quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Diretor do filme que gerou protesto de muçulmanos está escondido

Protesto contra filme provocou morte de 4 diplomatas americanos na Líbia.
Autor afirmou estar triste com o incidente, segundo colaborador do longa.

Do G1, com agências internacionais

O diretor do filme "anti-Islã" que gerou protestos no mundo muçulmano está "triste" pela morte do embaixador dos EUA na Líbia e decidiu se esconder, disse nesta quarta-feira (12) um colaborador.
"Ele está muito triste pelo fato de o embaixador ter sido assassinado", disse Steve Klein à France Presse.
Klein disse ter falado por telefohne com o cineasta Sam Bacile, mas não sabia onde ele se encontrava.
Bacile - que não é seu verdadeiro nome, de acordo com Klein - também está preocupado com membros da família no Egito. "Eles estão escondidos, também", afirmou ainda.
Klein comentou que o diretor teme sofrer o mesmo destino do cineasta dinamarquês Theo Van Gogh, que foi assassinado em 2004 depois de desatar protestos por causa de seu filme antimulçulmanos.
Indagado se achava que Bacile poderia ser morto, respondeu: "Se ele vier a público, tenho certeza que sim".
'Religião do ódio'
O filme "Innocence of Muslims" ("A inocência dos muçulmanos"), foi dirigido e produzido por Bacile, um corretor imobiliário israelense-americano de 54 anos, nativo do sul da Califórnia, que afirma que o Islã é "uma religião do ódio". O trailer está disponível no YouTube (acesse).
"O Islã é um câncer", declarou Bacile ao "Wall Street Journal", antes ainda da morte do embaixador americano.
Cena de 'A inocência dos muçulmanos' (Foto: Reprodução)
Cena de 'A inocência dos muçulmanos' (Foto: Reprodução)
Cena de 'A inocência dos muçulmanos' (Foto: Reprodução/Youtube)
Cena de 'A inocência dos muçulmanos' (Foto: Reprodução/Youtube)
Sam Bacile disse que a produção foi financiada com US$ 5 milhões (R$ 10,1 milhões) levantados a partir de doações de judeus, os quais ele não quis identificar.
Ele afirma ter trabalhado com 60 atores e uma equipe de 45 pessoas na Califórnia, durante três meses, no filme de duas horas. "O filme é político. Não religioso", disse.
O longa-metragem foi defendido pelo polêmico pastor Terry Jones, que atraiu muitas críticas no passado, especialmente por queimar um exemplar do Corão e ter se oposto à construção de uma mesquita perto do Marco Zero, em Nova York.
"É uma produção americana, que não pretende atacar os muçulmanos, mas serve para mostrar a ideologia destrutiva do Islã", explicou em um comunicado divulgado pelo WSJ.
Retrato caricato de Maomé
Clipes do filme mostram uma produção desconexa, retratando o profeta muçulmano Maomé várias vezes como um mulherengo, um homossexual, um molestador de crianças, um tolo, um falso religioso e sanguinário.
Para muitos muçulmanos, qualquer representação do profeta é uma blasfêmia.
Caricaturas ou outras caracterizações feitas no passado e consideradas insultuosas enfureceram muçulmanos em todo o mundo, provocando protestos e a condenações por parte de funcionários, pregadores, muçulmanos comuns e muitos cristãos.
O pastor Terry Jones descreveu o filme como uma representação "satírica" sobre a vida de Maomé. Ele disse que mostrou um trailer promocional após a realização de um "julgamento" simbólico do profeta.
A Igreja Copta Ortodoxa do Egito também emitiu uma declaração condenando alguns coptas que vivem no exterior, que, segundo a igreja, financiaram "a produção de um filme que insulta o profeta Maomé".
A primeira parte do filme, situada na era moderna, mostra cristãos coptas egípcios fugindo de uma multidão muçulmana enfurecida. A polícia egípcia olha enquanto a multidão quebra uma clínica onde um médico cristão trabalhava.
Em seguida, aparece um médico conversando com sua filha sobre o que faz um "terrorista islâmico".
Depois disso, as cenas mostram episódios históricos da época do profeta, a maioria em cenários onde os atores estão claramente sobrepostos a um fundo de deserto.
Maomé é mostrado como um "bastardo" ilegítimo, como um mulherengo e homossexual. Uma cena mostra ele em um aparente ato sexual com uma de suas esposas e mais tarde com outras mulheres.
Em outra cena, um sacerdote cristão se oferece para elaborar um texto religioso a partir de versos da Torá judaica e do Novo Testamento cristão para transformá-los no que ele chama de "versos falsos" -- uma aparente referência à gênese do Corão.
Em outras cenas, Maomé é retratado como um líder sanguinário, incentivando seus seguidores a saquear lugares que eles atacam e dizendo que eles podem usar as crianças da maneira que quiserem.

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