quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Queen continua a reinar 20 anos após morte de Freddy Mercury

ROBIN MILLARD
DA FRANCE PRESSE, EM LONDRES

Há 20 anos, Freddie Mercury morria em consequência da Aids, mas ainda hoje a estrela do mítico cantor do Queen brilha como nunca no céu do rock mundial e o grupo britânico continua a surfar nos antigos sucessos.
O Queen é uma das formações que mais vende discos no mundo, e a maioria das vendas ocorreu após a morte do cantor. Músicas como "Bohemian Rhapsody" e "Don't Stop Me Now", escritas por Mercury, entraram no panteão do rock e uma nova geração de artistas, entre eles Lady Gaga, Robbie Williams, Foo Fighters e Muse, reivindica a influência do grupo.
Os shows em que Mercury cantou "We Are The Champions", "Killer Queen", "Crazy Little Thing Called Love" são considerados momentos antológicos. E "We Will Rock You", a comédia musical lançada em 2002 que resgata os sucessos do Queen, foi exibida no mundo inteiro e ainda continua em Londres.

Gill Allen - 1985/Associated Press
O cantor Freddie Mercury durante show do grupo Queen, em 1985, em Sydney, Austrália
O cantor Freddie Mercury durante show do grupo Queen, em 1985, em Sydney, Austrália

Um filme sobre Freddie Mercury também está sendo preparado.
"Sua morte parece ter sido apenas um avatar em sua carreira", escreveu recentemente o jornal "The Independent on Sunday".
Mercury morreu aos 45 anos em Londres, no dia 24 de novembro de 1991, de uma pneumonia agravada pela Aids, contraída muitos anos antes. "Mesmo não estando mais aqui fisicamente, ele está mais presente do que nunca", declarou Brian May, o guitarrista do Queen, em setembro, quando o cantor completaria 65 anos. "Ele devorava a vida. Ele festejava a cada minuto. E como um grande cometa, deixou atrás de si um rastro de luz que brilhará ainda por muitas gerações". Em Montreux (Suíça), na beira do Lago Léman, existe uma estátua de Mercury com o dedo apontado para o céu, uma postura comum durante seus shows.
O cantor homossexual, que sustentava um visual notável - bigode, cabelo alisado, e camisa regata, com o peitoral a mostra - por muito tempo escondeu sua doença, e não se abalava jamais.
Em uma entrevista em 1987, disse que não tinha nenhuma vontade de virar um velho rico e solitário: "Eu vivi plenamente minha vida e, se eu morrer amanhã, não ligo. Fiz tudo o que tinha que fazer".
Na véspera de sua morte, revelou, em um comunicado, que tinha Aids. Poucas horas depois, mergulhou no coma. Seu caso ajudou para a tomada de consciência sobre a devastação do vírus e a luta contra a estigmatização dos doentes. Ele nasceu em 1946 em uma família de origem indiana que vivia na ilha de Zanzibar. Freddie Mercury se chamava Farrokh Bulsara e recebeu uma educação tradicional britânica em um pensionato indiano. O adolescente tímido foi para Londres com sua família fugido da revolução de Zanzibar em 1964.
Viver sem Mercury foi difícil para os outros membros do Queen, que tentaram em vão cortar a ligação. Brian May e Roger Taylor, baterista, finalmente aprenderam a lidar com a herança, sem John Deacon, o baixista, que abandonou a carreira. Em 2005, decidiram reformar o Queen com Paul Rodgers, ex-vocalista do Free, mas com um nome diferente "Queen + Paul Rodgers". A tentativa resultou em um novo álbum em 2008, "The Cosmos Rocks". Realizaram uma longa turnê europeia, até Rodgers retomar sua carreira solo.
Tocaram para 350.000 pessoas na Ucrânia, sinal que Freddie Mercury e seu grupo ainda ocupam um lugar especial no universo do rock.

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