segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Hilda Furacão morre em asilo de Buenos Aires

Personagem mítica da noite de Belo Horizonte, Hilda Furacão morreu de causas naturais às 9h30 desta segunda-feira, 29, em Buenos Aires, onde morava desde os anos 1960. Encontrada pelo Estado de Minas no último mês de julho, a mulher que inspirou romance de Roberto Drummond vivia há cerca de três anos no asilo Hogar Guillermo Rawson, na capital argentina, com recursos da prefeitura local. Nascida no Recife, Hilda Maia Valentim foi famosa na BH da década de 1950, época em que vivia da prostituição. fez história na Zona Boêmia de Belo Horizonte, fazendo ponto no Maravilhoso Hotel da Rua Guaicurus, e ganhou notoriedade na obra de Roberto Drummond com a obra que levava sua alcunha como título.

Em seus documentos, herdou o último sobrenome ao se casar com o ex-jogador de Atlético, Botafogo, Boca Juniors e da Seleção Brasileira, Paulo Valentim. Segundo os médicos, Hilda agonizava há cerca de 10 dias e já não comia. A direção do asilo, que trata essa morte como a de uma celebridade, tenta que a Associação dos Ex-jogadores do Boca Juniors faça o sepultamento. Caso a resposta seja negativa, o próprio hogar arcará com as despesas, já que ela estava internada, lá, por conta da municipalidade, que tem uma lei especial para ajuda a idosos. Hilda Valentim morreu sozinha. Sua única companhia eram os outros idosos que também eram moradores do mesmo asilo. Por muitos deles, ela era cultuada, e não eram poucos os velhos torcedores do Boca que se aproximavam e entoavam a cantiga que a torcida dirigia a Paulo Valentim: "TIM, TIM, TIM, gol de Valentim". O sepultamento, seja através da associação dos veteranos do clube ou correndo por conta da municipalidade, acontecerá no Cemitério de Chacaritas, em Buenos Aires, onde também foi sepultado Paulo Valentim, cujos ossos já foram retirados. Não existe hoje nenhum registro, nenhuma lápide ou placa referente ao fato de ele, um dos maiores ídolos da história do Boca, ter seu corpo ali guardado. O único registro está no livro do cemitério.

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