Cantor fez segundo show na cidade na noite desta segunda-feira (23).Ex-beatle apresentou repertório diferente e chamou fãs para subir ao palco.
Foi uma despedida em grande estilo. Paul McCartney reservou pequenas surpresas ao público que mais uma vez lotou o Estádio Olímpico João Havelange, conhecido como Engenhão, na noite desta segunda-feira (23). Nas 2 horas e 35 minutos de sua segunda e última apresentação na cidade, o ex-beatle fez mudanças no repertório, no figurino, presenteou fãs com autógrafos em pleno palco e ainda declarou, batendo no peito, para êxtase das cerca de 45 mil pessoas que lotaram o local: "Eu sou carioca!".
"Carioquês"
Mais relaxado e brincalhão, dirigiu-se aos fãs com mais frequência, provocando ainda mais interatividade durante o espetáculo: cruzou os braços para admirar o estádio cheio ("este é o momento em que paro para olhar para vocês"), temperou as palavras em português com o típico sotaque carioca ("vocês são óchimos", "dimaisshhh") e agradeceu pela oportunidade de retornar à cidade que o colocou no livro dos recordes — em 1990, no Maracanã, Paul reuniu o maior público em um estádio para ver um único artista: cerca de 184 mil pessoas.As mexidas no repertório também ajudaram a tornar única a noite no Engenhão. No lugar de "I've just seen a face", entrou "I'm looking through you", do álbum beatle "Rubber soul"; ao invés de "Drive my car", "Got to get you into my life"; e "Get back" e "Lettin' go" foram sacadas para a entrada de "I saw her standing there", primeira canção do primeiro disco dos Fab Four, e "Coming up", com direito à citação na guitarra do famoso tema do antigo seriado de TV "Peter Gunn". Detalhe: as duas últimas ainda não tinham sido executadas durante a passagem da turnê Up & Coming no Brasil.
Próximo ao fim do show, Paul McCartney ainda atenderia os pedidos das jovens Mariana, Júlia, Carolina e Laura para abraçá-lo e pegar autógrafos. Convidou as quatro meninas para subir ao palco interrompendo o show por alguns minutos: "Ela é uma amiga minha", disse ao microfone pouco antes de receber um abraço apertado de Laura, tudo sob o olhar atento de Brian Riddle, chefe de segurança.
No fim da noite, Paul receberia um presente: o coro de "Hello, Goodbye" na voz de 45 mil pessoas, já ansiosas por saber quando o ex-beatle voltará ao país.
"Estar no Rio foi fantástico desde o minuto que pousamos. A multidão em volta do hotel era 'bananas' (maluca). Eles eram loucos e a atmosfera foi crescendo até fazermos os shows. Eu amo o Brasil. Eu amo o fato que eles amam música, é uma nação muito musical. Eu se eu amo música e eles amam música, então é uma conexão natural. Fãs de todas as idades estavam nos shows. Tinha um enorme grupo de fãs jovens, que eu amo, e também tinha seus pais e até seus avós. Então era uma enorme variação de idade. O entusiasmo pela minha música era simplesmente sensacional. Todos nós da banda curtimos esse momento maravilhoso e nós agradecemos aos fãs por tornarem tudo tão excitante", declarou o cantor.O músico também se disse emocionado com os cartazes onde se lia a sílaba "na", exibidos pela plateia no show de domingo (24). O músico elogiou o poder de organização dos fãs e a mobilização responsável pelo "momento tão especial"."Quando tocamos 'Hey Jude' e pedi a plateia para cantar 'na na na na's', de repente todos mostraram cartazes. Foi uma coisa muito visual. Foi muito emocionante porque os fãs tiveram todo este trabalho. Ele poderiam ter apenas vindo ao show e assistido, mas eles se falaram antes para criar este momento tão especial. Ele se conectaram uns com os outros, depois conectaram-se conosco e com a equipe inteira. Todos se sentiram unidos. Foi muito excitante e emocionante ver que as pessoas se importam tanto".
