terça-feira, 11 de janeiro de 2011

'Passione': Clara terá final feliz em praia do Pacífico

Ao contrário do que acontece na maioria das novelas, a vilã Clara (Mariana Ximenes) não terá um final infeliz. De acordo com a coluna Telinha, do jornal Extra, ela terminará Passione num verdadeiro paraíso e sem castigo. Se tudo correr como previsto, ela será vista em uma praia do Pacífico, desempenhando a mesma função do início da trama: trabalhando como enfermeira, cuidando de um senhor em uma cadeira de rodas. Antes de debandar para o tal paraíso, ela terá uma forte discussão com Ednéa (Priscila Assum), sequestrará sua ex-colega de trabalho e partirá numa fuga espetacular. Com a polícia a perseguindo, elas sofrerão um acidente de carro, que será gravado em uma pedreira no Rio de Janeiro, e Clara escapará viva.
Fred descobre que seu pai não foi injustiçado
Por um momento, toda a raiva que Fred (Reynaldo Gianecchini) sente pelos Gouveia parece não fazer sentido. Nesta terça-feira (11), em Passione, ele descobre que seu pai, a quem idolatrou por toda a vida, não foi injustiçado pela metalúrgica.Ao contrário da história que Lobato contou à família, ele foi o responsável pela fatalidade. Quem dá a notícia a Fred é Gerson (Marcello Antony), com o laudo que comprova a sabotagem armada pelo marido de Candê (Vera Holtz).Inconformado, o vilão fica com os papéis. Para manter a lembrança positiva do pai, que justifica sua sede de vingança pelos Gouveia, ele queima os documentos.
Análise aponta Clara como assassina de Saulo e Eugênio
A cinco dias do fim de Passione, a grande questão que paira na trama desde seu primeiro capítulo está prestes a ser revelada: afinal, quem matou Eugênio (Mauro Mendonça) e Saulo (Werner Schünemann)?
Atenta aos detalhes da novela, além das dicas dadas por Silvio de Abreu para identificar o assassino dos personagens, a reportagem do Terra foi a fundo nas minúcias, assistiu novamente ao primeiro capítulo da trama - pois nele, segundo o autor, constam indícios que apontam para o criminoso - e fez todas as ligações possíveis entre os fatos. A conclusão de todo este trabalho aponta para Clara (Mariana Ximenes), a grande vilã da trama, que apesar de ser um personagem aparentemente "óbvio" para o cargo de assassino, sempre se esquivou das suspeitas por estar envolvida em outras tiranias, bem menos sanguinárias e fatais como as que foram omitidas durante toda a novela.
Morte de Eugênio
Logo no primeiro capítulo da trama, o público foi surpreendido com a morte de Eugênio, que aparentemente sofreu um infarto e não resistiu. No entanto, sabe-se, através de declarações do próprio autor, que ele foi assassinado e muitos são os fatores que apontam para Clara como a responsável pelo crime. Um dos pontos mais explícitos é que até o momento da morte de Eugênio as únicas a terem contato com o empresário são Clara, Bete Gouveia (Fernanda Montenegro) e Olga (Débora Duboc), sendo que a última apenas ajuda no socorro do dono da metalúrgica quando ele sofre o infarto, tendo uma breve participação.
