Jorge Fernando voltou exuberante, como ele próprio se auto-intitula no texto. "Eu tenho culpa de ter uma natural exuberância?", pergunta para a "peruérrima" Helô. O ator parece até mais seguro no vai e vem do seu personagem, que brinca entre o universo gay e o hetero. E o seu Zuzú solta pérolas capciosas, sem medo do "politicamente incorreto". "O bom de ser hetero é que a gente pode ser canalha", confidencia ele enquanto encomenda um terno. Marisa Orth domina a sua Valéria com maestria. No episódio de reestreia não conseguia esconder os ciúmes que sentia por Zuzú estar de "affair" com a tal Helô. "Você se vendeu por dinheiro!", joga na cara do cabeleireiro. "Você descobriu!", responde ele, ironizando. A Helô caiu como uma luva para a atriz Ingrid Guimarães. Dá até a impressão de que não poderia mesmo ser realizado por outra atriz. Comediante de mão cheia, com um "time" perfeito, Ingrid brilhou no retorno de "Macho Man". E ainda por cima, como diria a impagável Vera Verão de Jorge Lafond, estava quase uma Gisele Bündchen!
Renato Rocha Miranda/TV Globo | ||
Helô (Ingrid Guimarães) e Nelson (Jorge Fernando) em cena do seriado "Macho Man", que volta à grade da Globo |
Deboche puro, no desenrolar da trama Helô fica sabendo que Valéria teria deixado um berimbau de presente para o seu Zuzú --agora diretor das empresas do seu riquíssimo pai (José Augusto Branco). "Joga fora que é macumba!", grita a "patricelha" ao mesmo tempo que arremessa o instrumento da janela do escritório que fica no décimo andar. E não é que o berimbau cai exatamente na testa de Valéria que estava lá embaixo esperando para falar com Zuzú?! Ela vai parar no hospital e recebe a visita de sua melhor amiga Nikita (Natália Klein). Ao despertar e dar de cara com Nikita ao lado do leito, Valéria pergunta, ainda muito zonza: "Eu morri?". Nikita responde rápido: "Se você tivesse morrido eu estaria de preto". Olha rápido para si mesma. "Ih, eu estou de preto! Você morreu". A atriz Natália Klein já participava do elenco na primeira temporada. E já tinha dado um show com as bizarrices do seu personagem. Voltou ainda melhor. Além da figura marcante, a atriz também tem o domínio exato do tempo de comédia. E consegue dar alma a um personagem que poderia correr o risco de ficar puramente caricatural. Nikita é o máximo. Mais uma vez se faz presente o talento do diretor José Alvarenga Jr. E também, é preciso que se diga, a importância do incrível figurino de Ellen Milet, que veste com perfeição cada personagem. "Isso é glamour", afirmaria Ingrid Guimarães. "Sabe o que o escorregador disse para a gangorra? Como os 'anos' passam rápido!", contou Zuzú na mesa de um jantar beneficente "finérrimo" para o qual Helô lhe tinha solicitado muita discrição. E, principalmente, que não risse alto. E Zuzú gargalha com todo o volume possível da sua piadinha infame. Só ele ri.
Em casa, muito provavelmente, muita gente também riu com o divertido e espirituoso retorno de "Macho Man". A partir de agora, toda sexta-feira na Rede Globo.
RENATO KRAMER/F5-Natural de Porto Alegre, formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Veio para São Paulo e ingressou na Escola de Arte Dramática (USP), formando-se ator. Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Fez algumas colaborações para a Ilustrada e, sempre à convite, assinou a coluna Antena, da "Contigo". Nesse meio tempo, fez crítica de teatro para o "Jornal da Tarde" e na rádio Eldorado AM. Mais recentemente foi colunista da Folha.com, comentando o BBB11. Atualmente, além de atuar, cursa Filosofia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário