sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Aranha é chamado de 'macaco' por torcida do Grêmio

O jogo entre Santos e Grêmio terminou 2 a 0 para o time alvinegro, mas a cena mais lamentável veio das arquibancadas. O goleiro Aranha, do time paulista, foi alvo de críticas racistas por parte da torcida atrás do gol onde estava no no segundo tempo. Em uma imagem flagrada pela câmera da ESPN Brasil, é possível ver uma torcedora da equipe tricolor chamando Aranha de "macaco". Além disso, outros torcedores - inclusive, um negro - imitaram sons de macaco em direção ao atleta. O gesto revoltou o goleiro do Santos, que, visivelmente chateado, falou sobre o caso após o apito final. "O fato de ter uma campanha contra o racismo no telão da outra vez não é à toa. A torcida xingar e pegar no pé é normal. Mas daí começaram a falar ‘preto fedido', ‘cambada de preto', fiquei nervoso, mas fiquei me segurando. Fizeram rápido e pouco um coro de macaco, para não dar tempo de pegar. Pedi para o câmera virar e mostrar, mas ele não fez isso. Fico p.. com essas coisas acontecerem aqui. Mas isso dói, dói. Não é possível. Vem falar que eu estava insultando a torcida, virei e falei que eu era preto sim, negão", afirmou o goleiro. "Como tomar providência? No meio de tanta gente, fica difícil assim. Graças a muito esforço, tem leis, mas no futebol a gente sabe que o torcedor usa de várias maneiras para desestabilizar o torcedor. Sou mais experiente agora", falou Aranha. A assessoria de imprensa do Santos informou que divulgará uma nota no nome de Aranha sobre o caso.

 

Na súmula da partida disponível no site da CBF, o árbitro Wilton Pereira Sampaio não relatou o ocorrido. Ele apenas registrou que foi lançado um rolo de papel higiênico da torcida em direção ao goleiro santista. Além disso, o juiz registrou as reclamações de Felipão, que foi expulso na partida. Questionado sobre o assunto na entrevista coletiva após a partida, o técnico do Santos, Oswaldo de Oliveira, pediu que a punição seja mais pesada para as pessoas que cometem atos racistas. "Essa questão do racismo, a gente podia fazer o seguinte: parar de falar e as autoridades punirem. Tem que ser tratado com mais rigor tanto a violência como a manifestação racista", disse o treinador. "Como já falei, a recorrência é um fator que na verdade é abominável. O Arouca sofreu uma situação dessas no Paulista e não tenho notícia de ter acontecido algo. Ao mesmo tempo que fala e não tem punição, isso acaba estimulando esse tipo de atitude", completou.

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