Logo após sofrer o ataque no coração, ele fica deitado na cama e Clara, enfermeira do empresário, o faz tomar algumas pílulas, que segundo ela teriam sido indicadas pelo médico que estaria a caminho da residência da família. Eugênio toma os remédios, confessa para Bete que entregou Totó (Tony Ramos) para uma família italiana e morre logo em seguida. Saulo, filho mais velho de Bete e Eugênio, explicita o rancor pelo pai no velório, pois sempre se sentiu rejeitado e sabotado na empresa. "Está vendo? Adiantou me boicotar estes anos todos? Agora quem vai comandar tudo sou eu", diz ele para sua mulher, Stela (Maitê Proença). Logo após esta fala, ainda no velório, a câmera dá um close no rosto de Clara. A partir desta cena, obtivemos uma nova conclusão: Clara matou Eugênio a mando de Saulo. Antes mesmo do empresário sofrer o infarto, foi exibida uma cena em que acontecia uma prova de ciclismo, patrocinada pela metalúrgica da família. Eugênio entregaria o prêmio ao vencedor e não convidou Saulo para participar do evento. Ele, por sua vez, viajou para o Guarujá e se mostrou muito irritado com o fato de ter sido rejeitado pelo pai e esbraveja com sua mulher. Stela pede para que ele tenha calma, pois seu pai estava se recuperando de um problema de saúde. Em seguida, a socialite deixa o apartamento e o empresário fica sozinho. Neste momento, ele pega o celular e faz uma ligação, mas o receptor da chamada não é identificado. "Oi, é o Dr. Saulo". Voltando à casa da família Gouveia, após a morte de Eugênio, Bete convoca Clara para uma séria conversa em seu quarto e oferece dinheiro para que ela não comente com ninguém a história que o empresário revelou instantes antes de morrer. A vilã se mostra solidária e diz que não contará a ninguém, recusando a proposta. Neste momento, ela mostra mais uma ligação com o filho mais velho de Bete. "Dr. Saulo me pediu no velório se eu podia cuidar mais um tempo do Dr. Antero e da Dona Brígida pelo menos até eles se conformarem com tudo o que aconteceu", comenta. Após a conversa, Clara recebe uma ligação e diz que Bete entrará no cofre para investigar os documentos do filho "perdido". Outra pista que aponta um elo entre eles: Clara se referiu a Saulo como doutor, assim como o próprio empresário se intitulou ao fazer a ligação misteriosa quando estava no Guarujá.
Morte de Saulo
Se Clara matou Eugênio a mando de Saulo, porque ela se rebelou contra seu mandante e o esfaqueou em uma cama de motel?
Motivos não faltam para a vilã. Levando em consideração que ela sempre teve como objetivo a herança de Totó (Tony Ramos) e o carrasco sempre foi um grande empecilho nos negócios da metalúrgica, ver-se livre dele facilitaria suas manobras na tomada do império da família Gouveia assim que colocasse a mão em toda a fortuna do italiano. Além disso, ela e Fred (Reynaldo Gianecchini) nunca perderam efetivamente o vínculo. O galã/vilão de Passione estava sendo chantageado pelo executivo, que dizia que iria contar à polícia que seu pai foi assassinado por ele. Fred também descobriu que Saulo tinha uma enorme fortuna em paraísos fiscais e ficou com a grana assim que ele morreu. Há a hipótese de Fred ter encomendado a morte de Saulo para Clara como "pagamento" de dívidas, já que a vilã sempre teve medo das ameaças do ex-namorado.
Na época em que Saulo foi assassinado, Clara estava se redimindo de suas crueldades para reconquistar Totó. Como sabemos, tratava-se de uma nova manobra para um novo golpe. A fórmula utilizada pelo autor para despistar o foco da vilã foi fazer com que os personagens que tinham ligação direta com o empresário surgissem atormentados ou em situações confusas. Arthurzinho (Julio Andrade), Stela, Agnello (Daniel de Oliveira), Laura (Adriana Prado), Danilo (Cauã Reymond), Gerson (Marcello Antony) e Mauro (Rodrigo Lombardi) foram envolvidos em cenas misteriosas, com direito a conversas enigmáticas e suspense.
Apartamento de Fred
Em entrevista ao Fantástico nesse domingo (9), Silvio de Abreu adiantou que Fred receberá quatro visitas em seu apartamento após ser libertado da prisão. Além disso, a polícia invadirá sua casa e encontrará a faca utilizada na noite do crime de Saulo. Até o capítulo de sábado (8), Clara havia sido a única a visitar o vilão. Os outros três personagens escalados para aparecer no apartamento são Laura, Gerson e Danilo. Relembrando o primeiro capítulo da novela, Gerson e Danilo não estavam na mansão da família Gouveia quando Eugênio foi assassinado. Portanto, estão eliminados das suspeitas. Laura nunca teve acesso à casa da família e surgiu tarde na trama. Ou seja, também não é a assassina de Passione. O posto, definitivamente, é de Clara.
