A Arquidiocese do Rio inicia oficialmente no próximo dia 18 o processo de beatificação que pode transformar uma menina de nove anos na primeira santa nascida no Rio. Odette Vidal de Oliveira morreu em 1939, vítima de meningite, e desde então vem sendo cultuada por um número crescente de católicos.
Desde dezembro, quando a intenção de reconhecê-la como santa veio a público, o túmulo da menina passou a ser o mais visitado do cemitério São João Batista, em Botafogo, superando até mesmo o jazigo de Carmen Miranda, historicamente o mais procurado pelos visitantes.
"Já identificamos centenas de graças alcançadas por fiéis que pediram a intercessão de Odetinha.
Mas agora precisamos comprovar de fato um milagre", explica o padre e historiador João Cláudio Loureiro do Nascimento, membro de uma comissão da Arquidiocese do Rio criada para identificar novos nomes que podem integrar a lista de santos da Igreja Católica.
O Vaticano já autorizou o prosseguimento do processo. A próxima etapa consiste em obter provas documentais para atestar o primeiro milagre da Santa Odetinha.
"As provas serão analisadas por peritos contratados pelo Vaticano, que vão definir se o caso realmente pode ser considerado sem explicação pela medicina", diz.
Uma intervenção atribuída à menina é a recuperação de uma mãe, que, após o parto, teve uma grave hemorragia. Os médicos teriam afirmado ao próprio marido que sua mulher não iria sobreviver. No hospital, ele pediu a ajuda de Odette em suas orações.
Segundo o padre, Odette provavelmente nasceu em Madureira. Na região, havia o frigorífico de Francisco Oliveira, pai adotivo da menina. Ele se casou com Alice Vidal, a mãe de Odetinha, após a morte de Augusto Ferreira Cardoso --pai biológico que morreu de tuberculose durante a gravidez da esposa.
"Odetinha sempre chamou atenção por sua religiosidade, tinha uma relação muito intensa com a oração. Algo incomum para uma criança de sua idade", acrescentou.
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