Ator veterano compara colega ao ícone do cinema mudo.
Novo trabalho do criador de Borat estreia nesta sexta-feira (24) no Brasil.
"Podemos atingir muitas pessoas por meio de uma gargalhada. É algo que vem sendo comprovado durante anos. Chaplin conseguiu fazer isso com bastante sucesso", afirmou ele ao G1 durante entrevista em Nova York para divulgar "O ditador". "Eu acredito que Sacha pegou essa mentalidade do Charlie Chaplin. Ele é o nosso Charlie Chaplin." Veja acima o vídeo com a entrevista com Kingsley e outros dois atores do filme, Anna Faris e Jason Mantzoukas.
Em "O ditador", Sacha Baron Cohen segue a mesma linha de suas aventuras anteriores, os citados "Borat" e "Bruno" . A produção mostra, mais uma vez, um estrangeiro descobrindo a América e criticando o sistema. O filme é uma sátira a diversos ditadores da história da humanidade, especialmente figuras mais recentes, como Saddam Hussein (1937-2006), do Iraque; Muammar Kadhafi (1942-2011), da Líbia; e Kim Jong-il (1941-2011), da Coreia do Norte. É a este último que o trabalho é ironicamente dedicado.
Livremente inspirado no livro "Zabibah and the king", escrito por Saddam Hussein, "O ditador" conta a história de um atroz mandatário, o General Aladeen, que faz tudo para garantir que a democracia não chegue ao seu país, o fictício Estado de Wadiya. O longa relata as extravagâncias, a vaidade e as crueldades do déspota, mas também a falta de conhecimento típica desses líderes autoritários e egocêntricos, que são perfeitas caricaturas para o cinema.
Logo no início, uma ameaça de invasão aos Estados Unidos obriga Aladeen a viajar para Nova York, para explicar suas intenções em uma reunião na sede da Organização das Nações Unidas (ONU). No entanto, quando seu tio e conselheiro, interpretado por Ben Kingsley, coloca em prática um plano de traição, o General se vê anônimo e sem dinheiro nas ruas de Manhattan. Assim como Borat, Aladeen fica atordoado com o mundo ocidental e passa a depender da caridade da dona de um mercado orgânico, interpretada por Anna Faris, que tenta ajudá-lo sem saber que está lidando com o temido ditador.
Ao lado de guarda-costas femininas, Sacha Baron Cohen sorri vestido de ditador em chegada ao Festival de Cannes (Foto: Jean-Paul Pelissier/Reuters)
"Ele [Sacha Baron Cohen] é ótimo, mas é louco", avalia Anna. "Ele tem um senso de humor que é selvagem. Ele vive o personagem o tempo todo. Nós improvisamos muito. Todo dia eu pensava: 'onde essa cena vai parar hoje, eu não tenho ideia'."Já o ator Jason Mantzoukas, que interpreta um cientista nuclear, brincou com o fato de, na vida real, ser "confundido" com terrorista. "Você acha que eu pareço com um terrorista? Como você ousa? Eu sempre passo por problemas no aeroporto, os guardas ficam me olhando...", disse ao G1.
Invasão no Brasil
Foi também em Nova York que aconteceu uma divertida coletiva de imprensa de "O ditador" (veja imagens no início do vídeo acima). No tradicional Hotel Waldorf Astoria, Sacha Baron Cohen, encarnando o General Aladeen, recebeu os jornalistas do mundo inteiro com muito humor. Aos gritos de manifestantes partidários, ele apareceu vestindo uniforme militar de gala e escoltado por belas guarda-costas de minissaia. E também confessou algum conhecimento sobre o Brasil: "Eu já invadi uma pequena parte do Brail. Um pedaço da Gisele Bündchen, e planejo lançar um pequeno míssil na Adriana Lima". Baron Cohen não saiu do personagem nem por um segundo e respondeu a todas as perguntas em tom sarcástico e politicamente incorreto. Perguntado a quem daria seu apoio nas eleições americanas, Aladeen foi direto: “Dou meu total apoio a Mitt Romney. Ele tem tudo para ser um grande ditador. É incrivelmente rico, mas não paga impostos”.
Sacha Baron Cohen, caracterizado como protagonista de 'O ditador', brinca de jogar as cinzas do ditador da Coreia do Norte na cerimônia do Oscar deste ano (Foto: Chris Pizzello/AP)
"O ditador" não é sutil, mas seu conteúdo satírico é mais suave do que seus outros filmes, apesar do discurso em que Aladeen implora à América para se tornar uma ditadura, criticando todo sistema atual dos Estados Unidos. Contudo, o curioso sobre o anti-herói é que aos poucos o público torce a seu favor e, no final, está quase desejando que ele tenha sucesso, mesmo sabendo que isso vai ser feito à custa do povo oprimido do seu país de origem. E isso, claro, é intencional por parte de seus criadores.No Reino Unido, país natal de Sacha Baron Cohen, "O ditador" chegou ao topo das bilheterias no primeiro fim de semana em cartaz, arrecadando 5 milhões de libras. Nos Estados Unidos, rendeu quase US$ 25 cinco milhões nos cinco primeiros dias, números abaixo das estréias de "Borat" e "Bruno", mas ainda significativos.
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