Entrar na fila para ver o caixão do agora beato João Paulo 2º é quase um ato de fé, com o perdão do trocadilho. Guardas italianos e do Vaticano tentam colocar ordem na multidão, nem sempre de forma ordenada e gentil, e o processo todo demorava aproximadamente uma hora no começo da tarde de hoje.
Agora os restos mortais do papa são considerados uma relíquia, e podem ser venerados pelos fiéis. Além deles, foram consagradas como relíquias quatro ampolas com seu sangue --duas delas já estão em relicários, e um deles foi levado à presença do papa Bento 16 na missa de hoje de manhã. O papa o beijou.
O Vaticano também considera relíquias uma mitra (chapéu de bispo, em forma de capacete pontudo), um manto cerimonial e um solidéu (aquele chapeuzinho branco com que o papa sempre é visto).
Gregorio Borgia/Associated Press | ||
Fiéis fazem fila para ver e fotografar o caixão do agora beato João Paulo 2º, na Basílica de São Pedro |
O papa estava enterrado numa das 145 tumbas de pontífices na cripta do Vaticano. Seu caixão é composto por um modelo simples de madeira envolto por um de chumbo e, por fim, o de madeira tratada que está exposto agora na basílica de São Pedro. Na sexta-feira, ele foi retirado do túmulo de mármore em que estava e colocado numa cerimônia fechada em frente à tumba de São Pedro --o santo fundador da Igreja Católica e, tradicionalmente, considerado o primeiro papa. A lápide será enviada para uma igreja que será feita em sua homenagem em Cracóvia, na Polônia natal de Karol Wojtyla. Beatos podem ter igrejas em seu nome e possuem uma data de culto, no caso de João Paulo 2º o dia 22 de outubro (quando começou seu pontificado em 1978).
O Vaticano diz que só fecha a basílica quando a procissão acabar, o que estima-se que acontecerá em algum momento desta noite. Amanhã o corpo, que está na frente do altar principal da monumental igreja, será levado para seu destino final --a Capela de São Sebastião. A capela fica perto da escultura "Pietà", de Michelangelo, e era ocupada pelo corpo de outro beato, o papa Inocêncio 11. Ele levou 261 anos para ser beatificado, em 1956, contra 6 do polonês Wojtyla, o recordista absoluto em velocidade.
Cardeal morre de infarto pouco antes da beatificação de João Paulo II
Arcebispo de Valência, espanhol Agustín García-Gasco sofreu um infarto.Ele estava em Roma para assistir à cerimônia de beatificação do pontífice.
Foto de 2007 do cardeal espanhol Agustin
Garcia-Gasco Vicente, que morreu neste domingo
(1º) (Foto: Vincenzo Pinto / AFP)
O cardeal espanhol Agustín García-Gasco, arcebispo emérito de Valência, morreu neste domingo (1º) em Roma devido a um infarto, informou Juan Cotino, terceiro vice-presidente do governo autônomo valenciano.Garcia-Gasco Vicente, que morreu neste domingo
(1º) (Foto: Vincenzo Pinto / AFP)
Garcia-Gasco, de 80 anos, estava em Roma para assistir à beatificação do papa João Paulo II, e se sentiu mal poucos minutos antes do início da cerimônia de beatificação. Ele foi levado ao hospital San Carlos de Nancy, próximo ao Vaticano, onde faleceu devido a um infarto.Agustín García-Gasco Vicente nasceu em Corral de Almaguer, na província de Toledo, em 12 de fevereiro de 1931. Formado em Teologia pela Universidade de Comillas, foi ordenado sacerdote em 26 de maio de 1956. Em 1985, foi nomeado bispo titular de Nona e auxiliar da Arquidiocese de Madri-Alcalá.
Em 24 de julho de 1992, foi nomeado arcebispo de Valência, sede na qual permaneceu após, no início de 2006, ter apresentado sua renúncia, como necessário por ter completado 75 anos.Em julho de 2006, recebeu em Valência o papa Bento XVI em sua primeira viagem à Espanha para presidir o V Encontro Mundial das Famílias. Agustín García-Gasco foi nomeado cardeal pelo papa no segundo consistório convocado por Bento XVI, no dia 24 de novembro de 2007.O cardeal foi um dos bispos mais combativos da política do governo socialista de José Luis Rodríguez Zapatero, sobretudo em relação a algumas leis, como a de casamentos entre homossexuais e a que acelerou os processos de divórcios.
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