France Presse | ||
Em sentido horário: o pai Xavier Dupont, sua mulher Agnes, e os filhos Arthur, Thomas, Anne e Benoit |
Dupont foi visto pela última vez na região no dia 15 de abril, a centenas de quilômetros da casa da família, na qual os corpos das quatro crianças com idades entre 13 e 21 anos foram encontrados, além do corpo da mulher, de 49 anos. A família estava desaparecida desde o começo de abril.
INVESTIGAÇÕES
Hoje, um dos carros da família, um Citroen C5, foi encontrado no estacionamento de um hotel em Roquebrune-sur-Agens, no departamento de Var (sudeste da França), no outro extremo do país, onde a família viveu antes de se instalar em Nantes. As investigações se orientaram para essa região depois de ter sido registrado um saque de 30 euros em um caixa automático do local, no dia 14 de abril, disse uma fonte policial. Segundo o procurador de Nantes, Xavier Ronsin, na noite de 12 de abril o homem em questão jantou sozinho e dormiu em um albergue em Pontet, departamento de Vaucluse (sudeste). "No dia 15 de abril, Xavier Dupont de Ligonnès "deixou sozinho o quarto e largou o veículo nas proximidades, sem tocar nele desde então", disse o procurador. Segundo Xavier Ronsin, os investigadores descobriram que a passagem de Ligonnès pela região coincide com "a data do desaparecimento de uma mulher" do departamento de Var, Colette Deromme.
VIZINHO
Um vizinho da família, Fabrice, disse à France Presse que, há 15 dias, viu Xavier de Ligonnès colocando "enormes sacolas no carro", um "C5". Disse também ter visto a mulher, Agnès, mãe dos quatro filhos, pela última vez no domingo, 4 de abril. Ele afirmou que, dias depois, os dois cães da raça labrador da casa "latiram durante toda a noite, e depois, houve um silêncio absoluto". Longe de pensar em um ataque de loucura, os policiais parecem inclinar-se para uma cena preparada minuciosamente: o contrato de aluguel da casa foi rescindido. Os amigos e a direção da escola dos filhos foram advertidos por carta que a família se mudaria para o exterior. Os policiais também elaboram um estudo de personalidade do pai para tentar determinar alguns elementos que ainda estão confusos. Segundo o procurador, Xavier Dupont de Ligonnès estava frequentemente ausente de casa por motivos profissionais. De cabelos castanhos, cortados bem rente, rosto redondo e óculos de metal, o homem procurado teria sido gerente de uma pequena empresa perto de Pornic, nas imediações de Nantes, segundo a polícia judiciária. Outras informações dizem que ele trabalhava com turismo ou hotelaria.
Os crimes de Amityville
por Matt Hunt - traduzido por HowStuffWorks Brasil
Dizem que toda casa tem seus segredos. Porém, nenhuma tem tantos quanto uma certa residência em Amityville, no Estado de Nova York, localizada no antigo número 112 da Ocean Avenue. A verdadeira tragédia e os supostos fenômenos que ocorreram nessa casa serviram de inspiração para diversos livros, filmes, programas de rádio, televisão e noticiários. Saiba mais sobre a "mais famosa casa assombrada dos Estados Unidos".
Foto cedida Ric Osuna, Os Assassinatos de Amityville
112 Ocean Avenue
Uma cena terrível
Foto cedida Ric Osuna, Os Assassinatos de Amityville Ronald DeFeo, no momento de sua acusação |
- sua mãe e seu pai, Ronald e Louise DeFeo;
- seus irmãos, John, de 9 anos e Mark de 12;
- suas irmãs, Allison, de 13 anos e Dawn de 18.
A certa altura do julgamento, declarou: "sempre que olhava ao meu redor, não via ninguém, então deve ter sido Deus que falava comigo". DeFeo foi condenado a seis penas de prisão perpétua consecutivas na Penitenciária Greenhaven, em Nova York. Sua liberdade condicional foi negada, em 1999.
Foto cedida Ric Osuna, Os Assassinatos de Amityville Reconstituição da cena dos crimes cometidos por DeFeo feita por Rip Holly |
O Terror...o terror...
