Políticas da gigante de busca permitem monitorar internautas.
Engenheiro da empresa apoiava uso dos dados.
O Google acusou a Microsoft de “plagiar seus resultados” no portal de busca Bing. Isso faz parecer que o Bing está pegando diretamente os resultados do Google, mas não é isso o que acontece. Em certas condições, a Microsoft monitora toda a navegação de seus usuários – inclusive as buscas no Google, aqui no G1 e em todos os sites de internet – e usa isso para melhorar seu site de busca. Esse comportamento não está descrito adequadamente em nenhum local e, claro, quando usuários usarem um site para achar algo, se apenas há naquele, a tendência é que o Bing aponte para aquele site. Às vezes, tal site é o Google.
Usuário que marcar 'Aprimorar a minha experiência'
será monitorado pela Microsoft. (Foto: Reprodução)Bing analisa comportamento de usuário
Para provar o “plágio”, o Google criou 100 termos de pesquisa em seu site usando sequências aleatórias de caracteres que não traziam nenhum resultado na internet. Nessas pesquisas, sites sem relação com o termo pesquisado foram colocados na primeira posição.Em seguida, 20 engenheiros do Google instalaram a barra do Bing, autorizaram o envio de informações sobre comportamento on-line e pesquisaram pelos 100 termos e clicaram no resultado fajuto. Em alguns dias, nove desses 100 termos estavam com o resultado falso também no Bing. Isso, para o Google, é “prova” do plágio.Há dois problemas com essa afirmação. O Bing não captura nada específico do Google. Se o teste tivesse sido feito em qualquer outro site, é provável que o sucesso – ou fracasso, considerando que 91% dos termos não apareceram no Bing – seria o mesmo.
A barra do Bing envia a sequência de sites visitados, ou seja, a Microsoft é informada que “o usuário acessou esse site quando estava nesse outro aqui”. Com isso, é criada uma relação entre as páginas: usuários que acessaram uma página X depois foram para a página Y. É por isso que os termos pareceram “copiados”: o Bing entendeu que usuários que pesquisavam pelo X (o termo falso do Google) visitavam logo em seguida a página Y (do Google).
Frank Shaw, diretor de comunicação da Microsoft,
acusou Google de querer 'mudar o assunto' por temer os processos que sofre por manipulação
de resultados. (Foto: Reprodução)Isso levou o Bing a acreditar que a página Y era relacionada ao termo X, e isso se refletiu nas pesquisas. Mas esse comportamento seria igual independente dos sites envolvidos.“Se o Google tivesse meramente listado essas páginas em seus resultados, a Microsoft nunca teria notado. O que a Microsoft fez foi observar o comportamento de usuários. A Microsoft recebeu permissão para essas observações. E informação sobre os cliques dos usuários é informação do usuário – não do Google”, escreveu o especialista em privacidade Bem Edelman .O que o Google quer é, aparentemente, que o Bing pare de coletar dados quando estiver no Google. Algo impede o Google de perceber que todas as páginas de internet criam relações de relevância quando criam links – qualquer link significa que “essa página que estou linkando tem a ver com esta que você está lendo”. O Google não é diferente ao construir suas buscas.
Matt Cutts, engenheiro do Google, hoje
critica Microsoft por coletar dados. Cutts disse ser a favor da prática, por parte
do Google, em 2002. (Foto: Reprodução)O que ficou perdido entre as reclamações está o enorme problema de privacidade criado pela barra do Bing. Usuários que optaram pelo programa de “aprimoramento de experiência” da Microsoft enviam seu histórico inteiro de navegação para a empresa. Embora os dados sejam “anônimos”, não é difícil usar técnicas de reidentificação para “desanonimizar” os dados.Além da barra, o Google ainda disse que é bem provável que o recurso de “Sites Sugeridos” do Internet Explorer também envie dados à Microsoft. Para fornecer uma lista de sites sugeridos, o endereço atual precisa ser enviado e processado para que os sites relacionados sejam encontrados.Até o Windows XP SP2 – quando a Microsoft ainda não se importava muito com buscas na web – o recurso de “Sites Sugeridos” do Internet Explorer era fornecido pela Alexa, uma conhecida empresa de rankings e audiência web. A Alexa foi duramente criticada por coletar esses endereços e informações.
Por algum motivo, a barra do Bing, apesar de coletar todo o histórico de navegação do usuário – comportamento restrito à spywares – tem escapado de críticas semelhantes.
será monitorado pela Microsoft. (Foto: Reprodução)
Para provar o “plágio”, o Google criou 100 termos de pesquisa em seu site usando sequências aleatórias de caracteres que não traziam nenhum resultado na internet. Nessas pesquisas, sites sem relação com o termo pesquisado foram colocados na primeira posição.Em seguida, 20 engenheiros do Google instalaram a barra do Bing, autorizaram o envio de informações sobre comportamento on-line e pesquisaram pelos 100 termos e clicaram no resultado fajuto. Em alguns dias, nove desses 100 termos estavam com o resultado falso também no Bing. Isso, para o Google, é “prova” do plágio.Há dois problemas com essa afirmação. O Bing não captura nada específico do Google. Se o teste tivesse sido feito em qualquer outro site, é provável que o sucesso – ou fracasso, considerando que 91% dos termos não apareceram no Bing – seria o mesmo.
A barra do Bing envia a sequência de sites visitados, ou seja, a Microsoft é informada que “o usuário acessou esse site quando estava nesse outro aqui”. Com isso, é criada uma relação entre as páginas: usuários que acessaram uma página X depois foram para a página Y. É por isso que os termos pareceram “copiados”: o Bing entendeu que usuários que pesquisavam pelo X (o termo falso do Google) visitavam logo em seguida a página Y (do Google).
acusou Google de querer 'mudar o assunto' por temer os processos que sofre por manipulação
de resultados. (Foto: Reprodução)
critica Microsoft por coletar dados. Cutts disse ser a favor da prática, por parte
do Google, em 2002. (Foto: Reprodução)
Por algum motivo, a barra do Bing, apesar de coletar todo o histórico de navegação do usuário – comportamento restrito à spywares – tem escapado de críticas semelhantes.
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