quinta-feira, 7 de março de 2013

PAÍS DA VERGONHA!!-Pastor polêmico racista e homofóbico presidirá Comissão de Direitos Humanos da Câmara

Os deputados da CDH (Comissão de Direitos Humanos e Minorias) da Câmara dos Deputados, elegeram, nesta quinta-feira (7), o pastor Marco Feliciano (PSC-SP) como presidente. Ele teve 11 votos dos colegas (houve 12 votos no total, sendo um em branco) e já havia sido indicado por seu partido para presidi-la. Feliciano é criticado por entidades ligadas aos direitos humanos por acusações supostamente racistas e homofóbicas, mas diz ter sido mal interpretado. Após ser eleito hoje, Feliciano chegou a dizer que sua mãe é de "matriz negra", apesar de não ter o "matiz de pele" negro. "Caso eu fosse racista, deveria pedir perdão primeiro a minha mãe, uma senhora de matriz negra." Ele disse ainda que irá trabalhar "como um magistrado" no novo cargo.

A eleição do presidente é feita pelos membros da comissão, que, em geral, seguem a indicação partidária. A bancada do PSC, composta por 17 parlamentares, confirmou na terça-feira o nome do pastor para ocupar o cargo. Como vice, a indicação foi para a deputada Antonia Lúcia. Até então, o PT comandava a CDH, sob a direção do deputado Domingos Dutra (MA), mas a legenda preferiu assumir as comissões de Constituição e Justiça e Cidadania; de Seguridade Social e Família e de Relações Exteriores e Defesa Nacional. A sessão de hoje foi marcada, mais uma vez, por polêmicas e protestos -- o presidente Domingos Dutra chegou a se retirar da sessão, seguido por outros parlamentares, como Jean Wyllys (PSOL-RJ). A deputada Luiza Erundina chegou a dizer que "esta não é mais uma comissão de direitos humanos". Dutra se recusou a comandar a eleição sem a participação dos movimentos sociais, que foram impedidos de entrar na sala da comissão. Nesta quarta, a comissão deveria ter realizado a eleição, mas, devido a bate-boca e tumulto, a sessão foi cancelada e convocada novamente para esta quinta, desta vez, sem a presença de manifestantes e "torcida". Aos 40 anos e pastor da Igreja Assembleia de Deus há 14, Feliciano é formado em Teologia e está em seu primeiro mandato na Câmara dos Deputados. Polêmicas

Desde a semana passada, antes mesmo de ser indicado pelo PSC para o posto, a possibilidade de Feliciano como presidente da CDH gerou protestos de ativistas de direitos humanos, porque o deputado tem um discurso que pode ser considerado polêmico. Em 2011, ele usou o Twitter para dizer que os descendentes de africanos seriam amaldiçoados. "A maldição que Noé lança sobre seu neto, Canaã, respinga sobre o continente africano, daí a fome, pestes, doenças, guerras étnicas!", escreveu. Em outra ocasião, o pastor postou na rede social que "a podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam ao ódio, ao crime e à rejeição". No ano passado, o pastor defendeu em debate no plenário os tratamentos de "cura gay". Ele nega as acusações de racismo e homofobia. Ontem, ele negou ser homofóbico. "Não sou contra os gays, sou contra o ato e o casamento homossexual. Quero o lugar para poder justamente discutir isso. Vai ser debate. Vou ouvir e vou falar", afirmou. Disputa na web Quando foi anunciado que o PSC ficaria com a presidência da comissão, vários abaixo-assinados começaram a se espalhar pela internet, contra e a favor da indicação de Feliciano para o cargo.

Vídeo mostra pastor Marco Feliciano pedindo senha de cartão de fiel

Está circulando na internet um vídeo que mostra o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), que também é pastor evangélico, pedindo dinheiro para os fiéis de sua igreja, a Catedral do Aviamento da Assembleia de Deus. O pastor também repreende um fiel que doou o cartão sem a senha para sacar o dinheiro. "É a última vez que eu falo. Samuel de Souza doou o cartão, mas não doou a senha. Aí não vale. Depois vai pedir o milagre para Deus e Deus não vai dar. E vai falar que Deus é ruim", diz durante a celebração na igreja. Após confusão, eleição de pastor para presidência de comissão é adiada OAB critica indicação de pastor para Comissão de Direitos Humanos

O pastor é o indicado do PSC para assumir a presidência da Comissão dos Direitos Humanos e Minorias da Câmara. Mas seu nome é alvo de protestos por declarações consideradas homofóbicas e racistas de autoria do pastor. No vídeo, Feliciano incita os fieis a doarem R$ 1.000, mas para quem não pode oferecer toda a quantia, o pastor diz para doar R$ 500. Segundo o pastor, o fiel pode fazer a "oferta" de diversas formas. A igreja aceita dinheiro, cheque, cartão, depósito bancário e até moto. Também aceita cheques pré-datados para 90 dias. "Isso não te quebra o coração, você vai ficar mesmo com esse dinheiro na carteira?", questiona o pastor.

"Esse foi o que acreditou", diz o pastor ao pegar o cheque de um fiel. "Esses eu queria segurar todos na mão porque eu vou fazer uma oração especial para ele." A Folha tentou entrar em contato com o deputado para comentar o vídeo, mas ele não foi localizado até a publicação desta notícia. Os integrantes da Comissão de Direitos Humanos e Minorias discutem nesse momento se devem ou não começar a reunião para a eleição do novo presidente do colegiado. O encontro está fechado para manifestantes.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...