domingo, 16 de setembro de 2012

"Não faria o filme se tivesse de encarnar Jason Bourne", diz protagonista de "Legado Bourne"

Eduardo Graça
Especial para o UOL, em Los Angeles
  • Jeremy Renner em cena do filme O Legado BourneJeremy Renner em cena do filme "O Legado Bourne"
Jeremy Renner está nervoso. “O Legado Bourne”, desde 7 de setembro nos cinemas brasileiros, ainda não havia estreado nem nos Estados Unidos (o filme recebeu críticas medianas e, em pouco mais de um mês em circuito já fez US$ 104 milhões de bilheteria no mercado doméstico, outros US$ 78 milhões mundo afora) e muita gente torcia o nariz para um filme que carrega Bourne no título mas não conta com Matt Damon no elenco.
Eu não faria esse filme se tivesse de encarnar o Jason Bourne. Isso não acontecerá nunca. Não farei e pronto! Sou um fã da franquia, mas não faria, não teria sentido um outro ator fazendo esse papel.
Jeremy Renner
No filme dirigido por Tony Gillroy (dos bons “Duplicidade” e “Conduta de Risco”), Renner vive Aaron Cross, um outro superespião em crise com o governo americano, daí o "legado" do título. E Gillroy, como se sabe, assinou o roteiro dos três filmes da franquia estrelados por Damon.
“Que fique claro, eu não faria esse filme se tivesse de encarnar o Jason Bourne. Isso não acontecerá nunca. Não farei e pronto! Sou um fã da franquia, mas não faria, não teria sentido um outro ator fazendo esse papel”, diz Renner ao UOL.
Para o ator, diferentemente de James Bond, Bourne não poderia ser interpretado por mais de um ator. “Bond é mais aceitável, foi estabelecido desde o início que era uma série. Aqui, não. Não quero pegar o papel de alguém. Tampouco acho que Matt iria querer. Está fora de questão. Poderiam me oferecer o dinheiro que fosse. Escreve aí: isso não vai acontecer jamais!”, diz, levantando o tom da voz.
Renner revela que se encontrou com Damon rapidamente, no aniversário de um amigo em comum. “Conversamos 30 segundos sobre o novo ‘Bourne’, Matt me lembrou que, no fim, o diretor-assistente Dan Bradley é o responsável direto por cada cena de ação dos filmes, e me aconselhou a sentar e conversarmos bastante com ele. Foi ótimo, ele estava certo, Dan é o cara”, conta.
Foto 4 de 8 - Rachel Weisz e Jeremy Renner em cena de "O Legado Bourne" Divulgação
No filme, Renner passa pelo mesmo programa responsável pelo surgimento de Jason Bourne, mas, ao contrário do predecessor, não sofre de amnésia. O filme chega a falar dos ‘drones’, os polêmicos protótipos teleguiados, dor de cabeça do governo Obama, capazes de eliminar inimigos à distância, sem qualquer prejuízo humano para as forças armadas do país agressor. No filme, um desses aviões é escalado para eliminar o personagem de Renner.
Curiosamente, o ator havia se encontrado na semana anterior à da entrevista com o presidente americano, em plena campanha para reeleição. Tratava-se de uma conversa sobre a necessidade de se levar o eleitorado jovem às urnas. Em 2008, Obama recebeu a maioria esmagadora de votos neste segmento. “Foi um bom encontro, e posso ajudar a conscientizar os jovens a votar em novembro, claro. Mas não vou declarar publicamente meu voto. Isso eu guardo para mim”, disse.
O mais difícil foi filmar cenas na água em temperaturas negativas, congelantes. Depois, foi tranquilo. Os lobos que aparecem em algumas cenas eram todos adestrados. Se você tinha comida, eles adoravam você.
Jeremy Renner
Para criar Aaron Cross, o ator trabalhou com o mesmo preparador físico de “Os Vingadores”, franquia em que vive o Gavião Arqueiro. “Não tive de treinar os braços especificamente, como no caso do Gavião, quando tive que aprender de fato arco e flecha. Aqui as sequências foram duras, mas o mais difícil foi filmar cenas na água em temperaturas negativas, congelantes. Depois, foi tranquilo. Os lobos que aparecem em algumas cenas eram todos adestrados. Se você tinha comida, eles adoravam você. Então, eu só me aproximava com carne de frango nas mãos, e eles se tornaram meus melhores amigos”, diz, rindo.
Definido por Renner como "xadrez em alta velocidade", “O Legado Bourne” é mais um capítulo na migração do ator de filmes e peças dramáticos para o universo dos super-heróis e dos thrillers. “Nunca imaginei que minha carreira iria rumar para esse nicho. Mas aconteceu e estou aproveitando bem. Até porque faço sempre personagens tridimensionais, a parte atlética é um adendo. E sou atlético desde menino, uni o útil ao agradável”, conta o ator.
Nas entrevistas durante o lançamento do semi-independente “Atração Perigosa” Renner brincar que tinha um salário mais alto em seu trabalho como construtor de casas do que em Hollywood. Não mais. “Mas ainda mantenho minha outra faceta. Tenho orgulho das casas que faço, de ajudar a construir um estilo de vida específico para os clientes de minha empresa. Você coloca seu pensamento em cada detalhe – as árvores, a lareira, a chaminé. Eu adoro!”.

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