Uma foto do corpo de Michael Jackson em uma maca de hospital marcou a primeira sessão que investiga a morte do cantor americano. O julgamento, que começou ontem (27) na Corte Superior do condado de Los Angeles em tom emotivo, vai analisar a responsabilidade do médico do músico, dr. Conrad Murray, no caso.
Jackson morreu há dois anos, após uma overdose de sedativos e do anestésico propofol. Na ocasião, afundado em dívidas, ele se preparava para um turnê que, acreditava, retomaria sua carreira. Segundo David Walgren, o promotor da acusação, o cantor "literalmente colocou sua vida nas mãos do dr. Conrad Murray". Na sessão, Ed Chernoff, advogado de defesa de Murray, culpou Jackson pela própria morte, enquanto Walgren iniciou sua apresentação com a imagem do cantor morto.
Depoimentos no julgamento buscaram traçar dois perfis distintos do músico: de um lado, um artista animado em iniciar sua primeira turnê em 12 anos; de outro, um homem de 50 anos em dúvidas quanto à sua capacidade física de fazer os shows. Após os ingressos para as apresentações, que ocorreriam em Londres, terem se esgotado, surgiu a demanda por mais 50 shows.Horas após a exibição da foto de Jackson morto, foi mostrado um vídeo de quatro minutos com os ensaios finais do cantor para duas músicas. A mãe do artista, Katherine, foi às lágrimas enquanto via imagens do filho cantando a música "Earth Song". Segundo o amigo e coreógrafo Kenny Ortega, dias antes da gravação do vídeo, Jackson tinha profundos calafrios e foi recomendado a buscar ajuda apropriada.Os advogados de acusação dizem que Murray causou a morte de Jackson por ter ministrado propofol e outros sedativos em doses letais e sem equipamentos de primeiros socorros apropriados. De acordo com Walgren, Murray demorou para buscar equipe de socorro e mentiu para médicos ao não revelar que oferecia os sedativos para o cantor conseguir dormir.Um dos momentos que mais causaram comoção durante a sessão foi quando o promotor apresentou áudios extraídos do iPhone do médico, revelando conversas entre este e Jackson. Com uma voz lenta e aparentemente sonolenta, o cantor disse: "Temos que ser fenomenais (...) Quero que as pessoas, ao saírem do show, digam: ?Nunca vi nada como isso em minha vida. É fantástico. Ele é o maior artista da Terra'".
O advogado de defesa de Murray buscou enfatizar a busca desmedida de Jackson pelo sucesso da turnê, sugerindo que a ambição é o que levou à overdose. Segundo ele, Murray estava tentando convencer o artista a parar de usar propofol, mas este continuava a solicitar o anestésico para conseguir dormir.O julgamento deve durar cinco semanas.
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