quarta-feira, 8 de junho de 2011

'Maldição' da Casa Civil já derrubou três petistas

BERNARDO MELLO FRANCO/FOLHA
DE SÃO PAULO

Novata em Brasília, a nova ministra Gleisi Hoffmann vai trocar o conforto do Senado pelo cargo mais instável da República na era petista. Desde a posse de Lula, três ministros deixaram a Casa Civil sob denúncias de corrupção ou de tráfico de influência. A única sobrevivente foi Dilma, premiada com a candidatura vitoriosa à Presidência ano passado. A "maldição" começou a assombrar o posto no reinado de José Dirceu. Enfraquecido pelo caso Waldomiro Diniz, em 2004, ele resistiu até o ano seguinte. Caiu ao ser acusado de chefiar o mensalão, esquema de compra de apoio de congressistas. Escolhida para sucedê-lo, Dilma quase perdeu o cargo em 2008, sob acusação de coordenar um dossiê sobre gastos sigilosos da gestão Fernando Henrique Cardoso. Foi salva pelo empenho de Lula, determinado a lançá-la à própria sucessão. A cadeira ejetora voltaria a funcionar em 2010, na reta final da campanha. O alvo da vez foi Erenice Guerra, com o filho acusado de fazer lobby nos corredores do Planalto.
Escaldado, Lula não chegou a nomear outro ministro: manteve o discreto Carlos Eduardo Esteves Lima como interino até o fim do governo. Com Antonio Palocci, o fantasma voltou a rondar o quarto andar do palácio presidencial. Ele seguiu o script dos antecessores: sem condições de permanecer, entregou uma carta de renúncia para não sair como demitido.
Em 1993, suspeitas de fraude no Orçamento levaram o então presidente Itamar Franco a afastar Henrique Hargreaves da Casa Civil. Inocentado, ele voltaria ao cargo três meses depois.
Editoria de Arte/Folhapress

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