço' (Foto: Divulgação) 

Faora (Antje Traue) em cena de 'O homem de aço' (Foto: Divulgação)

Jonathan Kent (Kevin Costner) e Clark Kent (Dylan Sprayberry) em cena de 'O homem de aço' (Foto: Divulgação)

Superman (Henry Cavill) em cena de 'O homem de aço' (Foto: Divulgação)

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