A evidência do interesse que Elis continua a despertar está no sucesso de crítica e público do DVD Ensaio, o primeiro da cantora. Lançado pela Trama, já chegou à marca de 62 mil cópias vendidas. Levando em consideração que Elis não está mais aí para se esgoelar nos gugus e faustões, a marca é mais do que respeitável.
A versão remixada do clássico Elis & Tom (1974), em CD e DVD-áudio, ter fisgado 46 mil compradores é outra façanha. Não há como negar que a ascensão meteórica de sua filha Maria Rita deve-se em parte ao saudosismo dos fãs da mãe. As semelhanças na voz e na postura são testemunhos de sua influência. "Elis chegou numa forma de canto que permanece contemporâneo. Tinha cadência, suingue e afinação fora do comum, além do timbre que era só dela", avalia João Marcello Bôscoli. "Não é saudável para nenhuma cantora se comparar a ela, mas observar e tirar lições." Bôscoli diz que sua missão é fazer qualquer coisa por Elis.
O próximo passo é a remixagem do álbum Essa Mulher, de 1979, nos moldes de Elis & Tom, de impecável resultado. Essa Mulher, em fase final de negociação da Trama com a Warner. Elis teria muito de datas redondas a comemorar, além dos 61 anos dela e os 31 do segundo filho, Pedro.
Há 41 anos, no dia 6 de abril, ela vencia o I Festival de Música Popular Brasileira, realizado pela TV Excelsior, cantando Arrastão, de Edu Lobo e Vinicius de Moraes.
No dia 19 de maio estreou na TV Record, ao lado de Jair Rodrigues, o programa semanal O Fino da Bossa, uma referência da melhor música brasileira da época. Em 1965, Elis também lançou seus primeiros discos pela Philips - um solo, um com Jair e outro com o Zimbo Trio -, deixando definitivamente para trás a imagem de adolescente.
Dez anos depois provocaria rebuliço no conceito de produção de show musical com o histórico Falso Brilhante, dirigido por Miriam Muniz e com cenários e figurinos de Naum Alves de Souza. O show estreou no dia 17 de dezembro de 1975 no Teatro Bandeirantes e ali permaneceu durante 14 meses, com uma média de 1.500 pessoas por dia. Inesquecível.
Os homens também devem muito a Elis Regina
No ano em que Maria Rita desbravou o País exorcizando demônios ao cantar o repertório de Elis Regina, Pedro Mariano (foto) pegou o caminho contrário. Irmão de Maria Rita, filhos de Elis e Cesar Mariano, Pedro arregimentou um time de homens e conseguiu um efeito ao mesmo tempo paradoxal e complementar ao feito de Maria Rita. Em vez de mostrar as canções tais e quais foram gravadas por Elis, Pedro e amigos fizeram arranjos distintos dos originais sem pretensões em ser melhor. Veio logo um exército com soldados de todas as frentes, provando um impensável alcance da obra e da voz de Elis.
A grande emoção está com Cauby, o único a não comparecer no show realizado em Curitiba para a gravação deste DVD Elis por Eles. Cauby mandou seu registro gravado, cantando belamente Dois Pra Lá, Dois Pra Cá. A noite segue com Jair Rodrigues (Upa Neguinho/Arrastão); Jorge Vercillo (Mestre Sala dos Mares); Filipe Catto (Tatuagem); Emílio Santiago (Só Tinha de Ser Com Você); Jair Oliveira (Como Nossos Pais); Chitãozinho e Xororó (Como Nossos Pais) e o próprio Pedro (O Bêbado e a Equilibrista). Só Seu Jorge sofreu ao querer encarar a pedreira de Cai Dentro.
DVD ELIS POR ELES
Independente
Preço médio: R$ 32
ÓTIMO
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