Direção: Georges Gachot. Duração: 84 min. Não recomendado para menores de 10 anos. | Leia mais no roteiro |
Pedro Leal Fonseca/Colaboração para a Folha
Livio Campos/Divulgação |
A cantora carioca Nana Caymmi, que tem sua vida e carreira retratada no documentário "Nana Caymmi em Rio Sonata" |
A cidade serve de cenário para o longa, que mostra várias fases da carreira e traz depoimentos de parceiros de Nana, como Miúcha, Milton Nascimento e seu irmão Dori.
Nana Caymmi em Rio Sonata redescobre a cantora como diva
Depois do documentário “Música É Perfume” (2005), sobre Maria Bethânia, o cineasta suíço Georges Gachot volta suas lentes para outra musa da música popular brasileira, Nana Caymmi.
Filha do grande Dorival Caymmi, Nana é o exemplo perfeito de uma cantora que alcançou respeito e admiração em todo o cenário musical nacional, porém nunca foi, efetivamente, uma artista da grande massa. É irônico, uma vez que sua bela e poderosa voz já foi ouvida por diversas vezes e por todo o país, inclusive como temas de novelas globais. Mesmo assim, ela andaria como anônima pelas ruas, diferente de suas colegas cantoras.
“Nana Caymmi em Rio Sonata” tem a função de resgatar a importância da artista, em tom de reverência mesmo. Diferente de produções que tentam humanizar uma personalidade, o documentário de Gachot faz um resgate de sua trajetória e busca, por meio de depoimentos de artistas consagrados (como o ex-marido Gilberto Gil, Milton Nascimento, João Donato, Erasmo Carlos e Bethânia), situar Nana em condição de diva – ainda que haja momentos de simplicidade, como nas cenas de jogo de baralho ou quando ela brinca com a própria idade.O grande problema do filme está justamente nos depoimentos que, ao longo de 84 minutos, parecem se repetir. A experiência só não se torna cansativa porque o longa é recheado de canções de Nana, seja em estúdio ou em apresentações ao vivo, desde as imagens de arquivo do Festival da Música Popular Brasileira de 1967, ao lado de Gil, e a performance com o mestre Tom Jobim em 1971, até aparições mais recentes, como numa grandiosa interpretação da música “Atrás da Porta”, de Chico Buarque e Francis Hime.
Belas imagens do Rio de Janeiro servem como cenário para as canções tristes de Nana e como metáfora sobre a própria cantora. Diferente da ensolarada Cidade Maravilhosa tão decantada em verso e prosa, o Rio do filme é cinzento, chuvoso e encoberto de neblina, escondendo seus principais cartões postais. Num mesmo paralelo, Nana sempre fugiu de movimentos e modismos musicais, buscando uma coerência na carreira – o que, talvez, tenha lhe custado esse reconhecimento popular maior.
Leonardo Vinicius Jorge /Pipoca Moderna
Filha do grande Dorival Caymmi, Nana é o exemplo perfeito de uma cantora que alcançou respeito e admiração em todo o cenário musical nacional, porém nunca foi, efetivamente, uma artista da grande massa. É irônico, uma vez que sua bela e poderosa voz já foi ouvida por diversas vezes e por todo o país, inclusive como temas de novelas globais. Mesmo assim, ela andaria como anônima pelas ruas, diferente de suas colegas cantoras.
“Nana Caymmi em Rio Sonata” tem a função de resgatar a importância da artista, em tom de reverência mesmo. Diferente de produções que tentam humanizar uma personalidade, o documentário de Gachot faz um resgate de sua trajetória e busca, por meio de depoimentos de artistas consagrados (como o ex-marido Gilberto Gil, Milton Nascimento, João Donato, Erasmo Carlos e Bethânia), situar Nana em condição de diva – ainda que haja momentos de simplicidade, como nas cenas de jogo de baralho ou quando ela brinca com a própria idade.O grande problema do filme está justamente nos depoimentos que, ao longo de 84 minutos, parecem se repetir. A experiência só não se torna cansativa porque o longa é recheado de canções de Nana, seja em estúdio ou em apresentações ao vivo, desde as imagens de arquivo do Festival da Música Popular Brasileira de 1967, ao lado de Gil, e a performance com o mestre Tom Jobim em 1971, até aparições mais recentes, como numa grandiosa interpretação da música “Atrás da Porta”, de Chico Buarque e Francis Hime.
Belas imagens do Rio de Janeiro servem como cenário para as canções tristes de Nana e como metáfora sobre a própria cantora. Diferente da ensolarada Cidade Maravilhosa tão decantada em verso e prosa, o Rio do filme é cinzento, chuvoso e encoberto de neblina, escondendo seus principais cartões postais. Num mesmo paralelo, Nana sempre fugiu de movimentos e modismos musicais, buscando uma coerência na carreira – o que, talvez, tenha lhe custado esse reconhecimento popular maior.
Leonardo Vinicius Jorge /Pipoca Moderna
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