MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DO RIO
De dentro do sutiã, Malu Rodrigues, 18, puxa dois pequenos terços,
presentes da avó, para sua proteção. "A gente tem que tomar muito
cuidado porque, nesse meio, existem muitas pessoas más. Gente que se
coloca sempre acima dos outros. Muita gente queria ser a Dorothy."
DO RIO
De fato, o papel da protagonista de "O Mágico de Oz", que ela assume na montagem de Charles Möeller e Claudio Botelho, que entra em cartaz no Rio, é um dos mais cobiçados dos musicais, em especial por jovens atrizes.
Por isso, além da proteção divina contra os maus fluidos, Malu se defendeu profissionalmente: assim que soube das audições, foi a Londres assistir à montagem inglesa (da Royal Shakespeare Company, na qual se baseia a versão brasileira) e se preparar.
Cecilia Acioli/Folhapress | ||
A atriz Malu Rodrigues em cena do musical que estreia amanhã no Rio |
"A Malu é uma das atrizes mais focadas com quem eu já trabalhei. A vida dela é ser Dorothy, como antes era ser Hodel, no 'Violinista no Telhado'", afirma Möeller.
"Ela está com a gente desde os 13 anos, apostamos nela", diz Botelho, lembrando que este é o sexto musical que a atriz faz com a dupla, incluindo "A Noviça Rebelde", "Violinista..." e "O Despertar da Primavera".Foi com este último que Malu chamou a atenção da mídia, não só por sua elogiada atuação mas porque a Justiça proibiu as cenas em que ela, então com 16 anos e emancipada pelos pais, aparecia com os seios à mostra.Polêmica passada, a atriz vê "O Mágico de Oz" como seu trabalho mais difícil. À importância da obra de L. Frank Baum (1856-1919) --amada por gerações-- se soma o gigantismo da montagem brasileira (35 atores, 16 músicos, 14 cenários, R$ 9 milhões de orçamento)."Exige muito preparo físico, fico quase três horas em cena, de salto, às vezes não dá tempo nem de beber água. O legal é que dá para mostrar um pouquinho de tudo, canto, interpretação, dança", diz."A Dorothy é o nosso Hamlet, nossa capitã. Se ela não estiver bem, não adianta, o espetáculo não chega lá", diz Lucio Mauro Filho, que faz o Leão, um dos companheiros da menina na jornada rumo a Oz --os demais são o Espantalho (Pierre Baitelli) e o Homem de Lata (Nicola Lama).
Com 2h30 de apresentação, o 31º musical da dupla Möeller e Botelho é definido por eles como um de seus mais complexos, por seu tamanho, efeitos (fogos, voos, projeções) e por seu histórico. "Nossa abordagem foi tentar fugir ao máximo da colorização do filme, fazer algo mais próximo do tom da obra do Baum", diz Möeller.
O MÁGICO DE OZ
QUANDO sex., às 20h, sáb., às 16h e 20h, dom., às 15h; até 7/10
ONDE Teatro João Caetano (pça. Tiradentes, s/nº, tel. 0/xx/21/2332-9257)
QUANTO de R$ 50 a R$ 110
CLASSIFICAÇÃO livre
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