Embora a organização do evento e a Polícia Militar ainda não tenham
divulgado a estimativa de público, a impressão é que a 16ª edição da
Parada Gay deste ano atraiu menos público. Em 2011, cerca de 4 milhões
foram à avenida Paulista para a Parada do Orgulho LGBT (nome oficial da
Parada Gay), cujo tema foi a homofobia. Para a PM, o público parecia menor.
Previsto para começar às 12h deste domingo (10), o evento teve atraso
de mais de uma hora para começar. Pouco antes do início oficial,
policiais identificaram como skinheads um pequeno grupo que estava atrás
do Masp (Museu de Arte Moderna de São Paulo). Segundo a polícia, cerca
de 10 skinheads foram abordados a caminho da Parada, e liberados em
seguida.
Não houve outras ocorrências significativas. Responsável pelo policiamento na região da Paulista para a parada, o tenente-coronel Benjamin Francisco Neto disse que foram registradas 100 ocorrências, todas por abuso de bebidas alcoólicas; quatro pessoas precisaram ser levadas a hospitais. Embora as autoridades de segurança trabalhassem com reforços para combater o comércio ambulante, o UOL flagrou muitos participantes que levaram bebida alcoólica para a Parada.
O último trio elétrico da 16ª edição da Parada Gay em São Paulo chegou à praça Roosevelt, região central de SP, por volta das 18h deste domingo (10). No horário, a avenida Paulista já havia sido liberada. No total, 14 trios elétricos desfilaram na parada.
Em Nova York, José Serra (PSDB) cancelou a participação na Parada; durante a semana, o tucano havia confirmado presença. Uma das poucas lideranças políticas a ir ao evento foi a senadora Marta Suplicy (PT-SP); a petista inclusive postou uma foto no evento em seu Twitter. A senadora qualificou de "retrocesso" a demora na votação do projeto de lei que criminaliza a homofobia, e foi evasiva quando questionada sobre o porquê da ausência de Fernando Haddad, pré-candidato de seu partido à Prefeitura da capital.
Além de Marta, também estiveram presentes ao ato na Paulista o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), o ex-ministro do Esporte Orlando Silva e a pré-candidata à Prefeitura de São Paulo, Soninha Francine (PPS).
Como nos anos anteriores, os organizadores pedem a aprovação do Projeto de Lei Complementar 122/06, que torna crime a prática de homofobia, assim como ocorre com o racismo, e tramita há seis anos no Congresso. Neste ano, a organização decidiu não estimar o público da parada para que o foco seja justamente o tema escolhido. No ano passado, chegou-se a divulgar público de 4 milhões, número contestado pelo Datafolha.
Estudo realizado em 2011 pelo Observatório do Turismo, vinculado à SPTuris, apontou que 83,8% do público da parada é da capital, 11,3% de outras cidades da Grande São Paulo e 4,9% de turistas. As mulheres são maioria (58,9%).
A orientação sexual de 49,5% dos participantes é homossexual, 15,8% é bissexual e 34,6% heterossexual. A faixa etária com maior presença na parada é a de 18 a 24 anos (38,1%), seguida pela de 25 a 29 anos (28,4%) e 30 a 39 (19,1%).
(com reportagem de Ana Paula Rocha, Fabrício Calado, Gabriela Fujita e Giuliano Spadari. Supervisâo: Edilson Saçashima)
Participantes
começam a chegar na manhã deste domingo (10) à avenida Paulista para a
16ª edição da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo Fernando Donasci/UOL
Não houve outras ocorrências significativas. Responsável pelo policiamento na região da Paulista para a parada, o tenente-coronel Benjamin Francisco Neto disse que foram registradas 100 ocorrências, todas por abuso de bebidas alcoólicas; quatro pessoas precisaram ser levadas a hospitais. Embora as autoridades de segurança trabalhassem com reforços para combater o comércio ambulante, o UOL flagrou muitos participantes que levaram bebida alcoólica para a Parada.
O último trio elétrico da 16ª edição da Parada Gay em São Paulo chegou à praça Roosevelt, região central de SP, por volta das 18h deste domingo (10). No horário, a avenida Paulista já havia sido liberada. No total, 14 trios elétricos desfilaram na parada.
Descomprometimento
Embora a política fosse um dos focos neste ano, com a proximidade da eleição municipal e a pressão pela aprovação do Projeto de Lei Complementar 122/06, que criminaliza a homofobia, esta Parada fica marcada pela ausência de políticos. Ou melhor, pela ausência de políticos que querem governar São Paulo: a maioria dos pré-candidatos à Prefeitura não foi à Parada.Em Nova York, José Serra (PSDB) cancelou a participação na Parada; durante a semana, o tucano havia confirmado presença. Uma das poucas lideranças políticas a ir ao evento foi a senadora Marta Suplicy (PT-SP); a petista inclusive postou uma foto no evento em seu Twitter. A senadora qualificou de "retrocesso" a demora na votação do projeto de lei que criminaliza a homofobia, e foi evasiva quando questionada sobre o porquê da ausência de Fernando Haddad, pré-candidato de seu partido à Prefeitura da capital.
Além de Marta, também estiveram presentes ao ato na Paulista o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), o ex-ministro do Esporte Orlando Silva e a pré-candidata à Prefeitura de São Paulo, Soninha Francine (PPS).
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Tema
Com o tema "Homofobia tem Cura: Educação e Criminalização", A parada gay paulistana é a que reúne o maior número de participantes entre todas as paradas do gênero. O tema parodia instituições religiosas que dizem curar a homossexualidade; com ele, a organização cobra do poder público a aplicação de políticas púbicas em educação para combater a discriminação a homossexuais.Como nos anos anteriores, os organizadores pedem a aprovação do Projeto de Lei Complementar 122/06, que torna crime a prática de homofobia, assim como ocorre com o racismo, e tramita há seis anos no Congresso. Neste ano, a organização decidiu não estimar o público da parada para que o foco seja justamente o tema escolhido. No ano passado, chegou-se a divulgar público de 4 milhões, número contestado pelo Datafolha.
Breve raio-x da Parada
Dados da São Paulo Turismo (SPTuris), órgão da prefeitura responsável pelo turismo na capital, apontam que a Parada Gay, organizada pela primeira vez em 2007, com cerca de 2.000 participantes, tornou-se um dos maiores eventos da cidade e do país, atraindo 600 mil turistas que deixam mais de R$ 200 milhões em receita.Estudo realizado em 2011 pelo Observatório do Turismo, vinculado à SPTuris, apontou que 83,8% do público da parada é da capital, 11,3% de outras cidades da Grande São Paulo e 4,9% de turistas. As mulheres são maioria (58,9%).
A orientação sexual de 49,5% dos participantes é homossexual, 15,8% é bissexual e 34,6% heterossexual. A faixa etária com maior presença na parada é a de 18 a 24 anos (38,1%), seguida pela de 25 a 29 anos (28,4%) e 30 a 39 (19,1%).
(com reportagem de Ana Paula Rocha, Fabrício Calado, Gabriela Fujita e Giuliano Spadari. Supervisâo: Edilson Saçashima)
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