No dia 18 de dezembro de 1975, mais de um ano após os assassinatos da família DeFeo, o jovem casal George e Kathy Lutz mudou-se para a casa no número 112 da Ocean Avenue com seus filhos Daniel, de 9 anos, Christopher, de 7 e Missy, de 5. Depois de 28 dias, a família Lutz abandonou a casa, alegando que ela era assombrada. A primeira experiência anormal aconteceu quando o casal pediu ao padre e amigo da família, Frank Ralph Pecoraro para que benzesse a casa, enquanto eles realizavam a mudança. Ao andar pela casa, o padre teria ouvido uma grave voz masculina que dizia: "Saiam daqui!". Após a visita, o padre percebeu que seu carro começara a apresentar problemas. O capô levantou-se abruptamente, estilhaçando seu pára-brisa, a porta do passageiro foi aberta, os limpadores de vidro começaram a funcionar sem que ninguém os tivesse acionado e, por fim, seu carro ficou atolado.Foto cedida Ric Osuna, Os Assassinatos de Amityville A faixada do número 112 da Ocean Avenue, antes dos assassinatos (do arquivo pessoal de Geraldine DeFeo) |
Tempos depois, acontecimentos paranormais semelhantes começaram a acontecer na casa, como portas e janelas que abriam e fechavam abruptamente, vasos sanitários escurecidos, cruxifixos que viravam de cabeça para baixo, enxames de moscas que surgiam sem motivo aparente, e o lodo esverdeado que vertia dos tetos e fechaduras das portas.
Além disso, o Sr. Lutz encontrou um quarto secreto no porão, que não aparecia nas plantas da casa. Esse cômodo era pintado de vermelho e cheirava a sangue e ovos podres.
Lutz afirmou ter visto um rosto na parede, o qual mais tarde reconheceria como sendo o de Ronald "Butch" DeFeo. Enquanto moravam na casa, a Sra. Lutz declarou que sentia mãos invisíveis a agarrando e que, numa certa manhã, teria acordado coberta de vergões, como se tivesse sido queimada com ferro quente. O casal declarou ter notado mudanças drásticas na personalidade um do outro e na de seus filhos enquanto viviam na casa. Além disso, a família Lutz afirmou ter visto diversas aparições pela casa, incluindo a de uma pessoa que usava um capuz branco e estava ferida a bala, que assombrava a sala; e a de um porco gigante de olhos vermelhos ofuscantes que aparecia do lado de fora das janelas para espiar o que acontecia dentro da casa. A pequena Lutz costumava dizer a sua família que o porco era o seu amigo "Jodie".
O que há dentro da casa?
Que tipo de força sobrenatural poderia influenciar um homem a assassinar sua família e fazer com que um jovem casal abandonasse sua "casa dos sonhos"? Melhor ainda, por que faria isso?Uma das lendas conta que havia uma tribo indígena no local que se tornou a cidade de Amityville. Dizem que o local onde a casa número 112 da Ocean Avenue foi construída havia sido usado como uma espécie de isolamento, onde membros da tribo que estivessem doentes ou loucos eram mantidos à mercê da própria morte. Segundo essa crença, os fenômenos estariam relacionados aos espíritos dos indígenas que vagam pelo local. Outra lenda envolve um homem chamado John Ketchum, que fugiu de Salem durante os julgamentos por bruxaria e construiu sua casa no local onde mais tarde seria construída a casa de Amityville.
Diz a lenda que Ketchum teria usado sua casa para prosseguir com sua prática de "adoração ao demônio" e teria sacrificado diversos porcos e cães naquele local. De acordo com essa lenda, Ketchum teria aberto uma "porta para o inferno" que nunca mais teria sido fechada, deixando o caminho livre para que demônios fizessem a travessia para o nosso mundo. É claro que existem muitas outras lendas, histórias de que a casa teria sido construída sob um cemitério abandonado e rumores de uma maldição feita por um antigo morador de Amityville, enforcado injustamente.
