Filmado em Amparo SP-"Criança é mais esperta hoje", diz diretor do novo "O Escaravelho do Diabo"

A aguardada adaptação de "O Escaravelho do Diabo" chegará aos cinemas na próxima semana levemente mais infantil do que na história original, publicada nos anos 1970. Ou quase. Adaptação do livro de Lúcia Machado de Almeida, escrita originalmente em 1956, a história seguia um estudante de medicina de 22 anos, Alberto, que passava a investigar a morte do irmão, após receber uma misteriosa caixa com um escaravelho. A aventura hoje soa pueril demais para a nova geração de adolescentes, acostumada a séries em que a violência gráfica é o grande destaque, como na saga "Jogos Vorazes" e a série "Walking Dead". Em sua estreia no cinema, depois de dirigir novelas, como "Além do Horizonte" e "América", Carlos Milani entendeu a necessidade de adaptar o personagem, e não a história.

"Dentro do processo de adaptação tínhamos várias questões. A história é um clássico por ser atemporal, mas precisávamos atualizar. Nos pareceu mais interessante que fosse um menino. Eles, nessa idade, têm muito mais acesso a informação hoje em dia. São muito mais espertos", defendeu o diretor, durante encontro com a imprensa, nesta segunda-feira (4). Não que não exista sangue na tela. Há cadáveres e um clima de "CSI", mas sempre tratada com humor ou então com clichês do gênero de suspense, o que acaba diluindo qualquer susto mais forte. Existia também uma preocupação com a classificação etária. "Fomos muito criteriosos para as imagens de violência, que tinham que ter, e para que fosse uma aventura para essa geração", diz o diretor. O indicativo será de 12 anos. "Os antigos leitores vão se sentir homenageados e levarão seus filhos", aposta. Thiago Rosseti, 13, ator que assume o personagem principal, disse que se assustou pouco durante as filmagens. "Fiquei assustado com a cena em que acho meu irmão morto e quando ele grita comigo. Cara, eu não atuei, eu me assustei mesmo", contou.