quarta-feira, 8 de junho de 2011

POPST ESPECIAL-Após saída de Palocci, nova chefe da Casa Civil toma posse nesta quarta

Senadora vai substituir Palocci, que deixou o cargo nesta terça-feira.Gleisi tem 45 anos, dois filhos e é mulher do ministro das Comunicações.

Do G1, em São Paulo
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) toma posse na tarde desta quarta-feira (8) como a nova ministra da Casa Civil. Ela foi escolhida pela presidente Dilma Rousseff para substituir Antonio Palocci na pasta. A nomeação foi publicada nesta quarta no Diário Oficial da União.
A nova ministra da Casa Civil fará um pronunciamento no Senado nesta quarta-feira, às 14h30, e depois participará da cerimônia de posse 16h30 no Palácio do Planalto. Com a saída de Gleisi, deverá assumir a vaga no Senado o primeiro suplente Sergio de Souza, do PMDB.Na terça-feira (7), em seu primeiro pronunciamento, ela afirmou que está "orgulhosa" com o convite que recebeu. "Quero agredecer a ela, que acreditou na minha capacidade de trabalho", afirmou.
"O compromisso com a presidenta que eu tenho é um compromisso com o meu país. Sei da minha responsabilidade nesse processo. Aceitei esse convite sabendo do tamanho da responsabilidade", disse a senadora durante entrevista coletiva na sala da liderança do PT no Senado.Gleisi lamentou a saída de Palocci da Casa Civil. “Quero fazer aqui referência ao ministro Palocci, porque para nós é momento triste. É uma pena perder o ministro Palocci neste governo pelas qualidades que ele tem”, disse a nova ministra.Segundo a senadora do PT, a presidente Dilma quer o funcionamento da Casa Civil na área de gestão e no acompanhamento de projetos do governo.
“Ela disse que meu perfil é um perfil que se adequa ao que ela pretende agora na Casa Civil, que é o acompanhamento dos projetos do governo. Portanto, é uma ação de gestão. A presidenta quer uma gestão mais técnica na Casa Civil”, afirmou Gleisi durante a entrevista.
Acompanhada por integrantes da bancada do PT no Senado, a nova ministra agradeceu o apoio dos colegas de partido e negou que haja uma “maldição” na Casa Civil, que faça com que boa parte dos ministros que por lá passaram sejam demitidos do cargo. “Não há maldição na Casa Civil. Temos um projeto extraordinário de mudança deste país com o qual estou comprometida”, declarou.
Trajetória
A senadora petista é casada há 15 anos com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, tem dois filhos e fará 46 anos no dia 6 de setembro.
Gleisi Hoffmann foi a primeira mulher eleita para o Senado pelo Paraná. Ela já foi diretora financeira da Hidrelétrica Binacional de Itaipu e trabalhou com Dilma na equipe que fez a transição do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entre 2002 e 2003.
No PT, a senadora faz parte da mesma corrente partidária do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Construindo um Novo Brasil, antigo Campo Majoritário.

"A ideia é que ela seja a Dilma da Dilma", diz Miriam Leitão sobre Geisi

O governo optou por um nome menos conhecido e surpreendeu. A senadora é novata, novatíssima, é o primeiro mandato, mas, ao mesmo tempo, ela foi gestora de uma empresa importante, como a Itaipu, e foi bem avaliada como gestora financeira. Mas isso é bem diferente de assumir o ministério dos ministérios.Como ela mesmo disse, ela vai pela sua função de gestora, e isso estava faltando, de fato. O governo não estava funcionando nessa execução de projetos. É uma ideia de que ela seja a Dilma da Dilma.O problema é que esse tipo de perfil técnico na Casa Civil funcionou. Funcionou com o ex-presidente Fernando Henrique, com o ex-presidente Lula, mas funcionou quando o próprio presidente se envolve na articulação política. Então, vamos ver como vai ser esse arranjo.De qualquer maneira, ela já demonstrou ser boa gestora. Agora, vamos ver como ela vai se desempenhar na Casa Civil que é um desafio e tanto para quem começo no seu primeiro mandato.
Empresários
Está caindo dos empresários muito a confiança no governo Dilma, o otimismo ao governo Dilma, exatamente por essa falta de capacidade de fazer a coisas acontecerem. Esses primeiros cinco meses do governo foram muito desanimadores. Então, isso é um foco para ser atingido pela nova ministra: é fazer os projetos andarem, as coisas acontecerem e os empresários retomarem a confiança. Porque um empresário sem confiança no governo não investe.
Articulação
A articulação política, teoricamente, fica com o ministro Luis Sérgio, mas ele tem sido muito criticado, porque essa é oura falha do governo Dilma. A articulação política está muito ruim. E essa crise mostrou isso. Essa crise foi reveladora da briga que há dentro da base do governo, briga entre PT e PBDM, racha dentro dos partidos. Então, o governo tem que fazer outra mudança também na articulação política.