Dicas de Silvio de Abreu
- É um personagem considerado marcante desde o início da trama
- A mesma pessoa que matou Eugênio também matou Saulo
- No primeiro episódio há dicas que apontam para o assassino
- Após ser libertado da prisão, Fred receberá quatro visitas em seu apartamento. A polícia irá até o local e encontrará a faca utilizada no assassinato de Saulo e o vilão dirá que não é responsável pela morte. Silvio diz que um dos quatro personagens que o visitaram podem ter colocado o objeto do crime no local. Até o episódio de sábado (8), somente Clara havia visitado o rapaz
- O ator que interpreta o assassino - e ainda não sabe de sua missão - gravará a cena da revelação pouco antes do último capítulo ir ao ar. Esta dica já descarta alguns personagens, como o mordomo Arthurzinho, pois o ator Julio Andrade já encerrou as gravações .
'Sim, vamos ter mais uma morte até o final da novela', diz autor de 'Passione'
Faltam apenas oito capítulos para o público descobrir quem matou Saulo (Werner Schünemann), se Totó (Tony Ramos) ainda está vivo apesar de ter levado dois tiros certeiros de Clara (Mariana Ximenes), e com quem o bígamo Berilo (Bruno Gagliasso) será feliz para sempre. Com Jéssica (Gabriela Duarte) ou Agostina (Leandra Leal)? Ou com as duas?
Mesmo com tantos mistérios a serem solucionados, o autor Silvio de Abreu promete novas surpresas na reta final de "Passione". "Sim, vamos ter mais uma morte até o fim da novela", adianta.É claro que o autor não deu nenhuma pista ao G1 sobre quem será "a próxima vítima". Expressão clichê, mas que já foi título de uma de suas novelas - a recordista em assassinatos, com 12 defuntos.
Jéssica, Berilo e Agostina: triângulo amoroso garantiu os melhores momentos de humor.
"Passione", no entanto, não deve ficar marcada pelo derramamento de sangue cenográfico.Será lembrada como a que reuniu elenco estelar - Fernanda Montenegro, Irene Ravache, Cleyde Yáconis e Leonardo Villar foram brilhantes - e a que fez de personagens secundários peças-chaves para desvendar toda a história.Afinal, quais são os enigmas que envolvem o mordomo Arturzinho (Júlio Andrade), a jornalista Laura (Adriana Prado) e o cantor Diogo (Daniel Boaventura)?
Na entrevista a seguir, Abreu faz um balanço da novela de sotaque italianado, que chega ao fim no próximo dia 14. Confira:
 "Passione" já teve tantos assassinatos que está quase lembrando outra novela sua, "A próxima vítima". O público deve se preparar para mais mortes?
Silvio de Abreu - Em número de assassinatos, "Passione" perde longe para "A próxima vítima", que teve 12 mortes. Mas, sim, vamos ter mais uma morte até o fim da novela.
G1 - Personagens secundários ganharam relevância e parecem guardar todos os segredos que envolvem os crimes da história. Por que essa opção?
Abreu - Não foi só uma opção. É a história de "Passione", os personagens da novela. Ninguém ali entrou por acaso, todos tinham sua trama, sua história a ser contada. Entraram devagar, com papéis não tão destacados de propósito. Não queria que eles chamassem a atenção logo de início. Apareceram na hora certa para continuar contando a história.Público de novela é romântico e por isso torcia pela regeneração da Clara. E 'Passione' pode ser classificada de muitas coisas, menos de ser uma trama romântica"Silvio de Abreu
G1 - O senhor repetiu em "Passione" uma armadilha usada em "A favorita" que foi enganar o público quanto ao caráter de um dos personagens centrais. Caso da Clara, que ficou boazinha e depois voltou a ser vilã...
Abreu - Clara se apresentou desde o inicio como uma vilã, era óbvio que uma pessoa que já tinha feito tudo o que ela fez, não poderia se regenerar de uma hora para a outra. Público de novela é romântico, acredita em final feliz e por isso torcia pela regeneração da Clara. As justificativas que dei a ela como vilã e o carisma de Mariana Ximenes fizeram com que o público gostasse e admirasse a Clara e isto ia contra o princípio moral do telespectador de renegar a maldade e aceitar apenas os bons sentimentos. Se ela ficasse boazinha, tudo estaria justificado. E "Passione" pode ser classificada de muitas coisas, menos de ser uma trama romântica. A Mariana não sabia que a Clara estava fingindo, mas desconfiava.