Em menos de sete meses, foram cinco shows da turnê Up & Coming no país — nem o beatlemaníaco mais otimista poderia pensar que veria Paul McCartney em solo brasileiro com tanta frequência. Cada uma com suas particularidades, seu brilho, seu jeito.
Em Porto Alegre, chamou a atenção o orgulho com que os gaúchos receberam o show do ex-beatle. Foi considerado histórico por boa parte da população local. E existe descrição melhor para um evento que misturou torcedores do Grêmio e Internacional no estádio Beira-Rio na mais plena harmonia?
Foi o show que marcou o retorno de McCartney ao país depois de 17 anos. Também se caracterizou por ter sido o mais intimista, colocando artista e plateia muito próximos, apesar das dimensões do estádio. Foi o único da turnê brasileira em que Paul tocou a delicada balada "Ram on", tirada de seu segundo disco solo, "Ram". Acompanhado apenas ao ukulele e aos teclados de Paul “Wix” Wickens, Paul optou por um arranjo bastante semelhate à gravação original. E foi somente em Porto Alegre que o público pôde conferir duas esferas luminosas que desceram sobre a cabeça do músico durante as canções "Blackbird" e "Here today": a primeira, representando a lua; a segunda, o planeta Terra.
A noite foi especialmente inesquecível para as meninas Elisa Delfino e Ana Paula Hining, ambas de 18 anos, que tiveram a sorte de ganhar um autógrafo no braço cada uma, diante de 50 mil pessoas.
Chuva
Os dois shows de São Paulo, realizados apenas algumas semanas depois, mostraram que a popularidade de Paul e dos Beatles está longe do fim. Ingressos esgotados para as duas noites e um elogio rasgado do cantor durante uma entrevista: "São Paulo, o primeiro show: 65 mil pessoas. Foi incrível, um dos melhores shows de todos os tempos", comentaria Macca.
Na noite seguinte, a chuva forte que caiu na cidade deixou os fãs tensos, principalmente depois do cancelamento da tradicional passagem de som do cantor. "Será que o show vai mesmo acontecer?", perguntavam, aflitos, alguns deles. Mas a chuva parou e a apresentação transcorreu sem problemas. Na ocasião, outras duas canções que seriam ouvidas com exclusividade: "Two of us", do álbum "Let it be"; e "Blackbird".O tão esperado reencontro com o Rio de Janeiro aconteceria apenas este ano. Ali Paul tocaria "Hello, Goodbye", "Coming up" e "I saw her standing there" com exclusividade, e colocaria o Estádio do Engenhão no circuito de grandes shows internacionais da cidade. Saldo mais do que positivo.
Veja o repertório completo do segundo show de Paul McCartney no Rio:
1. "Magical mistery tour"
2. "Jet"
3. "All my loving"
4. "Coming up"
5. "Got to get you into my life"
6. "Sing the changes"
7. "Let me roll it"
8. "The long and winding road"
9. "Nineteen hundred and eighty five"
10. "Let 'em in"
11. "I'm looking through you"
12. "And I love her"
13. "Blackbird"
14. "Here today
15. "Dance tonight"
16. "Mrs. Vandebilt"
17. "Eleanor Rigby"
18. "Something"
19. "Band on the run"
20. "Ob-la-di, ob-la-da"
21. "Back in the USSR"
22. "I've got a feeling"
23. "Paperback writer"
24. "A day in the life / Give peace a chance"
25. "Let it be"
26. "Live and let die"
27. "Hey Jude"
BIS
28. "Day tripper"
29. "Lady Madonna"
30. "I saw her standing there"
BIS
31. "Yesterday"
32. "Helter skelter"
33. "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band / The end"
Vestindo terno preto e gravata, Paul McCartney dá início ao segundo show no estádio do Engenhão, no Rio de Janeiro (Foto: Lucíola Villela/G1)