No Senado, Geisi Hoffmann ganhou destaque como defensora de Dilma

Em 2002, Gleisi participou da equipe de transição do governo Lula e depois foi nomeada diretora financeira da Usina de Itaipu. Ela disputou 3 eleições, mas só venceu no ano passado. Foi a senadora mais votada no Paraná.

A nova ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, está na política há 22 anos e foi a primeira mulher eleita para o Senado pelo Paraná.
Religiosa e de formação conservadora, a nova ministra-chefe da Casa Civil pensou em ser freira antes de começar na política. No dia a dia, Gleisi Hoffmann diz que gosta de aliar firmeza nas decisões à delicadeza feminina e que não deixa de lado a família. Ela é casada com o Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, com quem tem dois filhos.“Faço questão de levar todos os dias, quando estou em Brasília, porque eles me acompanharam lá, para a aula. Então, eu levo as crianças, ponho no carro, vou conversando e deixo na escola”, disse a nova ministra.Gleisi Hoffmann nasceu em Curitiba, tem 45 anos e está no PT desde 1989. A nova ministra-chefe da Casa Civil foi secretária de Estado em Mato Grosso do Sul e na prefeitura de Londrina, no Paraná. Em 2002, participou da equipe de transição do governo Lula e depois foi nomeada diretora financeira da Usina de Itaipu, a maior do país.Gleisi Hoffmann disputou três eleições, mas só venceu no ano passado. Foi a senadora mais votada no Paraná. Na estreia no Senado, ela se destacou como defensora do governo Dilma e por projetos ligados às mulheres.Um deles é o que impede que acusados de violência doméstica tenham direito a suspender o processo. Ela também é autora de um projeto que garante aposentadoria às donas de casa. “Lavar passar, cozinhar não é fácil. Mulher não tem férias e nem descanso semanal”, disse Gleisi.

Oposição ainda quer em investigar o aumento do patrimônio de Palocci

Para os partidos aliados, Antonio Palocci deixou o cargo porque percebeu que a batalha política estava prejudicando o governo. Mas para a oposição, o agora ex-ministro ainda deve explicações.

ntes de assumir a Casa Civil, Gleisi Hoffmann, vai discursar no plenário do Senado. Em seguida, segue para o Palácio do Planalto para a cerimônia de posse. Mas, no Congresso, mesmo com a saída de Antonio Palocci, a oposição ainda fala em investigar o aumento do patrimônio dele.
Para os partidos aliados, Antonio Palocci deixou o cargo porque percebeu que a batalha política estava prejudicando o governo. “Enquanto ele permanecesse no cargo, a crise política ia persistir. Então, ele fez isso em nome do país, para não constranger a presidente, e em nome do bom andamento do governo”, declarou o senador Valdir Raupp (PMDB-RO).O líder do PT, o deputado Paulo Teixeira, acha que a demissão encerra as discussões no Congresso em torno da convocação de Palocci e também da criação de uma CPI para investigá-lo: “Temos que virar a página. CPI para quê? Não temos razão para ter CPI”.Mas para a oposição, o agora ex-ministro ainda deve explicações. “O momento da crise se encerra quando o ministro pede demissão da Casa Civil, porém ele continuará a ter que dar explicações tanto ao Parlamento como também e principalmente ao Ministério Público”, afirmou o deputado ACM Neto, líder do DEM.“É necessário que todos os pontos sejam esclarecidos. Afinal, um ministro de estado que coordenou a campanha da presidente teve uma evolução patrimonial meteórica e gigantesca”, disse o deputado Otávio Leite, vice-líder do PSDB.A senadora Gleisi Hoffmann, do PT do Paraná, vai substituir Antonio Palocci na Casa Civil e ela já antecipou que não vai tratar de questões políticas. Será como uma administradora de projetos.
Na primeira entrevista depois de aceitar o convite para ser ministra, a senadora agradeceu a confiança da presidente Dilma Rousseff. “Recebi da presidente Dilma um convite que me honrou muito e me orgulhou muito. E quero agradecer a ela a confiança que ela tem na minha capacidade de trabalho. Ela disse que o meu perfil é um perfil que se adéqua àquilo que ela pretende na Casa Civil: de acompanhamento dos projetos do governo. Portanto, é uma ação de gestão e é com isso que eu estou comprometida”, declarou a nova ministra da Casa Civil.No Congresso, a escolha de Gleisi Hoffmann dividiu opiniões. “Ela tem menos experiência do que deveria ter para ocupar um ministério daquele tamanho. Tem que escolher alguém por competência, experiência, liderança demonstrada, trabalho feito. Isso, ela não tem”, ressaltou o deputado Sérgio Guerra, presidente do PSDB.“Temos confiança de que a senadora Gleisi dará conta desta grande tarefa que é dirigir a Casa Civil. aplaudimos a escolha da presidenta Dilma e confiamos no perfil, na capacidade que tem a Gleisi para fazer essa gestão”, comentou o senador João Pedro (PT-AM).
Gleisi Hoffmann é mulher do ministro das Comunicações, Antonio Bernardo. Assim, o Brasil passa a ter um casal na Esplanada dos Ministérios: o casal ministerial.
Perda de popularidade definiu queda de Palocci

