Desde o lançamento do livro Drácula, de Bram Stoker, o vampiro foi a inspiração de vários livros, filmes, peças e até novelas.
Desde o lançamento do livro Drácula, de Bram Stoker, o vampiro foi a inspiração de vários livros, filmes, peças e até novelas. Ele se tornou tão popular que se transformou no nosso monstro de estimação, divertindo e aterrorizando as novas gerações.
A LENDA
A lenda do Vampiro é possivelmente, uma das mais difundidas e popularizadas no mundo de hoje. Com a fama de histórias como as de Crepúsculo e Vampire Diaries – E anteriormente Entrevista com o Vampiro, Carmilla e mesmo Drácula – Os vampiros voltaram à moda e à atenção da mídia.O que não é de conhecimento tão geral é a grande quantidade de lendas sobre vampiros que permeiam mitologias e folclores ao redor do globo. Da antiga lâmia grega à Obaiyfo africana, passando pelos jiangshi chineses, mitos sobre criaturas bebedoras de sangue aparecem em todos os continentes. Praticamente toda comunidade tinha sua história local sobre criaturas que caçam na noite ou em lugares fechados, ansiando pelo sangue dos que viviam. A amplitude a que os vampiros chegaram é algo que surpreenderia Edward Cullen.Segundo a lenda mais difundida, surgida na Europa Oriental, os vampiros são pessoas mortas, que retornam a seus corpos e a uma semi-vida, que deve ser sustentada por sangue fresco, retirado dos que vivem. Ao contrário das criaturas belas e aristocráticas a que estamos acostumados, o vampiro original era feio. Bem feio. Mesmo estando vivos, os vampiros estavam em pleno estado de putrefação, e ainda mais, inchados pelos gases da decomposição. As famosas presas ainda não haviam surgido – seus dentes assemelhavam-se aos de ratos. Em suma, não era uma coisa que Sookie Stackhouse ou Bella Swan gostariam de beijar!
Apesar disso, existiam vampiros sedutores, ou melhor, vampiras sedutoras. A mitologia céltica conta sobre muitas fadas que apareciam como mulheres extraordinariamente belas... Mas com segundas intenções. Posso citar como exemplo a Dama de Verde, que tinha pés de bode e fazia os homens dançarem com ela até a exaustão, para então sugar-lhes o sangue com suas unhas afiadas, ou a Leanan Sídhe, que oferece aos seus amantes a perda da sanidade e uma vida curta – Embora artisticamente inspirada.
Muitos vampiros também não foram apenas temidos, como também reverenciados. O deus maia Camazotz era visto como um homem com asas e cabeça de morcego, que zelava pelos ciclos da colheita, mas também espreitava nas cavernas pelos desavisados que lá se perdiam. Sekhmet, a feroz deusa da guerra egípcia, quase destruiu toda a humanidade à mando de Rá, o deus sol. Só não conseguiu por ter sido enganada pelo próprio Rá, tendo bebido de um lago tingido de vermelho, e não de um lago de sangue como pensava, sendo assim intoxicada.Como, então, essas e tantas outras lendas foram esquecidas, e a imagem do vampiro deixou de se tornar tão ameaçadora, para se tornar a que vemos até hoje em filmes, sejam eles bons ou não? Foi uma mudança lenta, mas gradual, que começou com a popularização de histórias de vampiros em cidades como Londres e Paris. Há muito, os pequenos vilarejos do Leste Europeu enfrentavam uma verdadeira histeria vampiresca, mas foi quando parte da Sérvia e da Valáquia passaram para o domínio dos Hasburgos que a loucura sobre vampiros começou a se espalhar para o resto da Europa... Mas sob uma ótica diferente. Espelhados nisso, autores começaram a criar, e após alguns anos, ficções com vampiros começaram a se tornar famosas.
Nessa época, a imagem do vampiro já havia sido alterada – Das coisinhas lindas que descrevi acima para algo menos repulsivo. Mas foi com Bram Stoker e seu Drácula que as coisas mudaram definitivamente. O vampiro passou de perigoso e assustador para perigoso e sensual.
Algumas dessas mudanças foram influenciadas por fatos reais, como a Condessa Érzebet (também conhecida como Elizabeth) Báthory.
Famosa por se banhar no sangue de meninas virgens para se manter sempre jovem e bela, Érzebet inspirou devido a seus modos educados e alta-linhagem... Afinal, ninguém imaginava que uma condessa tão educada pudesse ser assassina. Foi baseado nela que uma das melhores histórias de vampiros já feita foi escrita: Carmilla.
Hoje, os vampiros diferem muito dos seres repulsivos do folclore antigo, dos belos, porém malignos Conde Drácula e Lady Carmilla. Com a chegada de outro ponto de vista sobre esses seres, com a série de Anne Rice, Entrevista com o Vampiro, as coisas mudaram mais uma vez. Afinal, Louis de Pont Dulac não era um ser tão mal, ou tentava não ser. O dilema moral sobre o ato de beber sangue alheio foi introduzido às histórias, e logo passou a ser parte do imaginário popular. Vampiros não eram mais demônios, e alguns deles podiam até ser ruins, mas alguns como o próprio Louis, ou Edward Cullen e sua família, podiam ou tentavam não o ser.
Apesar de firmemente colocados no imaginário popular, os vampiros são bem mais do que chupadores de sangue que viram morcegos quando dão na telha, ou de heróis cheios de conflitos morais. Os vampiros de hoje são herdeiros de milênios de lendas, e da imaginação de muitos escritores que nos brindaram com histórias de sangue e sombras. Saber sobre os séculos de histórias por trás de Crepúsculo e True Blood, ou mesmo de mais antigos como Eu sou a Lenda (O conto, não o filme...) pode não ser necessário... Mas as histórias ficam bem mais interessantes ao se saber deles.
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