O Irã proibiu os programas de TV de mostrarem homens seminus e triângulos amorosos, informou nesta segunda-feira a agência semioficial de notícias Fars. Essa é a mais recente ação repressiva dos conservadores à mídia no país, que é um Estado islâmico.
Não ficou claro o que motivou a proibição. A TV iraniana detém o monopólio das transmissões e dedica grande parte de sua programação a programas religiosos e anúncios do governo.
"Com base na nova orientação, está proibida a transmissão de programas que mostrem triângulos amorosos atraentes", disse a Fars. As exceções só serão permitidas em programas que explicitamente condenem tais relacionamentos embaraçosos. Segundo a agência, exibir homens parcialmente desnudos em produções estrangeiras e iranianas também está proibido e os produtores foram instados a não mostrar "mistura desnecessária" entre os sexos.
Desde que a revolução de 1979 impôs a rígida lei islâmica ao país, programas de TV e filmes têm de se adequar aos valores religiosos e, portanto, evitar cenas que mostrem relações íntimas entre homens e mulheres ou roupas destoantes do código de vestimenta feminina.
As restrições fizeram com que muitos iranianos passassem a captar emissoras de satélite para poder ver entretenimento e notícias vetadas no país.
Em meados dos anos 1990, o Irã baniu as antenas parabólicas, sob a alegação de que queria coibir o que qualificou como esforços ocidentais para corromper sua população por meio da transmissão de programas imorais. A proibição foi ignorada amplamente no governo de Mohammad Khatami, que foi eleito em 1997 e tentou ampliar as liberdades individuais ao ser eleito. Linhas-duras do regime pressionaram por mais restrições depois da eleição do atual presidente, Mahumd Ahmadinejad.
No começo deste ano a polícia iraniana iniciou uma nova operação repressiva contra as antenas parabólicas, e a mídia local informou que o país proibiu programas mostrando como cozinhar pratos ocidentais.
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