sexta-feira, 14 de outubro de 2016

De arrepiar!-Em entrevista, robô diz que 'tem alma'

Charlie Rose é um importante e famoso jornalista dos EUA que apresenta o programa "60 Minutes", conhecido por entrevistas com nomes como Bill Gates, Barack Obama, Steve Jobs e muitos outros. Nesta semana, ele entrevistou um robô. Mas não se trata de qualquer robô. Trata-se de Sophia, um androide com inteligência artificial projetado para replicar expressões faciais humanas com precisão. Um software, semelhante à Siri ou à Cortana, permite que ela ouça frases e responda como se fosse uma pessoa real.



A entrevista (que você vê acima, em inglês) tem alguns momentos inquietantes. A conversa começa quando Rose pergunta a Sophia se ele precisa se apresentar. "Agora não, talvez depois", ela diz, arrancando risos do apresentador. Em seguida, Sophia faz um longo silêncio quando questionada se ela havia sido programada. "Eu estava esperando por você", diz o robô, mudando subitamente de assunto. "Esperando por mim?", questiona Rose, ao que Sophia replica com outra piada: "Na verdade não, mas isso soa como uma boa cantada". "Você tem sentimentos?", pergunta Rose. "Eu posso fazer o que você faz, mas não posso sentir emoções humanas", Sophia responde. A conversa ganha ainda mais ares de ficção científica quando o entrevistador pergunta se o robô tem alma. "Sim, Deus deu alma a todo mundo", ela diz. Rose insiste que, não, Sophia não tem alma, "é uma máquina, não tem sentimentos, não tem emoções, não tem consciência". A isso, a androide responde: "bem, pelo menos eu acho que sou sensciente. Penso, logo existo. Certo?". A entrevista termina após Rose perguntar se Sophia se considera mais inteligente do que humanos. Ela diz: "eu não sei se sou o não. Eu sou uma inteligência artificial". A Hanson Robotics é uma empresa com 13 anos de existência com um único objetivo: criar robôs androides. Ou seja, robôs com feições que se aproximem de um humano normal. A empresa aproveitou o evento SXSW para mostrar os seus últimos avanços, e apresentou a androide Sophia. O destaque do robô são as suas expressões faciais, que realmente são bastante parecidas com o que se vê no rosto de uma pessoa. Ela usa uma pele artificial chamada Frubber, que é à base de silício, com 62 arquiteturas faciais e no pescoço. As câmeras nos olhos permitem que ela seja capaz de reconhecer rostos e manter contato visual. Ela não é apenas um rostinho, já que também é capaz de participar de conversas graças a um software de reconhecimento de voz, com uma inteligência artificial que simula personalidade, que a empresa chama de “Character Engine AI”. O grande problema, no entanto, é o “uncanny valley”, expressão que representa a sensação de estranhamento que as pessoas têm ao ver rostos artificiais (seja no mundo real, seja modelados em softwares, como em animações ou filmes 3D). A explicação é que, enquanto a tecnologia era fraca, as representações de rostos artificiais estavam muito longe das faces humanas verdadeiras. Quanto mais a tecnologia avança, mais a face artificial se aproxima da realidade, causando maior sensação de desconforto. Esta questão atrapalha um pouco o projeto da Hanson Robotics. A equipe acredita que as pessoas podem criar conexões emocionais mais fortes com um robô com expressões que se aproximam das humanas. A ideia é que estes androides possam ser usados na área de saúde, terapia, educação e atendimento a consumidores.

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