Baixa temperatura e alta pressão podem ter gerado conservação.Içamento pode desintegrar corpos no percurso, diz especialista da FAB.
Nesta quinta-feira (5), o Instituto de Pesquisas Criminais da Gendarmaria Nacional (IRCGN) da França informou que um primeiro corpo de vítima do acidente do voo da Air France foi resgatado do fundo do mar, onde estava a 3.900 metros de profundidade. O órgão informou que, durante o processo de içamento, "não foi possível manter a integridade do corpo".
Segundo o o diretor do Instituto de Medicina Aeroespacial da Aeronáutica, coronel Eduardo Camerini, os corpos estão conservados no oceano, mas são pequenas as chances de eles resistirem completamente ao içamento à superfície, sem se desintegrarem no percurso, devido às mudanças de pressão e temperatura. O oficial foi responsável por coordenar a perícia dos 50 corpos retirados do mar logo após a tragédia, ocorrida em 31 de maio de 2009 e que deixou 228 mortos.
“A temperatura naquele lugar está próxima de zero e a pressão é muito alta, de 400 atmosferas. Por isso os corpos estão mantidos conservados. Contudo, a possibilidade de chegarem em cima inteiros é muito pequena, pois o gás acumulado fará o corpo aumentar de volume e dilatar, possivelmente desintegrando-o pelo caminho”, afirma o coronel.
“A pressão na superfície é 400 vezes menor que a que os corpos enfrentavam no fundo do mar. É uma mudança imensa, pois o corpo se desmonta inteiro com a pressão exercida durante a subida”, acrescenta.
Segundo ele, haverá dificuldade de se fazer exame de DNA porque a composição “pode ter sido perdida” durante o tempo em que o corpo ficou submerso. “Normalmente se faz exame de DNA usando o cabelo, mas todos os que retiramos do mar na época já estavam sem cabelo”, afirma ele. “A questão (da retirada do corpo do mar) tem uma representação mais religiosa, para se encerrar um ciclo”, diz.
Temperatura
Segundo o oceanógrafo David Zee, professor da Universidade do Estado Rio de Janeiro (Uerj), a possibilidade de o corpo chegar à superfície inteiro dependerá do estado de conservação de cada um. “Lá no fundo eles estão bem conservados, mas isso não significa que eles não se esfarelem no caminho. Assim que chegarem ao nível do mar, devem ser colocados em uma câmara para manter-se refrigerados, onde podem resistir por algum tempo”, diz.Para o comandante Carlos Camacho, diretor de segurança de voo do Sindicato Nacional dos Aeronautas e que acompanha os trabalhos dos investigadores, a pressão e a temperatura “contribuíram para que os corpos se mantivessem inteiros no mar”, mas “a nova realidade ambiental, na superfície, poderá alterá-los”. “O que ocorrer com este corpo retirado vai mostrar a eles se será possível retirar os demais ou deixar que o mar seja o melhor túmulo para eles. A retirada de todos os corpos é um trabalho enorme, lento, que pode demorar meses”, acrescenta.
Segundo o o diretor do Instituto de Medicina Aeroespacial da Aeronáutica, coronel Eduardo Camerini, os corpos estão conservados no oceano, mas são pequenas as chances de eles resistirem completamente ao içamento à superfície, sem se desintegrarem no percurso, devido às mudanças de pressão e temperatura. O oficial foi responsável por coordenar a perícia dos 50 corpos retirados do mar logo após a tragédia, ocorrida em 31 de maio de 2009 e que deixou 228 mortos.
“A temperatura naquele lugar está próxima de zero e a pressão é muito alta, de 400 atmosferas. Por isso os corpos estão mantidos conservados. Contudo, a possibilidade de chegarem em cima inteiros é muito pequena, pois o gás acumulado fará o corpo aumentar de volume e dilatar, possivelmente desintegrando-o pelo caminho”, afirma o coronel.
“A pressão na superfície é 400 vezes menor que a que os corpos enfrentavam no fundo do mar. É uma mudança imensa, pois o corpo se desmonta inteiro com a pressão exercida durante a subida”, acrescenta.
Segundo ele, haverá dificuldade de se fazer exame de DNA porque a composição “pode ter sido perdida” durante o tempo em que o corpo ficou submerso. “Normalmente se faz exame de DNA usando o cabelo, mas todos os que retiramos do mar na época já estavam sem cabelo”, afirma ele. “A questão (da retirada do corpo do mar) tem uma representação mais religiosa, para se encerrar um ciclo”, diz.
Robô operado remotamente recolhe a caixa-preta da aeronave e agora atua no resgate dos corpos das vítimas (Foto: BEA/Divulgação)
Operado remotamente, o robô Remora 6000 mergulha no fundo do oceano e prende os corpos dentro de uma cesta, que é vazada e semelhante à que recolheu as caixas-pretas, mas de tamanho maior. Em seguida, a gaiola é presa a um cabo e içada ao navio Ile de Sein, que está em alto mar para a retirada de destroços, explica o oficial.A França informou que o material passará por exames de DNA. Na quarta-feira (4), houve uma primeira tentativa de retirada de um corpo também preso ao assento da aeronave, que foi fracassada, segundo as autoridades francesas.Temperatura
Segundo o oceanógrafo David Zee, professor da Universidade do Estado Rio de Janeiro (Uerj), a possibilidade de o corpo chegar à superfície inteiro dependerá do estado de conservação de cada um. “Lá no fundo eles estão bem conservados, mas isso não significa que eles não se esfarelem no caminho. Assim que chegarem ao nível do mar, devem ser colocados em uma câmara para manter-se refrigerados, onde podem resistir por algum tempo”, diz.Para o comandante Carlos Camacho, diretor de segurança de voo do Sindicato Nacional dos Aeronautas e que acompanha os trabalhos dos investigadores, a pressão e a temperatura “contribuíram para que os corpos se mantivessem inteiros no mar”, mas “a nova realidade ambiental, na superfície, poderá alterá-los”. “O que ocorrer com este corpo retirado vai mostrar a eles se será possível retirar os demais ou deixar que o mar seja o melhor túmulo para eles. A retirada de todos os corpos é um trabalho enorme, lento, que pode demorar meses”, acrescenta.
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