Do UOL, em Belo Horizonte
- Rodrigo Clemente/O Tempo/Futura PressSérgio Rosa Salles em imagem de agosto do ano passado, quando deixou a prisão
Segundo a Polícia Militar de Minas Gerais, a vítima havia acabado de sair para trabalhar e estava caminhando na rua, localizada no bairro Minaslândia, quando foi abordada por dois suspeitos, em uma moto, que dispararam vários tiros e fugiram. O corpo da vítima foi retirado do local por volta das 10h30, e os trabalhos da perícia foram concluídos.
Segundo o sargento Célio José de Oliveira, do 13º Batalhão da Policia Militar, Salles levou seis tiros - um no rosto e os demais pelo corpo. "Pela quantidade de tiros, a hipótese mais provável é mesmo que foi uma execução", disse o sargento. "Testemunhas disseram que o Sérgio correu e pediu por socorro antes de ser baleado."
O delegado titular da Delegacia de Homicídios de Belo Horizonte, Breno Pardini, disse também acreditar em execução. "A perícia foi feita minuciosamente, e as equipes estão em campo para fazer os levantamentos relativos à execução", afirmou. Na época da investigação sobre o desaparecimento de Eliza, Salles colaborou com a polícia, dando informações sobre o caso. O corpo da jovem nunca foi encontrado.
Salles havia deixado a penitenciária Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves (região metropolitana de Belo Horizonte), em agosto do ano passado. Na ocasião, questionado se se sentia injustiçado por ter ficado preso por mais de um ano, Salles afirmou que "só a Justiça poderá responder isso". O acusado foi liberado porque os juízes consideraram que ele é réu primário, "não oferece perigo à ordem pública e não demonstra poder aquisitivo capaz de influenciar as testemunhas ou perturbar o andamento do processo".
O advogado do réu, Marco Antonio Siqueira, afirmou na ocasião que seu cliente era apenas uma testemunha do processo e, portanto, não deveria ter sido preso. Carlos Alberto Salles, pai de Salles, disse que Bruno também deveria ser solto por ser um "menino muito bom para a família". A casa que os Salles moram, em Belo Horizonte, foi dada pelo goleiro.
Rio de Janeiro - Investigações da Polícia Civil de Minas Gerais concluíram que o goleiro Bruno Souza está envolvido na morte da ex-namorada, Eliza Samudio. Segundo o inquérito, ele nunca aceitou pagar pensão ao bebê que era dele. Por isso, propôs um acordo para atraí-la ao cárcere privado e depois, à morte. O atleta nega as acusações. Entenda que provas a polícia tem contra o goleiro nos quadrinhos a seguir Mais Ilustrações: evision Reportagem: Rosanne D'Agostino
Restrições
Solto, Salles teria que respeitar algumas restrições impostas pela juíza Fabiane Lopes Rodrigues, do 1º Tribunal do Júri de Contagem. Nos dias em que não estivesse trabalhando, o réu não poderia sair de casa, e, caso precisasse sair da capital mineira, teria de pedir autorização à Justiça.Além de Salles, dos sete réus acusados pela morte de Samudio, quatro respondem em liberdade: Dayanne de Souza, ex-mulher do goleiro; Fernanda Castro, ex-amante de Bruno; Elenílson Vítor da Silva, ex-administrador do sítio em Esmeraldas (MG); e Wemerson Marques de Souza, o Coxinha, amigo do atleta.
Um primo do goleiro, menor de idade, cumpre medida socioeducativa em Minas Gerais por prazo indeterminado --a cada seis meses a sua situação é reavaliada pela Justiça. A pena poderá se estender por até três anos, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Bruno e Luiz Henrique Romão, conhecido como Macarrão e braço direito do atleta, vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Já o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, será julgado por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.
- Policiais observam local onde Sérgio Rosa Salles foi assassinado na manhã desta quarta-feira (22), na rua Aracitaba, no bairro Minaslândia, em BH
Colaborou com as investigações
Sérgio Rosa Salles havia colaborado com a Polícia Civil mineira, durante a fase de investigações sobre o sumiço de Eliza Samudio, em 2010.O réu havia participado de reconstituição no sítio do goleiro Bruno, na cidade de Esmeraldas (MG) e teria relatado aos investigadores detalhes da estada de Eliza no local, que segundo as investigações, teria servido de cativeiro para ela e o filho antes de ela ter sido supostamente morta na casa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado de ser o executor da ex-modelo. O imóvel de Bola fica na cidade de Vespasiano, região metropolitana da capital mineira.
Salles chegou a colocar o goleiro Bruno na cena do suposto crime, para retirá-lo posteriormente, em depoimentos dados à polícia e à Justiça de Contagem (MG). Os testemunhos de Salles contra Bruno, segundo algumas pessoas ligadas ao caso, foram frutos de suposta desavença com o ex-braço direito do goleiro, o réu Luiz Henrique Romão, o Macarrão.
A defesa de Bruno cogitou usar em dado momento a tese de que o depoimento de Salles, acusando o goleiro de ter participado da morte de Eliza, seria uma forma de retaliação a Macarrão, que paulatinamente vinha assumindo o lugar que fora de Salles no convívio com o goleiro.
Salles iria a júri popular pelos crimes de sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Ele respondia ao processo em liberdade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário