Denúncia foi feita no dia 16 na Polícia Civil e o caso está sendo apurado pelo próprio Grupamento de Bombeiros em Cascavel...
A
aluna do curso de formação dos bombeiros que denunciou supostos abusos e
constrangimento por parte de um tenente do 4º Grupamento de Bombeiros
em Cascavel deverá continuar as aulas na cidade de Pato Branco, no
Sudoeste do Estado.
Em
um boletim de ocorrência registrado no último dia 16, na Delegacia de
Polícia Civil, ela relatou que foi submetida a tirar a roupa na frente
dos demais alunos, todos homens, e eles a tirarem a roupa na frente
dela. A aluna também diz que, dentro de um espaço pequeno, foi obrigada a
dormir junto com seis homens.
No
boletim de ocorrência ainda está descrito que as “perseguições” foram
comandadas pelo tenente que é instrutor do curso. O relato descreve que
ele estaria fazendo pressões psicológicas e tentando forçá-la a desistir
do curso, já que não quer mulheres na escola de formação. O tenente
teria levado pronta uma ficha de desistência para que ela abandonasse a
escola.
Ainda
de acordo com os relatos, ela, juntamente com os demais alunos, teria
sido submetida a permanecer durante 3 horas em frente a uma fogueira e
que ficou com as mãos e os pés queimados.
O
delegado adjunto da 15ª SDP (Subdivisão Policial), Edward Ferraz,
informou que teve conhecimento da denúncia, mas que o caso será
investigado pela própria corporação dos bombeiros.
“Não
há atribuição para apuração dos fatos, tendo em vista que o suposto
crime narrado no boletim de ocorrência decorreu em razão de atividades
militares. Portanto, não haveria atribuição para a Polícia Civil e sim
para a autoridade policial militar. No boletim de ocorrência ela
descreveu uma ocasião em que ela teria queimado partes do corpo numa
fogueira e também teria sido exposta a vexame diante da turma”, disse
Ferraz.
De
acordo com o subcomandante do 4º GB, major Fernando Raimundo Schunig,
os procedimentos de investigação já estão sendo feitos. Na opinião dele,
é pouco provável que as denúncias tenham procedência. Caso fique
confirmado que houve abuso por parte dos responsáveis pelo curso, não
está descartada a possibilidade de exonerações.
“A
partir do momento em que se verifique as acusações feitas diga-se de
passagem, de natureza gravíssima o que ela relata, os envolvidos – se
for comprovado que tiveram alguma participação, que efetivamente fizeram
esse tipo de ação –, eles serão responsabilizados tanto
disciplinarmente como criminalmente dentro da atividade do quartel”,
disse o subcomandante.
Embora
o prazo para a conclusão das investigações seja de 20 dias, o relatório
final poderá ser concluído já na próxima semana. Ele garante que o caso
será esclarecido e divulgado para evitar interpretações distorcidas.
“Nós,
tendo conhecimento disso, imediatamente o comando do 4º Grupamento do
Corpo de Bombeiros mandou instaurar sindicância segunda-feira [18], onde
temos um oficial responsável, encarregado e que está tomando a termo
todas as pessoas que foram envolvidas, que participaram do treinamento,
para que fique bem claro o que aconteceu”, explicou o major.
A
pedido da denunciante, um membro da comissão de Direitos Humanos da OAB
(Ordem dos Advogados do Brasil) em Cascavel também acompanha o caso.
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