Sem perder a majestade, Elvis Presley mantém popularidade 35 anos após sua morte-ASSISTA SHOW "ELVIS ALOHA FROM HAWAII" COMPLETO AQUI

Michele Miranda (michele.miranda@oglobo.com.br) | Agência O Globo

RIO - Elvis Aaron Presley não foi o compositor de seus principais sucessos, não ganhou nenhum Oscar por seus mais de 30 filmes, nem fez turnê fora dos Estados Unidos (somente cinco shows no Canadá). Mesmo assim, ele se tornou um mito mundial e de diferentes gerações, incluindo artistas da época, mulheres que conseguiram uma toalha com algumas gotas de seu suor, homens que queriam ser como ele e gente que nem era nascida em seu auge. Por essas e outras razões, seus fãs fazem questão de prestar homengens a cada ano de sua morte, que aconteceu aos 42 anos em 16 de agosto de 1977, por abuso de drogas.Para lembrar os 35 anos de morte do rei do rock, o Brasil vai receber dois eventos que vêm viajando pelo mundo desde o início de 2012. O primeiro é a exposição Elvis Experience, com 500 de seus objetos pessoais, que começa dia 5 de setembro em São Paulo. Priscilla Presley, ex-mulher do cantor, já confirmou presença na abertura da mostra. Além disso, a turnê "Elvis Presley in Concert" passa pela capital paulista, Brasília e Rio de Janeiro, em outubro, e conta com a TCB Band, que acompanhou o astro de 1969 até seu último show. Elvis aparece nas apresentações através de um telão, interagindo com banda e plateia.
Veja abaixo as três principais fases de sua carreira:
1) Rockabilly/Rock'n'roll (1954 - 1956)Influenciado pela música negra, o cantor fazia uma fusão entre country e blues tão inovadora para a época, que ficou batizada como rockabilly. Sua música "barulhenta" trazia uma batida rápida demais para os padrões do jazz e do R&B. Com ternos soltos e camisas sociais, ele usou o rebolado para apimentar suas apresentações em programas de TV e shows. Em 1956, lança seus dois primeiros álbuns, "Elvis Presley" e "Elvis". As principais canções desta primeira fase são "Heartbreak hotel" e "Blue suede".
2) Ídolo pop (1957 - 1968)O que marca a mudança entre a primeira fase e a segunda é a parceria de Elvis com o quarteto vocal The Jordanaires. Eles foram os responsáveis por temperar e sofisticar o som considerado cru (e chocante) de baixo, guitarra, piano e bateria do início da carreira de Elvis.
Entre 1958 e 1960, Elvis vai para a Alemanha servir no exército americano. Na volta, ele lança "Elvis is back", consolidando seu flerte com o gospel, presente em sua vida desde a infância. Em meados dos anos 1960, Beatles e Rolling Stones surgem e conseguem consolidar a carreira fora da Inglaterra, em direção ao mundo. Elvis é engolido pelos novos nomes do rock, começa a investir em discos de trilha sonora para o cinema e suas aparições ao vivo passam a ser raras.Em 1968, ele faz um dos shows mais emblemáticos (em que ele se veste de calça e jaqueta de couro e se apresenta em um quadrado branco, com fãs a sua volta): "'68 Comeback Special", exibido pela emissora NBC em dezembro.
São desta fase "(Let me be your) Teddy Bear" e "Can't help falling in love".

3) Las Vegas (1969-1977)Foi em 1969 que o namoro entre Elvis Presley e a cidade de Las Vegas se consolidou. Com a abertura do hotel The International, após oito anos afastado dos palcos, o cantor passou a fazer shows regulares durante seus últimos anos de vida. Ao todo, foram 837 apresentações, para 2,5 milhões de pessoas, gerando uma receita de cerca de US$ 270 milhões.

Em 1970, chegou às lojas o disco "Elvis in Person at the International Hotel, Las Vegas, Nevada", que traz uma versão de sete minutos de "Suspicious mind" e um cover de "Johnny B. Goode", de Chuck Berry. Também são desta época as românticas "Always on my mind" e "Burning love".
Embora vendesse milhares de discos e esgotasse os ingressos de todos os seus shows, Elvis ficou em baixa nesta época, sofrendo duras críticas da imprensa e do meio cultural. Seu trabalho lançado nesta época deixou de ser referência para o mundo rock.
Relembre cinco curiosidades sobre sua vida:
1) Embora não haja fotos nem vídeos, os Beatles se encontraram com Elvis em 1965. Em uma entrevista, John Lennon chegou a declarar que os Beatles não existiriam sem a influência do rei do rock.
2) O título de "rei do rock" aborrece até hoje alguns puristas da história da música, que chegaram a acusar Elvis de racismo, já que ele teria se aproveitado do gênero criado pelos negros. Há quem defenda que o título de criador do rock deveria pertencer a nomes como Little Richard ou BB King. Em sua biografia, BB King sai em defesa de Elvis, dizendo que ele ajudou a divulgar sua música.
3) "Elvis Presley jamais será convidado em meu programa!", disse o apresentador de maior audiência da TV americana, Ed Sullivan, em junho de 1956. Depois de ver o cantor conquistar os espectadores durante sua aparição em programas concorrentes, Sullivan voltou atrás e fez o convite a Elvis em setembro.

4) Em 1967, Elvis se casou com Priscilla, com quem teve Lisa Marie Presley um ano depois. Em 1973, eles se divorciaram oficialmente.
5) Com um bilhão de discos vendidos, Elvis não compôs nenhum de seus grandes hits. São cerca de 20 as canções que levam sua assinatura, embora ele sempre tenha escrito em parcerias com outros compositores.