Eles decidiram não mais defender Ananias dos Santos após ele contrariá-los.Defensores pediram para que ele não participasse da reconstituição.
Após reconstituição, defensores abandonaram o
caso (Foto: Juliana Cardilli/G1)
Os advogados do principal suspeito de matar as irmãs Juliana e Josely Oliveira, de 15 e 16 anos, em Cunha, no Vale do Paraíba, no interior de São Paulo, abandonaram o caso. A decisão foi tomada após Ananias dos Santos contrariar a orientação da defesa e participar da reconstituição do assassinato nesta terça-feira (19).caso (Foto: Juliana Cardilli/G1)
Após a simulação, o delegado Marcelo Cavalcante passou a considerar a hipótese de o suspeito ter cometido o crime sozinho “perfeitamente viável”. “É plenamente compatível com o desenho investigativo. Fizemos uma análise técnica de deslocamento, abordagem, pontos de ligações. Foi perfeitamente possível detectar que nos locais que ele indicou o telefone celular funciona e o tempo de deslocamento é perfeitamente executável.”Segundo as investigações, as meninas foram abordadas por Ananias por volta das 18h40. Elas foram mortas entre 20h30 e 21h30. Isso porque, segundo a polícia, a namorada do suspeito fez duas ligações exatamente nesses dois horários. Na primeira, às 20h30, elas ainda estavam vivas. Às 21h30, ao falar novamente com ela, o suspeito já havia matado as garotas, de acordo com a polícia.
Segundo o delegado, a reconstituição apontou que é possível que ele tenha cometido o crime sozinho. “Até o presente momento nós não temos a figura de uma segunda pessoa na cena do crime. É perfeitamente possível a execução do delito nas circunstâncias que presenciamos.”
Apesar disso, disse Cavalcante, a confissão do suspeito pode encobrir a participação de mais uma pessoa e o real motivo do crime. “Por isso a polícia está olhando com atenção a participação da namorada, que deu depoimentos contraditórios.”
Ananias disse à polícia, durante a reconstituição, que mostrou a arma assim que abordou as meninas e que conversou pouco durante o trajeto. Ele afirmou também que discutiu algumas vezes porque elas reclamavam constantemente de ter de andar no meio da mata. Mas o objetivo inicial, segundo ele, era apenas “dar um susto”.
Suspeito participa da simulação (Foto: Juliana
Cardilli/G1)
A reconstituição do assassinato durou cerca de quatro horas. A reprodução simulada do crime acabou na casa do principal suspeito. No final dos trabalhos, Ananias se despediu de sua irmã, que estava na casa, e ela chorou.O suspeito, preso dia 11, compareceu ao local do crime, na zona rural da cidade, vestindo bermuda, camiseta e colete à prova de bala, que depois foi tirado.Policiais civis, militares, homens da Defesa Civil e um promotor de Justiça acompanharam os trabalhos. Duas funcionárias da Prefeitura de Cunha que prestam serviços na delegacia da cidade representaram as vítimas. Elas desceram do ônibus, percorreram o trajeto que as irmãs faziam até em casa quando teriam sido abordadas pelo suspeito. Em seguida, foram para o local onde os corpos foram encontrados. Segundo a polícia, a distância entre o local em que as vítimas desceram do ônibus e o ponto da mata onde os corpos foram encontrados tem 2,5 quilômetros.Na segunda-feira (18), o Instituto de Criminalística de São Paulo confirmou que a arma usada na morte das adolescentes é a mesma encontrada com o principal suspeito do crime. Para Cavalcante, o resultado do exame de balística colocou Ananias como autor do crime.Cardilli/G1)
O casoAs duas jovens desapareceram em 23 de março, quando voltavam da escola. Cinco dias depois, os corpos foram encontrados na zona rural, a 12 km de onde moravam. Elas foram mortas a tiros.
Ananias cumpria pena no Presídio Edgar Magalhães Noronha, em Tremembé, também no interior, mas não voltou depois da saída temporária de Páscoa, em 2009. Desde então, Ananias passou a morar com os pais, na zona rural de Cunha, no mesmo bairro em que as adolescentes viviam. De acordo com as investigações, o jovem se interessou por Juliana, fato que despertou ciúmes na namorada, vizinha da família das vítimas.
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