quarta-feira, 20 de agosto de 2014

SADOVSKI-A primeira foto de Homem-Formiga e a overdose de super-heróis em todo lugar

A Marvel começou a produção de Homem-Formiga em São Francisco. Na foto aí em cima, Paul Rudd surge como Scott Lang, ladrão que usará um traje capaz de torná-lo minúsculo, além de outras propriedades. Inventado pelo cientista Hank Pym (Michael Douglas) para a SHIELD décadas atrás, Lang vai se enrolar numa trama de espionagem industrial, armas superpoderosas e ficção científica. Comparado a outros filmes da Marvel, Homem-Formiga parece ter uma escala menor, mas depois do sucesso galopante de Guardiões da Galáxia, nada com o selo do estúdio/editora que pertence à Disney pode ser considerado “discreto”. Eu mesmo sou entusiasta de filmes de super-heróis porque a) aprendi a ler com gibis de personagens coloridos e b) estava lá no início dessa história toda, no set canadense do primeiro X-Men, em 2000. Lá se vão quatorze anos e um punhado de filmes. Personagens de primeira linha ganharam tratamento cinematográfico, seguidos de outros do segundo escalão, num crescendo que passou de aposta arriscada a força-motriz da indústria.

Uma espiada nas maiores bilheterias de 2014 até agora entregam bem o jogo, com os novos X-Men, Homem-Aranha, Capitão América e, agora, Guardiões da Galáxia, disputando a liderança. Mas é de coçar a cabeça quando percebemos que, daqui até 2020 (menos seis aninhos), cerca de TRINTA novos filmes de super-heróis chegam ao cinema. Isso somando apenas o que a Marvel e a DC tem na manga, sem contar com os periféricos do tipo Tartarugas Ninja (que ganha continuação em 2016) ou Powers Rangers (o reboot sai no mesmo ano). Sem contar as séries de TV (Agentes da SHIELD, Agente Carter, Demolidor, Luke Cage, Punho de Ferro e Jessica Jones da Marvel; Constantine, Flash, Arrow e Gotham da DC). Sem contar as animações seriadas e em longa metragem. É a verdadeira era dos super-heróis em toda sua glória, para o bem ou para o mal. Corremos o risco de a fórmula desandar? Estatisticamente, é questão de tempo. Por outro lado, é improvável que o público vire as costas tão cedo. E não apenas os fãs de quadrinhos, que não um blip no radar quando é considerado o grande esquema das coisas. A Forbes, bíblia financeira, publicou um artigo defendendo que a Disney não precisa investir em marketing para Os Vingadores: A Era de Ultron, o filme se vende sozinho. A DC/Warner foi esperta o bastante para mudar a data de seu Batman v. Superman: Dawn of Justice, e busca consolidar sua leva de super-heróis no cinema em março de 2016 – O Homem de Aço, do 2013, faturou ótimos 668 milhões de dólares; Shazam (com Dwane Johnson), Aquaman (com Jason Momoa) e Liga da Justiça estão no portão de largada.

O lado bom dessa overdose é ter artistas, na frente e atrás das câmeras, associando seu nome a projetos milionários e de sucesso. Com isso, viabilizam filmes menores, séries independentes, projetos que, de outra forma, ralariam para sair do chão. É mais fácil Jon Favreau bancar Chef com dois Homem de Ferro no currículo; Chris Evans pode se dedicar a um trabalho atrás das câmeras pela moral levantada com Capitão América; Lucy, um “filme de super-heróis” modesto do francês Luc Besson, certamente se beneficiou de sua protagonista, Scarlett Johansson, aparecer aqui e ali como a Viúva Negra. É uma situação em que todos ganham – principalmente a gente, do lado de cá. Com a vantagem de que, se alguém quiser fugir de tantos super-heróis, é só tirar a carteira no bolso para apostar no filme da sala ao lado.

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