Paul McCartney cantou algumas das músicas mais conhecidas das últimas décadas, 'Yesterday', 'Hey Jude' e 'Let It Be' entre elas. Ainda assim, é possível que um ouvinte desavisado não reconheça imediatamente o cantor nas faixas de seu novo álbum, 'Kisses on the Bottom' (Universal Music), lançado mundialmente hoje. Nele, Paul McCartney se arrisca em um novo tipo de canção: os clássicos americanos das décadas de 30, 40 e 50. ). Sua voz soa diferente, com uma entonação de crooner. Funciona, mas gera um breve estranhamento no começo.
O álbum traz canções que o músico ouvia em sua infância, muitas delas interpretadas ao piano por seu pai. Entre elas, 'Bye Bye Blackbird', que já foi gravada por artistas como Josephine Baker (1906-1975), Nina Simone (1933-2003) e pelo beatle Ringo Starr, 71, no álbum 'Sentimental Journey', de 1970. O curioso título Kisses on the Bottom, que pode ser traduzido como 'beijos no rodapé' ou 'no traseiro', vem de 'I'm Gonna Sit Right Down And Write Myself A Letter', música que abre o álbum e que tem entre seus intérpretes Nat King Cole (1919-1965) e Frank Sinatra (1915-1998). Dentre as 14 faixas, há duas novas composições de McCartney, as românticas 'My Valentine' e 'Only Our Hearts'.
Para acompanhá-lo, o músico contou com Tommy LiPuma e a cantora e pianista Diana Krall, que produziram o álbum. Eric Clapton e Stevie Wonder fazem participações especiais. Clapton toca guitarra em 'My Valentine' e em 'Get Yourself Another Fool', e Wonder é responsável pela gaita em 'Only Our Hearts'. Paul McCartney, pela primeira vez, atua quase exclusivamente como vocalista (ele toca guitarra acústica em duas faixas.
'Essas músicas nunca foram descartadas por McCartney como ?músicas às quais os pais dele ouviam' como muitos de sua geração subsequente faria quando a Beatlemania se instalou. Esse é um círculo que ele vem tentando completar há muitos anos', escreveu o músico Jamie Cullum para o jornal britânico 'Guardian', que disponibilizou o álbum na íntegra em seu site. (Amarílis Lage/Valor Econômico)
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