O cantor subiu ao palco pontualmente às 21h30, horário marcado para a apresentação, já com uma sutil diferença no visual: de terno e gravata pretos. Até então, Paul, que também fez shows em Porto Alegre e São Paulo em novembro do ano passado, só havia tocado no Brasil com blazers em tons de azul.Para abrir os trabalhos, sapecou "Magical mistery tour", canção extraída da trilha sonora do filme homônimo estrelado pelos Beatles no fim dos anos 60, no lugar de "Hello goodbye", que vinha sendo a primeirona do setlist na turnê sul-americana de 2011. A opção deu resultado. A recepção do público foi bem mais calorosa do que no domingo (22), o que parece ter mexido com os ânimos de Macca. Foi um show mais "quente" que o anterior."Carioquês"
Mais relaxado e brincalhão, dirigiu-se aos fãs com mais frequência, provocando ainda mais interatividade durante o espetáculo: cruzou os braços para admirar o estádio cheio ("este é o momento em que paro para olhar para vocês"), temperou as palavras em português com o típico sotaque carioca ("vocês são óchimos", "dimaisshhh") e agradeceu pela oportunidade de retornar à cidade que o colocou no livro dos recordes — em 1990, no Maracanã, Paul reuniu o maior público em um estádio para ver um único artista: cerca de 184 mil pessoas.As mexidas no repertório também ajudaram a tornar única a noite no Engenhão. No lugar de "I've just seen a face", entrou "I'm looking through you", do álbum beatle "Rubber soul"; ao invés de "Drive my car", "Got to get you into my life"; e "Get back" e "Lettin' go" foram sacadas para a entrada de "I saw her standing there", primeira canção do primeiro disco dos Fab Four, e "Coming up", com direito à citação na guitarra do famoso tema do antigo seriado de TV "Peter Gunn". Detalhe: as duas últimas ainda não tinham sido executadas durante a passagem da turnê Up & Coming no Brasil.
Próximo ao fim do show, Paul McCartney ainda atenderia os pedidos das jovens Mariana, Júlia, Carolina e Laura para abraçá-lo e pegar autógrafos. Convidou as quatro meninas para subir ao palco interrompendo o show por alguns minutos: "Ela é uma amiga minha", disse ao microfone pouco antes de receber um abraço apertado de Laura, tudo sob o olhar atento de Brian Riddle, chefe de segurança.
No fim da noite, Paul receberia um presente: o coro de "Hello, Goodbye" na voz de 45 mil pessoas, já ansiosas por saber quando o ex-beatle voltará ao país.
Paul McCartney recebe o abraço de uma fã durante o show realizado na noite de segunda-feira (23), no Estádio do Engenhão, no Rio (Foto: Henrique Porto/G1)
Logo após o show, Paul McCartney divulgou um comunicado por e-mail, onde comentou os shows e as demonstrações de carinho dos cariocas durante os dias em que esteve na cidade."Estar no Rio foi fantástico desde o minuto que pousamos. A multidão em volta do hotel era 'bananas' (maluca). Eles eram loucos e a atmosfera foi crescendo até fazermos os shows. Eu amo o Brasil. Eu amo o fato que eles amam música, é uma nação muito musical. Eu se eu amo música e eles amam música, então é uma conexão natural. Fãs de todas as idades estavam nos shows. Tinha um enorme grupo de fãs jovens, que eu amo, e também tinha seus pais e até seus avós. Então era uma enorme variação de idade. O entusiasmo pela minha música era simplesmente sensacional. Todos nós da banda curtimos esse momento maravilhoso e nós agradecemos aos fãs por tornarem tudo tão excitante", declarou o cantor.O músico também se disse emocionado com os cartazes onde se lia a sílaba "na", exibidos pela plateia no show de domingo (24). O músico elogiou o poder de organização dos fãs e a mobilização responsável pelo "momento tão especial"."Quando tocamos 'Hey Jude' e pedi a plateia para cantar 'na na na na's', de repente todos mostraram cartazes. Foi uma coisa muito visual. Foi muito emocionante porque os fãs tiveram todo este trabalho. Ele poderiam ter apenas vindo ao show e assistido, mas eles se falaram antes para criar este momento tão especial. Ele se conectaram uns com os outros, depois conectaram-se conosco e com a equipe inteira. Todos se sentiram unidos. Foi muito excitante e emocionante ver que as pessoas se importam tanto".
