FERNANDO GALLO/FOLHA
ENVIADO A PRAIA GRANDE
ENVIADO A PRAIA GRANDE
A mulher presa anteontem por ter abandonado uma bebê de cerca de dez dias em uma caçamba de lixo em Praia Grande (litoral de São Paulo) na semana passada disse à polícia que é mãe da criança, mas que não tem condição de cuidar dela porque ganha R$ 600 mensais.
Além da menina abandonada, a mulher, de 39 anos, tem outros seis filhos, três deles menores de idade. Everton Ribeiro, advogado da mulher, disse que ela vai pedir a guarda da criança.
Câmeras de um sistema de segurança flagraram o momento do abandono da bebê, na segunda-feira passada.
Após a prisão da mãe, dois dos filhos mais velhos foram à delegacia e se responsabilizaram pela guarda provisória dos irmãos menores.
Ribeiro diz que sua cliente sofre de depressão pós-parto e tem o direito de ficar com a criança. "Todas as mães precisam e têm esse direito. É um estado pós-parto que se inicia e se finda. Tendo um tratamento adequado vai se findar. E mãe é mãe."
A mulher chorava muito no momento da prisão, na casa de repouso em que trabalha como auxiliar-geral. À polícia ela afirmou que cometeu o ato por desespero.
Reprodução/TV Globo | ||
Câmera registra momento em que bebê é abandonado; a mãe da criança já tem seis outros filhos |
DENÚNCIA ANÔNIMA
A polícia chegou à suspeita por meio de uma denúncia anônima. O homem apontado pela mulher como pai da criança é vigia da mesma casa de repouso em que ela trabalha. Ele não foi localizado pela reportagem.
O conselheiro tutelar Tadeu Costa diz que será difícil a mãe reaver a guarda. "Ela vai precisar justificar o ato, que é injustificável." A mulher foi indiciada pela polícia e teve a prisão temporária decretada pela Justiça.
O estado de saúde da bebê, chamada pela equipe médica de Vitória, apresentou melhora ontem, mas ela continua internada na UTI do Hospital Irmã Dulce. Segundo o hospital, ela terá alta da terapia intensiva neste início de semana caso seu tratamento continue evoluindo bem.
A Folha não divulga o nome da mãe para, dessa forma, evitar que a criança seja identificada.
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