G1 - Como autor é um desafio mudar tão radicalmente a conduta de um personagem e ainda assim manter a coerência?
Abreu - Eu tinha que esconder a verdadeira Clara para que a trama tivesse coerência. A história sempre foi essa desde o início. Há um grande trabalho em esconder, mas ao mesmo tempo, ir soltando algumas pistas. É preciso dedicação e entrega. Conversei muito com a Mariana Ximenes, ela sempre soube que tom queria para a Clara. Mas eu podia confiar de olhos fechados, a Mariana é uma atriz talentosíssima.
G1 - Foram publicadas algumas críticas sobre a suposta falta de carisma da mocinha vivida por Carolina Dieckmann e que foi difícil para o público ver a Mariana Ximenes como vilã. A rejeição popular influi no andamento de suas novelas?
Abreu - Os comentários sobre Diana [Dieckmann] foram típicos de uma novela das 21h. É o horário nobre, o carro-chefe da emissora e sempre vai dar muito o que falar. Quando os comentários começaram a aparecer, fiquei surpreso porque sempre tive um retorno muito positivo sobre a Diana. Prova disso foram os emails que recebemos quando Diana morreu. Ninguém a queria morta, o público ficou bastante chateado. Mas a história já estava escrita, independendo de comentários e desaprovação do público. A escolha da Carolina foi acertadíssima, assim como a da Mariana. Esse ar angelical dela era fundamental para essa dúvida sobre o caráter de Clara.
G1 - Que atuação o senhor considerou a grande surpresa de "Passione"?
Abreu - Não dá pra escolher uma só. O elenco esteve perfeito, muito entregue, muito dedicado. O que falar dos veteranos Tony Ramos, Fernanda Montenegro, Cleyde Yáconis, Leonardo Villar? Sem palavras. Os novos na televisão Mayana Moura, Julio Andrade, Debora Duboc, Bianca Bin entre outros também deram um show.
G1 - Tão esperado quanto as respostas para as mortes da novela, é que fim terá o triângulo amoro entre Berilo, Jéssica e Agostina...
Abreu - Jéssica, Berilo e Agostina garantiram boas risadas ao público.Todas as possibilidades são possíveis. Entre esses três, tudo pode acontecer. Jéssica já virou amante, já fingiu ter amante, já foi pra Toscana atrás de Berilo. Agostina já fugiu com ele, já fez o pai comprar um táxi pro marido, já correu atrás de Jéssica. Tanta coisa que fica difícil achar que elas ainda podem ir mais longe, mas tenha a certeza que irão!
G1 - Há um grau de parentesco muito forte entre os personagens de diferentes núcleos de "Passione". Essa "proximidade sanguínea" é um influência rodrigueana?
Abreu - Isso já acontecia em "Belíssima" [novela do autor que foi ao ar em 2005]. Gosto desse universo familiar e claro sou um admirador confesso de Nelson Rodrigues, como também de Tennesse Williams e Eugene O´Neil. O primeiro nome que pensei para "Passione" foi "Segredos de família", mas achei muito explícito e sem nenhuma magia.O primeiro nome que pensei para 'Passione' foi 'Segredos de família', mas achei muito explicito e sem nenhuma magia'Silvio de Abreu
G1 - Como é a sua rotina quando está com uma novela no ar?
Abreu - Trabalho em "Passione" desde janeiro de 2008. Quando terminarmos, completarei três anos de dedicação absoluta. Demorei seis meses para escrever a sinopse e o perfil dos personagens, mas esta foi a minha base e sem ela eu nunca teria conseguido desenvolver a novela da maneira que desenvolvi. Minha rotina antes da estreia é mais elástica, acordo lá pelas 8h, escrevo durante seis ou oito horas. Mas quando a novela estreia essa rotina aperta: levanto às 6h escrevo das 7h até as 13h, almoço, volto a escrever às 14h ou 14h30 e vou até meia noite. Isso durante 209 dias consecutivos, sem sair de casa. É estafante, mas não posso negar que seja prazeroso.
G1 - Você pode dar uma pista sobre quem matou Saulo?
Abreu - Essa eu vou ficar te devendo. Tivemos muito cuidado para manter em suspense o assassinato de Saulo por um único motivo: surpreender e divertir o telespectador. Afinal, é para ele que eu escrevo, não é verdade?

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