terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Tron retorna depois do fracasso que virou cult

Há 28 anos, Tron, um dos primeiros filmes com efeitos de computação gráfica produzidos por Hollywood, se tornava um fracasso de bilheteria, mas ao mesmo tempo um cult, destinado a retornar em 2010 como uma obra retrô-futurista, com Jeff Bridges em dois papéis e trilha sonora do duo francês de música eletrônica Daft Punk.
Para Joseph Kosinski, diretor do filme, o principal desafio é justamente esse intervalo entre as duas produções.
- É uma história complicada, porque estamos construindo sobre uma trama que foi feita em 1982 e criando uma história intermediária 28 anos depois.
Os inúmeros prêmios que Kosinski, que, além de cineasta, também é arquiteto, engenheiro mecânico e criador multimídia, recebeu como diretor dos comerciais dos jogos eletrônicos Gears of War e Halo convenceram a Disney de que esse versátil profissional de 36 anos era o melhor nome para ressuscitar Tron, em uma história com tecnologia de ponta que chegará aos cinemas dos Estados Unidos e Brasil nesta sexta-feira (17).A primeira versão custou US$ 17 milhões (R$ 28 milhões) e arrecadou, após várias semanas em cartaz, US$ 33 milhões (R$ 55 milhões), um valor baixo para as expectativas de Hollywood - então maravilhada com a arrecadação de Guerra nas Estrelas.
- Este é um dos filmes que leva muito tempo para ser feito. Estamos falando de todos os progressos tecnológicos alcançados desde o primeiro filme. Aliás, essa primeira produção levou nove meses na pós-produção. O nosso levou 18 meses de pós-produção. Mesmo com todos os avanços da tecnologia atual, levamos ainda mais tempo para concluir.Como é frequente, os produtores evitam falar do orçamento, mas se presume que o custo da produção chegou a US$ 200 milhões (R$ 337 milhões) para mostrar Bridges - Oscar de Melhor Ator em 2010 - ainda preso nas redes virtuais.O filho do personagem, interpretado por Garrett Hedlund, entra por curiosidade no mesmo mundo de programas cibernéticos e jogos de luta, com motos e movimentos estilizados, ao som da trilha sonora dos franceses do Daft Punk, que o cineasta afirma admirar há muito tempo.
- Foi um pouco surrealista sentar para tomar café da manhã com eles há três anos e meio e dizer que eles seriam perfeitos para a trilha. E foi assim que descobrimos que estávamos criativamente em sintonia. Queríamos uma trilha sonora original clássica, que mesclasse música eletrônica e orquestral de uma maneira única.
O elenco inclui a bela Olivia Wilde, conhecida pelo papel de Thirteen na série de TV House, e Bruce Boxleitner, que também participou do Tron original.Bridges, que completou 61 anos há poucos dias, interpreta dois personagens, um deles bem mais jovem graças à tecnologia dos computadores. Em uma entrevista coletiva em Los Angeles, ele afirma que seu personagem não mudou muito.
- No fundo meu personagem não mudou tanto, mas acredito que o entusiasmo dele pela tecnologia se perdeu um pouco por ter ficado preso dentro do computador. Há 27 anos, Tron foi um filme realmente de vanguarda. Claro que agora, ao olhar para trás, parece uma antiga série de televisão em preto e branco.Segundo Kosinski, o envolvimento no projeto demandou um grande interesse por design e criação.
- Fiquei feliz com a possibilidade de criar um mundo a partir do zero, no qual veículos, figurino, arquitetura e todo o restante são sentidos como se encaixassem de verdade.

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