Um ano após a morte de Amy Winehouse, em julho de 2011, aos 27 anos, seu pai, Mitch Winehouse, publicou "Amy, Minha Filha", livro que chega agora ao Brasil.
"Fiz o livro para acabar com especulações e boatos que estavam rolando sobre Amy", contou Mitch por telefone, de Londres.
"Disseram que ela estava usando drogas, que cometeu suicídio, tudo mentira. Amy estava livre das drogas havia três anos e a caminho de se livrar também do álcool. Sua morte foi causada por uma recaída ao álcool."
"Nem mesmo a voz magnífica e as canções fabulosas de minha filha me deixavam tão feliz quanto as vezes em que ela dizia 'Me dá um colo, papai'", escreveu Mitch Winehouse no livro "Amy, Minha Filha"
Sua ira é guardada para o ex-marido de Amy, Blake Fielder-Civil, que Mitch diz ter apresentado a filha às drogas. "Ele foi uma péssima influência para ela. Uma pessoa má, que se aproveitou dela como pôde e acabou colaborando para sua morte."
Mitch diz que começou a escrever um diário no ano de 2007, logo após Amy casar com Blake.
"De certa forma, eu pressenti que aquilo estava fadado ao desastre e resolvi começar um diário, para expressar meus sentimentos e minha angústia com aquela situação. Não é que eu pressentisse que ela morreria, mas estava claro para mim que as coisas não iam bem."
Escrever o livro não foi tão doloroso quanto reler as histórias, conta Mitch: "Fazer o livro foi uma experiência catártica e me ajudou a superar a dor pela morte de minha filha. O difícil mesmo foi reler o livro. Não aguentei. Desabei. Foi muito, mas muito doloroso. Por um bom tempo, não consegui nem ouvir as músicas de Amy, porque as lembranças eram terríveis demais".
Questionado se, em retrospecto, faria algo diferente para ajudar a filha, Mitch confessa: "Não. Fizemos tudo que foi possível para ajudar Amy, mas, no fim das contas, a pessoa precisa querer ser ajudada e isso nem sempre ocorreu com Amy. Aprendi que o vício só pode ser combatido, de verdade, por quem sofre dele".
Um ano antes da morte da filha, Mitch Winehouse lançou um disco, "Rush of Love", em que canta "standards" de jazz e até uma versão para "How Insensitive" ("Insensatez"), de Tom Jobim e Vinicius de Moraes.
"Adoro Jobim e gostaria muito de conhecer mais sobre música brasileira. Tenho alguns seguidores brasileiros no Twitter que vivem me recomendando discos. Quem sabe não faço uns shows no Brasil?"
Mitch parece vacinado contra insinuações de que teria usado a fama da filha para impulsionar sua carreira: diz que todo o dinheiro do livro e de seus shows vai para uma fundação que leva o nome de Amy e que ajuda jovens a se livrar das drogas. "Não ganho um centavo com minha carreira."
E sobre o legado deixado pela filha, afirma: "Tony Bennett diz que Amy foi uma das maiores cantoras dos últimos cem anos. E quem sou eu para discordar de Tony Bennett?".
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