terça-feira, 15 de janeiro de 2013

IDADE DAS TREVAS-Homossexuais dizem ter sido expulsas de bar após beijo no Rio

Estudante afirma que homem a sacudiu pelo ombro. Estabelecimento diz que ele não é funcionário nem cliente.

Do G1 Rio, com informações da Rádio CBN

Mariana Correia foi expulsa de restaurante após beijar a namorada (Foto: Priscilla Moraes / CBN)
Após pedirem uma cerveja e se beijarem no restaurante Victor, na Lapa, no Centro do Rio de Janeiro, as estudantes Mariana Correia, de 24 anos, e Caroline Pavão, de 21, afirmam que foram expulsas do estabelecimento. Um homem de cabelos brancos teria sacudido Mariana pelo ombro e exigido que as duas saíssem do local, pois, segundo ele, aquela era uma atitude proibida. O caso aconteceu na noite de sábado (12). A reportagem foi exibida na Rádio CBN, nesta terça-feira (15). “Depois disso eu peguei minhas coisas, fui até ele para questionar por que ele não gostava, o que não podia fazer ali, mas ele só ficava repetindo ‘não pode isso’, sem dar nenhum argumento consistente. Aí eu comecei a incitar e perguntar ‘É porque eu estava com uma menina? Se eu tivesse com um rapaz você teria me abordado, você teria me sacudido e pedido para eu sair?'”, contou Mariana.
A reportagem CBN esteve no restaurante Victor, na Rua do Riachuelo, número 32, na companhia de Mariana Correia. O homem que a expulsou no último sábado não foi encontrado. O gerente da casa, que não quis gravar entrevista, alegou que o homem não trabalha no estabelecimento nem seria cliente do local. Mariana e Caroline vão registrar o boletim de ocorrência e, então, serão recebidas pelos advogados do Centro de Referência LGBT nesta quarta-feira (16) para formalizar a denuncia na Secretaria de Estado do Governo. Restaurante é responsável O coordenador do Centro de Referência LGBT, Almir França, afirmou que o restaurante é responsável pela omissão. “Com que autonomia, com que autoridade ele pode fazer isso? Com certeza ele é funcionário.
Provavelmente não é funcionário registrado, eles usam dessa artimanha. Então o estabelecimento é que é denunciado, porque ocorreu dentro do estabelecimento. E se esse estabelecimento não for cuidadoso com o caso, ele também será notificado", afirmou. Segundo a estudante Mariana, essa não foi a primeira vez que sofreu preconceito por sua orientação sexual. Ela já foi agredida com o soco no olho por um homem em uma boate, quando estava acompanhada de uma mulher. A polic8ia foi chamada. O agressor foi condenado a pagar cestas básicas, o que para ela desmotiva a denúncia No entanto, a orientação do Centro Referência LGBT é de que a vítima registre sim o boletim de ocorrência, deixando claro que o crime foi motivado por homofobia.

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