sábado, 8 de março de 2014

Projeção Astral-Cientistas desvendam o mistério de experiências fora do corpo

Algumas pessoas dizem que passaram por “projeções de consciência“, flutuando acima de seu próprio corpo e vendo-se do lado de fora. Uma equipe de cientistas encontrou uma mulher que diz fazer isso quando quer, e a colocaram em um scanner cerebral. O que eles descobriram foi surpreendentemente estranho. Andra M. Smith e Claude Messierwere, da Universidade de Ottawa (Canadá), descrevem o estudo em um artigo publicado na Frontiers of Human Neuroscience: Ela conseguiu se ver girando no ar acima de seu corpo, deitada e flutuando no plano horizontal. Ela relatou, por vezes, observar lá de cima que seu corpo estava se movendo, mas manteve-se consciente de que seu corpo “real” estava imóvel. A participante não relatou emoções específicas ligadas à experiência.

A experiência é real… Como isso é possível? Será real? Os pesquisadores descobriram que algo dramático estava acontecendo no cérebro da mulher – e tudo se encaixa com o relato dela. O fMRI (scanner cerebral) mostrou uma “forte desativação do córtex visual”, enquanto “o lado esquerdo de diversas áreas associadas a imagens cinestésicas” estava bastante ativo. Cinestesia* é a percepção de movimento, peso e posição do corpo, provocada por estímulos do próprio organismo. Portanto, essas áreas do cérebro possibilitam a você interagir com o mundo: é o que faz você sentir onde está seu corpo em relação ao mundo. Ou seja, a “experiência fora do corpo” é real, no sentido de que a pessoa está realmente vivenciando tudo. O escaneamento do cérebro mostra que ela está passando pelo que está dizendo, e realmente sente que está fora do próprio corpo. … mas a projeção da consciência, não. Mas isso não significa que sua “alma” sai do corpo. Não é uma viagem astral, como descrito pelos místicos. Não há atividade paranormal de qualquer tipo. O fato é que, mesmo havendo apenas poucos experimentos sobre o assunto – incluindo esta pesquisa e algumas outras – os cientistas acreditam que essas experiências fora do corpo são um tipo de alucinação, desencadeada por algum mecanismo neurológico. Smith e Messierwere especulam que tal mecanismo neurológico pode estar presente também em outras pessoas, e algumas delas – como esta mulher – podem se treinar para ativá-lo. Ela disse que começou a fazer isso quando era criança, enquanto tirava cochilos. Talvez experiências fora do corpo possam ser como a sinestesia, um fenômeno neurológico amplamente ignorado durante boa parte do séc. XX.

Ela faz com que algumas pessoas vejam cores quando leem ou ouvem letras, números e palavras; é algo automático, não induzido. Agora a sinestesia é aceita, estudada e compreendida. Os pesquisadores sabem que experiências fora do corpo podem ser induzidas “por traumas cerebrais, privação sensorial, experiências de quase-morte, drogas psicodélicas e dissociativas, desidratação, sono e estimulação elétrica do cérebro”, entre outros. Em algumas pessoas, isto também pode ser induzido deliberadamente. No entanto, esta é a primeira vez que este tipo de experiência foi analisada e documentada cientificamente. Na verdade, pode ser o primeiro caso documentado de alguém que pode entrar neste estado quando quer. [Popular Science] *Não confundir com “sinestesia”, explicada no texto. Imagem: regiões do cérebro ativadas significativamente enquanto a participante tinha experiências extracorpóreas. As regiões ativadas mais significativamente ficam no lado esquerdo e incluem a área motriz suplementar (F), o cerebelo (B,D,E), o giro supramarginal (D,F), o giro temporal inferior (B,D,F) e os giros orbitofrontais médio e superior (A,C,D,E).

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