DE SÃO PAULO

A presidente Dilma Rousseff decidiu demitir seu principal auxiliar após ser informada que pesquisas já apontavam desgaste do governo por conta da crise envolvendo aquele que foi um dos responsáveis pela arrecadação para sua campanha, informa reportagem de Valdo Cruz, Natuza Nery, Catia Seabra, Ana Flor e Márcio Falcão, publicada na edição desta quarta-feira da Folha.Ela confidenciou a assessores que não podia deixar uma crise pessoal contaminar e paralisar seu governo --como vinha ocorrendo nos últimos 23 dias, desde que a Folha publicou sua primeira reportagem sobre os negócios da empresa de consultoria de Palocci, a Projeto. Palocci entregou nesta terça-feira (7) carta à presidente solicitando o seu afastamento do governo federal. Segundo nota divulgada pela Casa Civil, o ministro quis evitar que o "embate político" prejudicasse suas atribuições no governo". A senadora Gleisi Hoffmann
(PT-PR) vai assumir a Casa Civil.
Lula Marques - 7.jun.2011/Folhapress
Antonio Palocci participa, com Dilma, de seu último evento oficial como ministro da Casa Civil, em Brasília
Antonio Palocci participa, com Dilma, de seu último evento oficial como ministro da Casa Civil, em Brasília

"O ministro considera que a robusta manifestação do Procurador Geral da República confirma a legalidade e a retidão de suas atividades profissionais no período recente, bem como a inexistência de qualquer fundamento, ainda que mínimo, nas alegações apresentadas sobre sua conduta. Considera, entretanto, que a continuidade do embate político poderia prejudicar suas atribuições no governo. Diante disso, preferiu solicitar seu afastamento", diz a nota do ministério. A crise que levou à saída de Palocci teve início no dia 15 de maio, após a Folha revelar que o ministro multiplicou seu patrimônio por 20 entre 2006 e 2010. A Projeto, empresa aberta por ele em 2006 --quando o ministro afirmou ter patrimônio de R$ 356 mil-- comprou, em 2009 e 2010, imóveis em região nobre de São Paulo no valor total de R$ 7,5 milhões. A Folha também mostrou que o faturamento da empresa foi de R$ 20 milhões em 2010, quando ele era deputado federal e atuou como principal coordenador da campanha de Dilma à Presidência da República. Em entrevistas, o ministro negou irregularidades na atividade da empresa, mas se negou a revelar quem eram seus clientes alegando "cláusula de confidencialidade". O ex-ministro atribuiu as acusações contra ele a uma "luta política". 

10 perguntas que estão sem resposta no caso Palocci

A saída de Antonio Palocci do governo Dilma Rousseff, na visão de alguns analistas, não encerra a crise que se instalou no Palácio do Planalto. Críticos do governo dizem que Dilma demorou para agir no caso. O ministro Palocci evitou ao máximo responder as perguntas que foram surgindo no desenrolar da história, e só veio a público na sexta-feira, dia 3 de junho, em entrevistas em que também deixou muitas dúvidas no ar. O fato que é muitas questões ficaram mal esclarecidas ou totalmente sem resposta no caso. Veja algumas das principais.
Que tipo de consultoria a empresa Projeto, do médico Palocci, oferecia a seus clientes?
Por que Palocci não revelou quem foram os clientes da Projeto?
Por que a Projeto recebeu mais dinheiro justamente entre a eleição e a posse de Dilma?
Por que a Projeto continuou recebendo pagamentos mesmo depois da escolha de Palocci como ministro do governo Dilma?
Já como ministro, Palocci lidou com temas de interesse das empresas que contrataram a Projeto ou se declarou impedido?
Palocci teve acesso a informações do governo sobre a política cambial para orientar seus clientes?
Um dos clientes da Projeto foi a construtora WTorre, que fez negócios com estatais. Que serviços o ex-ministro prestou à WTorre e quanto recebeu por eles?
A Projeto trabalhou em operações de fusão de empresas que dependem da aprovação de órgãos federais como o Cade?
A Projeto participou da venda das ações da Camargo Corrêa no grupo Itaú ao fundo de pensão Petros, manteve negócios com o banqueiro André Esteves e prestou serviços para o banco Safra?
O que o ex-ministro fez com o dinheiro que sobrou depois de gastar R$ 7,5 milhões para comprar um apartamento e um escritório em São Paulo?

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