terça-feira, 18 de março de 2014

“BBB”: ONGS PEDEM RETRATAÇÃO DA GLOBO POR SUGESTÃO DE EXTERMÍNIO DE PORTADORES DE HIV

E a 14ª edição do "Big Brother Brasil" não para de causar polêmica. Após alguns dos participantes terem feito comentários considerados racistas, Angela causou revolta ao sugerir, na última sexta-feira, que os portadores de HIV deveriam ser exterminados. Durante a atração, a "sister" deu sua opinião depois de Cássio afirmar que era possível erradicar a doença. "O que o governo gasta com remédios para os portadores da Aids, se ele gastasse apenas três vezes mais, em 40 anos acabava a Aids no mundo. Porque daria remédio para todas as pessoas. Quem já tem, geralmente não dura mais de 40 anos, falece, e a Aids acaba", disse o "brother". Diante disso, Angela afirmou: "Vamos matar todo mundo". Em seguida, a participante continuou: "O que mais me irrita é saber que a Aids veio do macaco e teve um idiota que foi transar com um macaco!". A cena causou indignação dos telespectadores, que se manifestaram nas redes sociais. Mas não foi só o público que se chocou com as declarações.

Entidades que lutam pelos direitos dos portadores de HIV se manifestaram por meio de cartas endereçadas à Globo, em que pedem retratação pelo que foi dito. "Considerando as informações incorretas e eticamente condenáveis no que se refere tanto à epidemia quanto às pessoas vivendo com HIV/Aids, que reforçam o preconceito e o estigma, solicitamos à Rede Globo de Televisão a retificação da declaração feita pela participante do reality show. Para eliminarmos a epidemia é preciso saber informar e, sobretudo, respeitar os direitos humanos das pessoas vivendo com HIV/Aids", diz a mensagem da Coordenação Estadual DST/Aids-SP. "A RNP+ Brasil lamenta profundamente que a Rede Globo tenha se omitido no cumprimento de seu papel social, contribuindo para aprofundar o preconceito, a discriminação e prestando um desserviço às pessoas que vivem com HIV e AIDS. Lamentamos ainda que o apresentador do programa, em respeito à sua longa amizade com o cantor e compositor Cazuza, vítima mortal da AIDS, não tenha se sensibilizado com a frase infeliz da participante do reality show", diz trecho da carta assinada pela Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e AIDS. "O Fórum de Ongs/Aids de São Paulo, colegiado que reúne mais de 100 organizações com atuação em defesa da saúde pública de qualidade e pela garantia de manutenção dos direitos das pessoas que vivem com HIV e Aids, e das minorias mais afetadas pela epidemia, vem através desta nota manifestar seu repúdio às manifestações ocorridas no programa "Big Brother Brasil" da última sexta-feira, 14 de março, com a sugestão da pena de morte às pessoas que vivem com HIV e Aids e outras atitudes desrespeitosas protagonizadas por uma das participantes e transmitidas em rede nacional", dizia o trecho de mais uma mensagem sobre a declaração. Um abaixo-assinado foi criado no site "Petição Pública". "Pela segunda edição consecutiva, o reality show ‘Big Brother Brasil' presta um verdadeiro serviço de desinformação e disseminação do preconceito quanto ao histórico da epidemia e aos Direitos Humanos da Pessoas que vivem com HIV/AIDS. Em edição precedente, um participante declarou, contrariando todas as evidências clínicas e epidemiológicas, que apenas os homossexuais adquirem o HIV. E, na edição atualmente veiculada, em meio a uma ‘roda de conversa' na qual as maiores inverdades e tolices foram veiculadas sobre o HIV/AIDS, uma participante declara que todos os portadores de HIV/AIDS devem ser exterminados. Tais declarações não podem ser veiculadas pela mídia em hipótese alguma, sob pena e risco de termos uma verdadeira onda de perseguição às pessoas que vivem e convivem com HIV/AIDS", diz mensagem que acompanha a iniciativa. "Desta forma, nós abaixo assinados, pessoas que vivem e convivem com HIV/AIDS, militantes desta causa e profissionais que lutam há décadas contra o estigma e o preconceito que envolve a pandemia, EXIGIMOS uma retratação pública dos produtores do Big Brother Brasil COM A MAIOR URGÊNCIA!", conclui a nota. Mais de duas mil pessoas haviam assinado o documento até a tarde desta terça-feira.

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