quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Estreia: 'Poder paranormal' tem bom elenco, mas se perde em truques

Robert De Niro, Sigourney Weaver e Cillian Murphy atuam no longa.
Filme tem começo promissor, mas apresenta risível reviravolta final.

Da Reuters

Robert De Niro, Joely Richardson e Toby Jones em 'Poder paranormal (Foto: Divulgação/Millennium Entertainment)Robert De Niro, Joely Richardson e Toby Jones em  'Poder paranormal (Foto: Divulgação/Millennium
Entertainment)
O espanhol Rodrigo Cortés mais uma vez tenta, mas seus truques são limitados demais - e não é preciso um time de especialistas, como os do filme, para trazer à tona as suas estratégias. Sua filmografia - que inclui "Enterrado vivo" -, mostra que seus filmes são, ou melhor, tentam ser mais espertos do que têm direito.
"Poder paranormal" não foge à regra: começa até bem, mas, depois de uma reviravolta no meio, se entrega à cartilha Shyamalaniana de reviravoltas e "surpresinhas" - com o diferencial de que o espanhol ainda está muito longe de qualquer faísca de talento que o diretor de "O sexto sentido" teve em seus dias de respeito.
Nem o elenco impressionante - que inclui Sigourney Weaver e Robert De Niro - é capaz de salvar o longa. Ela é a cientista Margaret Matheson que, com o assistente Tom (Cillian Murphy, de "A origem"), expõem charlatões que se passam por paranormais. A carreira dela é longa, mas há uma pendência do passado: Simon Silver (De Niro), cujas habilidades são levitar, entortar talheres e adivinhar pensamentos, entre outras coisas, se aposentou.
Margaret e Tom passam boa parte do filme expondo armações, na companhia de uma aluna dela, Sally (Elizabeth Olsen), como as armadas pelo argentino Leonardo Palladino (Leonardo Sbaraglia), até que Simon resolve voltar aos palcos. Seu retorno é triunfal, com direito a entrevistas na televisão e ingressos esgotados para sua apresentação.

Para criar um clima sobrenatural/terror, algo estranho está sempre acontecendo - especialmente com Tom, um personagem que fica boa parte do tempo sem dizer a que veio e, quando finalmente diz, é frustrante. É esse personagem que no final é o centro da ação e, tal qual o filme, tem um começo promissor, para depois se entregar facilmente às convenções do suspense com sua risível reviravolta final.
O embate dos personagens de De Niro e Sigourney é armado por um longo tempo para nunca realmente acontecer. Já o diretor, por sua vez, parece querer falar do confronto entre ciência e crença (não necessariamente religiosa), mas também parece não ter argumentos para explorar os dois lados e construir qualquer espécie de debate.
"Poder paranormal" gosta de soluções mirabolantes, daquelas em que o diretor, como um mágico, tira uma carta da manga e se acha muito esperto porque a escondeu lá antes do show começar. Com seus truques e tiques, Cortés soa como um sub-Shyamalan - sem ainda fazer qualquer tipo de filme memorável.

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