segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Casal quer ter primeiro casamento homoafetivo do Sertão do Ceará

Kamila Ferreira e Marileide Rocha vivem em união estável há dois anos.Para Marileide, o casamento civil é 'direito fundamental a qualquer pessoa'.

André Teixeira Do G1 CE
Casal exibe contrato de união homoafetiva. (Foto: Agência Revista Central)Casal exibe contrato de união homoafetiva.
(Foto: Agência Revista Central)
A professora de inglês Marileide Rocha, 37 anos, e a consultora empresarial Kamila Ferreira 26, querem ser protagonistas do primeiro casamento homoafetivo do Sertão do Ceará. Elas vivem juntas há dois anos em união estável, na cidade de Quixeramobim, e agora querem conseguir na Justiça o direito de obter o registro civil. “Já entramos em contato com o nosso advogado e nessa semana vamos formalizar o pedido de casamento”, diz Marileide.Marileide diz também que está “preparada para sim e para um não” e, caso não obtenha o casamento na Justiça de Quixeramobim, ela já prepara de antemão um recurso para o Supremo Tribunal de Justiça. “Vamos recorrer a tudo o que temos direito”, diz. Marileide foi a única do casal que conversou com o G1, mas ela garante que a parceira Kamilla Ferreira vive “os melhores momentos da vida dela”.
Para a professora, o casamento é um direito fundamental a qualquer pessoa, independente da orientação sexual. “Nós somos somos cidadãs comuns, pagamos impostos, cumprimos todos os deveres e queremos o que é de nosso direito”, defende.O casal também já planeja cerimônia para marcar a conquista e dispensou véu e grinalda. “Muito provavelmente vamos usar roupa social, mas ainda temos muito tempo para planejar isso”, diz.
Sem preconceito
A mais velha das duas, conhecida como Mari, afirma que os amigos e familiares nunca demonstraram preconceito contra a sua opção sexual. “No trabalho todo mundo me respeita e os meus pais são nota mil. Quando eles souberam (que era homessexual), eles simplesmente me entenderam”, diz Marileide.
Marileide diz também que recebeu várias ligações, mensagens via telefone e rede social apoiando o casamento “de papel passado”.Ela é mãe de duas crianças adotivas, uma de 8 e outra de 11 anos, que criou com um outra parceira com quem teve uma relação homoafetiva de 11 anos. A professora de inglês diz que educou os filhos para não reagirem a qualquer manifestação de preconceito de colegas.
Histórico
Kamilla e Marileide acreditaram na possibilidade de realizar o casamento após o reconhecimento do Supremo Tribunal Federal reconhecer a união estável entre pessoas do mesmo sexo, em maio deste ano. Para Marileide, a decisão é um “avanço” contra o preconceito no Brasil.No Ceará ocorreu a primeira união estável do Brasil entre pessoas do mesmo sexo dentro de um presídio. Em cerimônia no Instituto Penal Desembargadora Feminino Auri Moura Costa o casal Marluce Bezerra de Sousa e Andrelina da Silva teve a união reconhecida perante uma escrivã.
O casal Marileide Rocha (à esquerda) e Kamila Ferreira garante que vai brigar pelo direito de casamento até última instância, se necessário. (Foto: Arquivo pessoal)
O casal Marileide Rocha (à esquerda) e Kamila Ferreira garante que vai brigar pelo direito de casamento até última instância, se necessário. (Foto: Arquivo pessoal)

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