O livro que causou milhares de gritos
os nomes de pessoas mencionadas neste livro foram modificados para manter sua privacidade. Porém, os fatos e acontecimentos apurados são estritamente verdadeiros.O livro retrata os inúmeros acontecimentos anormais que a família Lutz diz ter presenciado enquanto morava em Amityville. Sua história tornou-se um best-seller nacional, com mais de 3 milhões de cópias vendidas. Ao viajar pelo país para promover o livro, aparecendo em jornais, programas de televisão e rádio, a família Lutz tornou-se conhecida.
O filme
Foto cedidaAmazon.com Amityville 1979 |
Recentemente, Michael Bay (Armageddon) e seus parceiros na Platinum Dunes (reponsável pela refilmagem de Massacre da Serra Elétrica, em 2003) anunciaram seus planos de realizar uma refilmagem do original Horror em Amityville para os estúdios associados MGM e Dimension. O filme traz Ryan Reynolds (Van Wilder) e Melissa George (Dark City, Alias) como George e Kathy Lutz, dirigido por Andrew Douglas. O filme estreou dia 15 de abril de 2005. Diferente do original, a nova versão é mais fiel ao romance de Jay Anson e traz também novos fatos ocorridos na casa, nos últimos 30 anos.
Foto cedida MGM Amityville 2005 |
Os céticos - Seria o fim de uma farsa?
Enquanto muitos acreditam nos acontecimentos sobrenaturais ocorridos no número 112 da Ocean Avenue, outros insistem que tudo não passou de uma inteligente encenação. Existem contradições em relação ao período em que a família Lutz permaneceu na casa (o livro diz que foram 28 dias, enquanto os vizinhos afirmam terem sido menos de 10). Céticos afirmam que a família Lutz abandonou a casa para se livrar da hipoteca após a falência de seus negócios. Quanto à alegação de que as forças sobrenaturais fizeram com que Butch DeFeo cometesse o assassinato de sua família, revelou-se que seu advogado, William Weber, o teria convencido a dizer que ouvira "vozes", numa tentativa de alegar insanidade mental. No início, DeFeo teria se recusado a participar de qualquer processo que colocasse sua sanidade em questão, mas, aparentemente, teria concordado após Weber lhe prometer que aquilo poderia resultar num lucrativo negócio após o livro ser publicado. De fato, foi um grupo indicado por William Weber que inicialmente entrou em contato com a família Lutz para discutir sobre um possível livro. Quando a família Lutz, em busca de lucros maiores, desfez o acordo com o grupo de Weber e optou pelo autor Jay Anson, Weber anunciou: "este livro não passa de uma farsa. Inventamos esta história de terror em meio a muitas garrafas de vinho".Foto cedida Ric Osuna, Os Assassinatos de Amityville |
Essas afirmações podem ser consideradas como mágoas de um ex-sócio, mas talvez a maior arma no arsenal dos céticos seja o verdadeiro envolvimento e credibilidade do padre Ralph Pecoraro (conhecido no livro como padre Mancuso). Existem muitas contradições entre o que foi relatado no livro de Anson e o que foi dito por George Lutz num processo civil contra Wiliam Weber. A família Lutz realizou uma tentativa de processo contra Weber por invasão de privacidade após este ter publicado artigos sobre os acontecimentos na casa).
Em documentos oficiais, o padre Pecorato admite que não conhecia a família Lutz antes de se mudarem para Amityville e que, de fato, não teria estado na residência da família, mas sim, teria feito contato através de ligações por telefone. Numa carta endereçada ao escritor Ric Osuna, (The Night the DeFeos Died) em 2002, a Diocese Católica declarou:
"a Diocese mantém a afirmação de que a história é um relato falso. Em novembro de 1977, advogados da Diocese prepararam uma lista substancial, que seria enviada à editora que publicara Horror em Amityville de numerosas imprecisões, referências incorretas e falsas declarações relativas aos eventos, de pessoas e acontecimentos que nunca aconteceram".Estando o padre Pecorato envolvido ou não em uma das maiores farsas sobrenaturais de todos os tempos, ou tendo sido tudo isso uma tentativa de protegê-lo por parte da Igreja Católica, George Lutz afirma até hoje que os fatos aconteceram. E, pelo incontestável sucesso de qualquer coisa relacionada a "Horror em Amityville", muitos estão dispostos a acreditar nele.
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