Edson Celulari, Antônio Abujamra e Claudia Abreu interpretaram papeis memoráveis na novela
Foto: Viva/Divulgação
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GERALDO BESSA
Tramas políticas sempre tiveram espaço cativo nas novelas das oito -
atualmente, das nove. No entanto, em 1989, momento de abertura política e
próximo das primeiras eleições diretas no Brasil depois da ditadura, o
autor Cassiano Gabus Mendes, que faleceu em 1993, resolveu retomar um
antigo projeto para ser exibido no horário das sete, onde abordaria em
um pastiche dos filmes de capa e espada - com direito a realeza, plebeus
e lutas de esgrima - o momento político e social em que o País se
encontrava.
Com isso, a comédia romântica e o humor típico das sete da noite ganharam a ironia inteligente e superproduzida de Que Rei Sou Eu?, que o canal Viva volta a exibir a partir do dia 7 de maio, às 0:15 h. "Era tudo muito ousado e trabalhoso: direção de arte, figurinos, o tom dos diálogos. Mas a repercussão da novela fez valer a pena todo o empenho da equipe. Além disso, tínhamos um elenco de primeira", relembra o diretor Jorge Fernando. Ao falar sobre os atores, ele emociona-se ao citar nomes importantes para a trama que já faleceram, como Dercy Gonçalves, na pele da Baronesa Lenilda, e Jorge Dória como o ardiloso conselheiro real Vanolli.
Ambientada no fictício Reino de Avilan, em 1786, Que Rei Sou Eu? começa com a morte do Rei Petrus II, de Gianfrancesco Guarnieri. Sem herdeiros conhecidos, o trono fica à mercê dos caprichos e gritos da excêntrica Rainha Valentine, de Tereza Rachel. Porém, ao ler o testamento de Petrus, a corte descobre a existência de um filho bastardo do Rei com a pebleia Maria, de Aracy Balabanian. Com referências diretas à Revolução Francesa, ocorrida em 1789, o verdadeiro Rei de Avilan é Jean Pierre, de Edson Celulari.Mas, por uma armação dos conselheiros reais aliados ao bruxo Ravengar, de Antônio Abujamra, quem acaba no trono é o mendigo Pichot, interpretado por Tato Gabus Mendes. "Entre as perucas e figurinos, meu pai abordou a política brasileira de forma contundente. Infelizmente, o texto continua bem atual. O Congresso e as reformas política nacionais da época aparecem na trama e a situação ainda é lastimável", acredita Tato, filho mais velho de Cassiano.Ao saber que é o verdadeiro herdeiro da coroa, Jean lidera um grupo de revolucionários para tomar o governo e garantir estabilidade e igualdade ao povo. "Ele representava uma série de ideais perdidos. E, além da construção do perfil do Jean, tive de aprender a ser um legítimo capa-espada, com aulas de equitação, esgrima e etiqueta", conta Edson. O protagonista lembra com carinho de várias passagens da novela, mas elege a cena final como uma das mais emblemáticas. Nela, o povo invade o palácio, confisca o dinheiro da realeza e acaba com as mordomias dos nobres.
Além do contexto político, a novela não ficou a desejar no quesito comédia romântica. Bem ao estilo do horário, a meiga Princesa Juliette, de Cláudia Abreu, acaba apaixonando-se por Pichot. "Era um amor inusitado. Ele estava sendo usado pela corte para ser rei sem governar. Apesar de parecer ingênua, ela tem uma visão crítica sobre a realeza e tenta abrir os olhos dele", explica Cláudia. Outra relação de destaque na trama foi o triângulo amoroso formado por Jean Pierre, a nobre Suzanne, de Natália do Vale, e a jovem Aline, de Giulia Gam. "Eles eram superapaixonados e se encontravam dentro de uma mesma causa, que era a revolução conta um sistema opressor. Até que ela descobre o envolvimento dele com a Suzanne e as coisas desandam", ressalta Giulia, na época, estreante em folhetins.Figura bissexta em novelas, Antônio Abujamra deu vida a um dos personagens mais míticos de Que Rei Sou Eu?. Na pele do exótico Ravengar, feiticeiro que exercia forte influência sobre a monarquia de Avilan, o ator fez sucesso com as vilanias do personagem, sempre apresentadas de forma satíricas. E teve um bom jogo de cena com Vera Holtz, intérprete da criada do vilão, Fanny. "Até hoje sou lembrando por este personagem. É um trabalho único do Cassiano. Acho que foi um momento onde a tevê conseguiu chegar perto dos conceitos nobres de arte e liberdade", valoriza Abujamra.
