O homem apontado como cérebro dos ataques de 11 de setembro, nos
Estados Unidos, se recusou a ouvir e a responder as perguntas do juíz
durante o julgamentos dos cinco acusados de envolvimento no atentado de
2001.O terrorista Khalid Sheikh Mohammed tirou os fones de ouvido, que
permitiriam a ele escutar a tradução do julgamento do inglês para o
árabe e, assim como os outros quatro acusados, recusou-se a responder as
perguntas do juiz, o coronel militar James Pohl. Eles evitaram
confirmar se queriam ser representados pelos atuais advogados, não
responderam quando o juiz leu as acusações, o que acabou prolongando a
audiência. "Uma pessoa não pode se recusar a responder a atrasar todo o
procedimento", declarou o juiz. Como os réus não voltaram atrás, o juiz
interrompeu a audiência rapidamente e, em seguida, retomou com um
intérprete fornecendo tradução que era audível por todo o tribunal.A audiência tem como objetivo iniciar a preparação de um novo
julgamento contra Sheikh Mohammed e seus supostos cúmplices: Ali Abdul
Aziz Ali, seu sobrinho; Walid bin Attash, ex-guarda-costas do falecido
líder terrorista Osama Bin Laden; Ramzi bin al-Chaiba, treinado para
pilotar um dos aviões envolvidos nos ataques e membro da célula de
Hamburgo (Alemanha), e Mustafa Ahmed Adam al-Hawsawi, suposto
encarregado do financiamento dos ataques.
Os cinco ouviram as acusações contra os réus, entre elas a morte das
quase 3 mil pessoas nos atentados terroristas de Nova York, Washington e
Pensilvânia. Eles ainda são acusados de terrorismo, sequestro de
aeronaves, conspiração e violação da lei da guerra.
Em um determinado momento do julgamento, dois dos acusados se ajoelharam ao lado das mesas onde estavam os advogados de defesa e começaram a orar, vigiados atentamente por soldados americanos.O advogado de Mohammed, David Nevin, disse acreditar que seu cliente não estava respondendo às perguntas por considerar o julgamento "injusto".
Mohammed, natural do Paquistão e capturado em 2003, é réu confesso dos atentados. Ele já se declarou ser responsável pelos ataques às Torres Gêmeas "de A a Z", além de outros 30 atentados. Ele também disse ter matado o jornalista do "Wall Street Journal" Daniel Pearl, sequestrado por terroristas e morto em 2002.
Já o advogado de Bin al-Chaiba, Jim Harrington, declarou que seu cliente não faria nenhuma declaração "se não fosse abordada a questão do confinamento" ao qual o réu vem sendo submetido. O juiz disse que ele poderia falar sobre isso depois, em outra audiência. Bin al-Chaiba levantou a voz e disse: "Talvez eu não esteja aqui mais tarde. Talvez eles me matem e digam que eu cometi suicídio".O chefe da promotoria, general Mark Martins, indicou que as comissões militares de Guantánamo protegem os direitos de defesa dos prisioneiros e que as críticas da equipe de defesa sobre a legitimidade desta fórmula legal não estão fundamentadas.As estritas medidas de segurança na Base Naval de Guantánamo foram elevadas para esta primeira audiência. O presidente americano, Barack Obama, queria que o julgamento ocorresse em Manhattan,mais perto de Nova York, local do atentado em 2001, mas foi impedido pela oposição republicana no Congresso, que barrou a transferência dos réus para território americano.Alguns poucos jornalistas, observadores e familiares de vítimas foram autorizados a ficar na sala. Um desses familiares é Cliff Russell, irmão do bombeiro Stephen Russell, 40, morto enquanto tentava resgatar vítimas em meio aos destroços do World Trade Center. Ele disse que sentia-se confortável ao saber que os acusados podem ser condenados à pena de morte. Cliff, que também é bombeiro, ajudou no resgate de 23 vítimas nas Torres Gêmeas e disse que sentiu "a morte de perto, literalmente"."Acho que tenho todas as evidências que preciso", disse ele, que desejou aos réus "a pior morte possível".
O processo será transmitido por circuito fechado de televisão a outras partes do país. O "julgamento do século", como é chamado por alguns, pode se prolongar durante anos. (Com Efe, AFP e Associated Press)
Saudita
de 43 anos, Mustafa Ahmed Adam al Hawsawi é acusado de ser o
financiador da Al Qaeda nos primeiros anos da organização. De acordo com
a acusação, organizou e centralizou o financiamento do 11 de Setembro,
em particular alojamento e os cursos de pilotagem dos homens que
realizaram os atentados EFE
Em um determinado momento do julgamento, dois dos acusados se ajoelharam ao lado das mesas onde estavam os advogados de defesa e começaram a orar, vigiados atentamente por soldados americanos.O advogado de Mohammed, David Nevin, disse acreditar que seu cliente não estava respondendo às perguntas por considerar o julgamento "injusto".
Mohammed, natural do Paquistão e capturado em 2003, é réu confesso dos atentados. Ele já se declarou ser responsável pelos ataques às Torres Gêmeas "de A a Z", além de outros 30 atentados. Ele também disse ter matado o jornalista do "Wall Street Journal" Daniel Pearl, sequestrado por terroristas e morto em 2002.
Já o advogado de Bin al-Chaiba, Jim Harrington, declarou que seu cliente não faria nenhuma declaração "se não fosse abordada a questão do confinamento" ao qual o réu vem sendo submetido. O juiz disse que ele poderia falar sobre isso depois, em outra audiência. Bin al-Chaiba levantou a voz e disse: "Talvez eu não esteja aqui mais tarde. Talvez eles me matem e digam que eu cometi suicídio".O chefe da promotoria, general Mark Martins, indicou que as comissões militares de Guantánamo protegem os direitos de defesa dos prisioneiros e que as críticas da equipe de defesa sobre a legitimidade desta fórmula legal não estão fundamentadas.As estritas medidas de segurança na Base Naval de Guantánamo foram elevadas para esta primeira audiência. O presidente americano, Barack Obama, queria que o julgamento ocorresse em Manhattan,mais perto de Nova York, local do atentado em 2001, mas foi impedido pela oposição republicana no Congresso, que barrou a transferência dos réus para território americano.Alguns poucos jornalistas, observadores e familiares de vítimas foram autorizados a ficar na sala. Um desses familiares é Cliff Russell, irmão do bombeiro Stephen Russell, 40, morto enquanto tentava resgatar vítimas em meio aos destroços do World Trade Center. Ele disse que sentia-se confortável ao saber que os acusados podem ser condenados à pena de morte. Cliff, que também é bombeiro, ajudou no resgate de 23 vítimas nas Torres Gêmeas e disse que sentiu "a morte de perto, literalmente"."Acho que tenho todas as evidências que preciso", disse ele, que desejou aos réus "a pior morte possível".
O processo será transmitido por circuito fechado de televisão a outras partes do país. O "julgamento do século", como é chamado por alguns, pode se prolongar durante anos. (Com Efe, AFP e Associated Press)
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