segunda-feira, 2 de julho de 2012

Cientologia, a polêmica religião de Tom Cruise e John Travolta

Há 75 milhões de anos, existia uma confederação de galáxias que reunia milhares de planetas e era governada por um espírito maligno chamado Xenu. Para resolver o problema da superpopulação em seus domínios, Zenu despachou bilhões de súditos para a Terra, onde foram jogados dentro de vulcões. Mas os espíritos dessas vítimas, os "thetans", acabaram reencarnando como os imperfeitos seres humanos.Parece ficção científica, não é? E de certa forma é mesmo: L. Ron Hubbard, o fundador da Cientologia, era um escritor menor do gênero. Seus livros nunca tiveram muito sucesso --até que, em 1950, ele lançou "Dianética", a base de uma das mais polêmicas religiões da atualidade.
Que, aliás, não é reconhecida como religião em diversos países: Canadá, Reino Unido, França, Bélgica, Irlanda, México, Grécia e Israel, entre outros, não permitiram que esta crença bizarra obtivesse em seus países as proteções e privilégios que fés mais estabelecidas costumam ter.
No Brasil, a Cientologia chegou em meados dos anos 90, mas nunca conseguiu se firmar. Seu site ainda está no ar (e é incrivelmente feio), mas nem o brilho de seus seguidores mais famosos serviu para arrebanhar fiéis.São estes famosos, entretanto, que mantêm a Cientologia nas manchetes. Há pouco mais de um mês, ela foi lembrada como a religião de John Travolta, envolvido numa sequência interminável de processos por assédio sexual. Agora ela é apontada como o pivô do divórcio entre Tom Cruise e Katie Holmes.Mas será que é mesmo? Katie sabia muito bem que Tom era cientólogo quando se casou com ele, e, se não se informou melhor, foi porque não quis. O ator teria sido convertido por sua primeira mulher, a também atriz Mimi Rogers, que fez algum sucesso nos anos 80 e 90 mas hoje está afastada do cinema.
Não faltam fofoqueiros que afirmam que tanto Cruise quando Travolta se aproximaram da Cientologia para se "curar" de uma suposta homossexualidade. De fato, as carreiras de ambos são crivadas de escândalos e insinuações sobre vidas duplas, apesar dos dois sempre exibirem esposas e filhos.
Dissidentes da seita falam em lavagem cerebral e rituais estranhos. Os "sacerdotes" buscariam um controle cada vez maior da vida de seus fiéis. Além do mais, é caríssimo ser cientólogo: para se iniciar nos mistérios superiores, o interessado precisa desembolsar cifras cada vez maiores.
Houve um momento em que muita gente em Hollywood parecia estar aderindo, e os entendidos diziam que a Cientologia oferece sensação de autoconfiança e poder num mundo onde grassam a inveja e a insegurança. Pode até ser.
Mas o comportamento errático de seus maiores garotos-propaganda, Travolta e Cruise, acabou por comprometer ainda mais a credibilidade da nova fé. "Cientólogo" virou quase sinônimo de maluco, ou de alguém que tem algo a esconder e caiu nas mãos de sofisticados chantagistas. O fato é que a Cientologia não atraia mais como antes, muito pelo contrário. Quanto tempo mais sobreviverá?
Tony Goes tem 51 anos. Nasceu no Rio de Janeiro mas vive em São Paulo desde pequeno. É publicitário em período integral e blogueiro, roteirista e colunista nas horas vagas. Escreveu para vários programas de TV e alguns longas-metragens, e assina a coluna "Pergunte ao Amigo Gay" na revista "Women's Health". Colaborador frequente da revista "Junior" e da Folha Ilustrada, foi um dos colunistas a comentar o "Big Brother 11" na Folha.com.

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