O ex-beatle ao violão durante a canção 'Blackbird': show durou cerca de 2 horas e 35 minutos (Foto: Henrique Porto/G1)
BalançoEm menos de sete meses, foram cinco shows da turnê Up & Coming no país — nem o beatlemaníaco mais otimista poderia pensar que veria Paul McCartney em solo brasileiro com tanta frequência. Cada uma com suas particularidades, seu brilho, seu jeito.
Em Porto Alegre, chamou a atenção o orgulho com que os gaúchos receberam o show do ex-beatle. Foi considerado histórico por boa parte da população local. E existe descrição melhor para um evento que misturou torcedores do Grêmio e Internacional no estádio Beira-Rio na mais plena harmonia?
Foi o show que marcou o retorno de McCartney ao país depois de 17 anos. Também se caracterizou por ter sido o mais intimista, colocando artista e plateia muito próximos, apesar das dimensões do estádio. Foi o único da turnê brasileira em que Paul tocou a delicada balada "Ram on", tirada de seu segundo disco solo, "Ram". Acompanhado apenas ao ukulele e aos teclados de Paul “Wix” Wickens, Paul optou por um arranjo bastante semelhate à gravação original. E foi somente em Porto Alegre que o público pôde conferir duas esferas luminosas que desceram sobre a cabeça do músico durante as canções "Blackbird" e "Here today": a primeira, representando a lua; a segunda, o planeta Terra.
A noite foi especialmente inesquecível para as meninas Elisa Delfino e Ana Paula Hining, ambas de 18 anos, que tiveram a sorte de ganhar um autógrafo no braço cada uma, diante de 50 mil pessoas.
Chuva
Os dois shows de São Paulo, realizados apenas algumas semanas depois, mostraram que a popularidade de Paul e dos Beatles está longe do fim. Ingressos esgotados para as duas noites e um elogio rasgado do cantor durante uma entrevista: "São Paulo, o primeiro show: 65 mil pessoas. Foi incrível, um dos melhores shows de todos os tempos", comentaria Macca.
Na noite seguinte, a chuva forte que caiu na cidade deixou os fãs tensos, principalmente depois do cancelamento da tradicional passagem de som do cantor. "Será que o show vai mesmo acontecer?", perguntavam, aflitos, alguns deles. Mas a chuva parou e a apresentação transcorreu sem problemas. Na ocasião, outras duas canções que seriam ouvidas com exclusividade: "Two of us", do álbum "Let it be"; e "Blackbird".O tão esperado reencontro com o Rio de Janeiro aconteceria apenas este ano. Ali Paul tocaria "Hello, Goodbye", "Coming up" e "I saw her standing there" com exclusividade, e colocaria o Estádio do Engenhão no circuito de grandes shows internacionais da cidade. Saldo mais do que positivo.
Veja o repertório completo do segundo show de Paul McCartney no Rio:
1. "Magical mistery tour"
2. "Jet"
3. "All my loving"
4. "Coming up"
5. "Got to get you into my life"
6. "Sing the changes"
7. "Let me roll it"
8. "The long and winding road"
9. "Nineteen hundred and eighty five"
10. "Let 'em in"
11. "I'm looking through you"
12. "And I love her"
13. "Blackbird"
14. "Here today
15. "Dance tonight"
16. "Mrs. Vandebilt"
17. "Eleanor Rigby"
18. "Something"
19. "Band on the run"
20. "Ob-la-di, ob-la-da"
21. "Back in the USSR"
22. "I've got a feeling"
23. "Paperback writer"
24. "A day in the life / Give peace a chance"
25. "Let it be"
26. "Live and let die"
27. "Hey Jude"
BIS
28. "Day tripper"
29. "Lady Madonna"
30. "I saw her standing there"
BIS
31. "Yesterday"
32. "Helter skelter"
33. "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band / The end"
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