terça-feira, 1 de abril de 2014

Prévia do novo Homem-Aranha mostra uma aventura mais… espetacular!

Em O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro, tudo parece superlativo. Mais colorido, mais estridente, mais épico. Mais… espetacular! Ainda faltam algumas semanas para conferir o filme de Marc Webb na íntegra, mas eu conferi uma prévia de meia hora da nova aventura, e os poréns do reboot de 2012 parecem ter sido limados. Webb e sua equipe-aranha – o que inclui os produtores Avi Arad e Matt Tolmach – passaram uma mão de verniz no novo filme, deixando de lado o “realismo” que tornou a produção anterior mais sisuda para abraçar as raízes do herói nas histórias em quadrinhos. Ainda é cedo para dizer qual é a de A Ameaça de Electro, mas o material exibido mostra uma guinada na direção certa e uma vontade de fazer do novo Aranha um filme sem vergonha de ser uma fantasia.

O próprio Marc Webb apresentou a prévia, dividia em três cenas com a função de iluminar alguns aspectos que devem permear o novo filme. A primeira, de cara, envolve a tal “história não contada” sobre o destino dos pais de Peter Parker e os segredos envolvendo sua origem – algo tão alardeado na campanha da aventura anterior e basicamente ignorado no longa. É a cena que abre A Ameaça de Electro, logo depois de Richard (Campbell Scott) e Mary (Embeth Davidtz) Parker deixar o pequeno Peter aos cuidados dos tios. O casal ter urgência em fugir, já que Richard descobriu um plano sinistro envolvendo seu trabalho na Oscorp. Ele precisa guardar os dados de sua pesquisa em local seguro e antevê uma vida em fuga permanente. Um acidente de avião, entretanto, abrevia seus planos, deixando Peter órfão. Webb tem a preocupação em armar o cenário para as descobertas que Peter fará no novo filme, preenchendo uma lacuna que a aventura lançada em 2012 deixou. O filé, no entanto, está na segunda cena, que é dividida em dois atos distintos. O primeiro coloca Peter, já como o Homem-Aranha, entre os arranha-céus da cidade. A composição de cada take é um avanço não só em relação ao filme anterior, mas também se comparado ao que Sam Raimi conseguiu em sua trilogia do Aranha: o herói tem peso, a gravidade o impulsiona para baixo e a tensão de suas teias o faz ganhar o ar mais uma vez. É um balé bem bacana por uma Nova York reconstruída digitalmente, interrompido por um caminhão dirigido por um louco… É Aleksei Sytsevich (Paul Giamatti), que roubou plutônio da Oscorp e foge desgovernado, arrebentando carros e o que mais pintar no caminho. A polícia faz o que pode, mas é o Aranha que surge para salvar o dia. Andrew Garfield é uma metralhadora de piadas como o herói, e mesmo em meio a balas e sirenes, ele conversa com Gwen Stacy (Emma Stone), que o espera na formatura de sua turma do colégio. Webb conduz a cena com fluidez, mostrando a agilidade do Aranha e as formas distintas como ele pode usar seu poder – ah, e aqui surge um “personagem” regular da Marvel em sua ponta habitual. Em seguida, retomamos o casal um ano depois. Peter e Gwen não são mais namorados, ela o chama para contar uma notícia importante, e o clima é agridoce. Não sei o quanto da interação de Garfield e Emma está no roteiro, o quanto é improvisado… Mas existe uma doçura entre eles que Webb captura à perfeição: são dois jovens que se amam, afastados por um compromisso maior que o sentimento. E o que vem a seguir comprova a fissura que houve entre eles. Quando seu sentido de Aranha buzina, Peter deixa Gwen e parte para a Times Square, onde ele encontra Max Dillon (Jamie Foxx), o homem que ele salvou na cena anterior, agora já transfigurado com os poderes de Electro. O surpreendente é o quanto a cena é tensa e bem construída. Dillon surge como um poço de rancor e, embora não entenda os poderes que ganhou, percebe que a chave é a eletricidade. A polícia intervém, ele perde o controle.

Quando o Aranha chega para tentar controlar a situação, e parece que Dillon vai se acalmar, uma bala perdida liberta sua fúria. O cinema pop já mostrou que sabe retratar destruição em massa, ao ponto da platéia se entediar com coisas explodindo, carros voando… Mas Webb mantém o foco nos personagens, não na pirotecnia, e isso faz toda a diferença. A cena derradeira da prévia mostra Harry Osborn (Dane DeHaan, que lembra um Leonardo DiCaprio mais jovem) libertando Electro de se cativeiro no Instituto Ravencroft. Expulso da Oscorp, Harry divide com Max Dillon o ódio pelo Homem-Aranha, e pede uma aliança para entrar na empresa de sua família e conseguir os meios de se vingar. A cena traz uma violência inesperada, mas que condiz com o tom fantasioso impresso por Marc Webb: são corpos de seguranças de Ravencroft varados pela eletricidade controlada por Dillon, que perde a humanidade para se tornar um ser composto por energia.

Eu ainda não tenho certeza se os planos em ampliar o universo cinematográfico do Homem-Aranha com Venom ou o Sexteto Sinistro podem vingar (não reclamaria de um projeto com o Homem-Aranha 2099…). Ao contrário dos X-Men ou dos Vingadores, equipes com diversos personagens que podem segurar o show, o Aranha é um só, e tirar esse centro é uma aposta arriscada. A boa notícia é que, ao que parece, Marc Webb e cia. ampliaram o canvas para o herói e este Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro tem tudo para recolocá-lo no topo do jogo cinematográfico dos super-heróis. Em exatamente um mês, quando a aventura chegar aos cinemas, a gente vai ter a resposta.

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