sábado, 19 de novembro de 2011

Robert Pattinson-Há futuro depois do vampiro?

O que o ator Robert Pattinson quer fazer com o sucesso da série "Crepúsculo"
MARIANE MORISAWA, LOS ANGELES
RELAXADO

O ator inglês Robert Pattinson não pensava em virar galã. Agora pensa na carreira (Foto: Doug Inglish/Trunk archive)
Até Crepúsculo estrear, em novembro de 2008, pouca gente acreditava no sucesso de um filme baseado na série de Stephenie Meyer, apesar da boa repercussão dos romances entre adolescentes. Para os padrões de Hollywood, a produção de US$ 37 milhões era modesta. US$ 1,4 bilhão, três anos e três filmes depois, ninguém mais duvida do apelo do amor difícil entre a humana Bella (Kristen Stewart) e o vampiro Edward (Robert Pattinson). Muitas são as razões da bilheteria enorme, mas nenhuma é tão evidente quanto o carisma de Robert Pattinson. Ele é a principal estrela de A saga crepúsculo:amanhecer – Parte 1, penúltimo filme da série, que estreia nesta semana no Brasil.
Por causa dele, milhões de garotas – e nem tão garotas – provaram que filmes destinados às mulheres dão bilheteria – ainda que o ator inglês, então com 21 anos, fosse desconhecido antes de entrar na pele de Edward. “Naquela época, aceitava papéis sem pensar”, disse Pattinson a ÉPOCA. “Agora sou obrigado a considerar o que pensam de mim, porque quero ter uma carreira.”
Para quem só vê os filmes, é fácil menosprezar Pattinson como mais um garotinho do cinema. Sua beleza é inegável, mesmo que, na entrevista no hotel Four Seasons, ela esteja semiescondida pelo boné virado ao contrário sobre os cabelos loiros e pela barba por fazer. Alto em seu 1,85 metro, magro, de pele clara, Pattinson dá a impressão de não se preocupar com a aparência. Veste camiseta branca com um furo na barriga sob a jaqueta azul-marinho. Mesmo assim, os olhos, o rosto e os cabelos o tornam (quase) irresistível. Se, no cinema, seu Edward Cullen é um vampiro torturado pelo temor de colocar a amada, Bella, em risco, nas entrevistas ele mostra outro lado. Ri e sorri muito. Na maior parte das vezes, faz ironia de si mesmo, de um jeito engraçado.
“É quando ele está sendo engraçado que brilha”, diz Kristen Stewart, par romântico na tela e na vida, com uma ponta de inveja e outra de orgulho. A atriz, sempre tensa, diz que prefere dar entrevistas a dois porque, como Rob é tranquilo, ela pode relaxar. Para Bill Condon, diretor das duas partes de Amanhecer, rodadas simultaneamente, o segredo é o grande trunfo da personalidade de Pattinson. “Ele só revela pedacinhos de si próprio, sempre interessantes”, diz. “Não dá para pintar um retrato completo, mas aqui ele é diferente de como aparece na tela.”
Com a câmera, Condon tenta mostrar flashes desse outro Robert Pattinson no quarto episódio da saga, em que Edward fica feliz “por uns sete minutos”, como diz o cineasta. É nessa parte que Edward se casa com Bella, e os dois têm numa lua de mel no Brasil. Na cerimônia, ele aparece romântico. Na lua de mel, os dois dançam samba na Lapa, jogam xadrez na praia em Paraty e vivem a cena de sexo mais aguardada dos últimos tempos, que envolve uma cama quebrada pela força descomunal de Edward... Tudo dentro dos limites de uma produção liberada para adolescentes. “Foi engraçado filmar uma cena de sexo perigosa, em que coisas caíam sobre a gente”, diz Pattinson.Há momentos para rir na convivência do casal, até que o drama volta como nunca, quando Bella engravida, e o bebê, que puxou ao pai, põe sua vida em risco. Aí Pattinson tem a chance de mostrar suas habilidades em sequências cheias de emoção e doses de terror – e algumas frases ditas moderadamente bem em português. “Espero ter feito direito”, diz. Nem quando fala das ardorosas fãs brasileiras, que impediram sua saída e de Kristen durante a estada em um hotel no Rio de Janeiro, limpa o sorriso do rosto.



NO BRASIL O vampiro Edward (Pattinson) joga xadrez com a humana Bella (Kristen Stewart). (Foto: Divulgação)

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Aos 25 anos, Pattinson é um ator de recursos maiores que seus colegas de elenco. Nascido e educado em Londres, aos 15 anos entrou para a Barnes Theatre Company. Ali, atuou em dramas de Shakespeare, como Macbeth. Sua preferência pré-vampiro era por papéis excêntricos, como o jovem que recruta um escritor de autoajuda para ser seu guru em Uma vida sem regras (2008). A carreira pós-vampiro começou no início deste ano, quando viveu o veterinário sensual Jacob no drama Água para elefantes. “Pattinson se saiu muito bem”, diz o crítico americano Leonard Maltin, autor do guia de vídeo mais popular do mundo, o Movie guide. Mesmo na saga, ele já convenceu Roger Ebert, o mais respeitado crítico americano de cinema. “Não sou fã de Crepúsculo”, afirma Ebert. “Mas Pattinson é inteligente, articulado e está pagando um preço alto pela fama.”
O próprio Pattinson parece tranquilo com isso. “A fama é um passo para as coisas que quero fazer no futuro”, diz. O que ele deseja fazer? Papéis ambiciosos, como o que lhe foi oferecido pelo diretor David Cronenberg, com quem acaba de rodar Cosmópolis, um filme cerebral no qual interpreta um jovem especulador financeiro que vê a vida passar do banco de trás de uma limusine. Não se sabe se o filme terá sucesso, mas não importa. Só quando a Parte 2 de Amanhecer estrear, em novembro de 2012, encerrando a série Crepúsculo, Pattinson estará livre para inventar outra carreira

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