'Que Rei Sou Eu?' conta a história do reino de Avilan, que
perde seu rei. Com a morte dele e na ausência de um herdeiro legítimo à
coroa, os conselheiros da rainha Valentine (Tereza Rachel) convencem-na a
entregar o trono ao mendigo Pichot (Tato Gabus Mendes). Tudo isso é
orquestrado pelo terrível bruxo e conselheiro da rainha Ravengar
(Antônio Abujamra). Prossiga e veja como estão os principais personagens
da novela, que volta ao ar nesta segunda-feira (7), no Viva
Com isso, a comédia romântica e o humor típico das sete da noite ganharam a ironia inteligente e superproduzida de Que Rei Sou Eu?, que o canal Viva volta a exibir a partir do dia 7 de maio, às 0:15 h. "Era tudo muito ousado e trabalhoso: direção de arte, figurinos, o tom dos diálogos. Mas a repercussão da novela fez valer a pena todo o empenho da equipe. Além disso, tínhamos um elenco de primeira", relembra o diretor Jorge Fernando. Ao falar sobre os atores, ele emociona-se ao citar nomes importantes para a trama que já faleceram, como Dercy Gonçalves, na pele da Baronesa Lenilda, e Jorge Dória como o ardiloso conselheiro real Vanolli.
Ambientada no fictício Reino de Avilan, em 1786, Que Rei Sou Eu? começa com a morte do Rei Petrus II, de Gianfrancesco Guarnieri. Sem herdeiros conhecidos, o trono fica à mercê dos caprichos e gritos da excêntrica Rainha Valentine, de Tereza Rachel. Porém, ao ler o testamento de Petrus, a corte descobre a existência de um filho bastardo do Rei com a pebleia Maria, de Aracy Balabanian. Com referências diretas à Revolução Francesa, ocorrida em 1789, o verdadeiro Rei de Avilan é Jean Pierre, de Edson Celulari.Mas, por uma armação dos conselheiros reais aliados ao bruxo Ravengar, de Antônio Abujamra, quem acaba no trono é o mendigo Pichot, interpretado por Tato Gabus Mendes. "Entre as perucas e figurinos, meu pai abordou a política brasileira de forma contundente. Infelizmente, o texto continua bem atual. O Congresso e as reformas política nacionais da época aparecem na trama e a situação ainda é lastimável", acredita Tato, filho mais velho de Cassiano.Ao saber que é o verdadeiro herdeiro da coroa, Jean lidera um grupo de revolucionários para tomar o governo e garantir estabilidade e igualdade ao povo. "Ele representava uma série de ideais perdidos. E, além da construção do perfil do Jean, tive de aprender a ser um legítimo capa-espada, com aulas de equitação, esgrima e etiqueta", conta Edson. O protagonista lembra com carinho de várias passagens da novela, mas elege a cena final como uma das mais emblemáticas. Nela, o povo invade o palácio, confisca o dinheiro da realeza e acaba com as mordomias dos nobres.
Além do contexto político, a novela não ficou a desejar no quesito comédia romântica. Bem ao estilo do horário, a meiga Princesa Juliette, de Cláudia Abreu, acaba apaixonando-se por Pichot. "Era um amor inusitado. Ele estava sendo usado pela corte para ser rei sem governar. Apesar de parecer ingênua, ela tem uma visão crítica sobre a realeza e tenta abrir os olhos dele", explica Cláudia. Outra relação de destaque na trama foi o triângulo amoroso formado por Jean Pierre, a nobre Suzanne, de Natália do Vale, e a jovem Aline, de Giulia Gam. "Eles eram superapaixonados e se encontravam dentro de uma mesma causa, que era a revolução conta um sistema opressor. Até que ela descobre o envolvimento dele com a Suzanne e as coisas desandam", ressalta Giulia, na época, estreante em folhetins.Figura bissexta em novelas, Antônio Abujamra deu vida a um dos personagens mais míticos de Que Rei Sou Eu?. Na pele do exótico Ravengar, feiticeiro que exercia forte influência sobre a monarquia de Avilan, o ator fez sucesso com as vilanias do personagem, sempre apresentadas de forma satíricas. E teve um bom jogo de cena com Vera Holtz, intérprete da criada do vilão, Fanny. "Até hoje sou lembrando por este personagem. É um trabalho único do Cassiano. Acho que foi um momento onde a tevê conseguiu chegar perto dos conceitos nobres de arte e liberdade", valoriza Abujamra.
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