Brasileiro conta como foi atuar em 3D produzido por James Cameron

Do Circo Escola Picadeiro, em São Paulo, diretamente para o espetáculo "O", do Cirque du Soleil em Las Vegas, já passaram 12 anos que o brasileiro Alessandro D'Agostini, de 44 anos, participa do grupo canadense de teatro circense. Em entrevista por telefone ao G1, o acrobata aéreo falou sobre sua participação no filme "Cirque du Soleil: Outros mundos 3D", que chegou aos cinemas brasileiros nesta sexta-feira (22), com direção e roteiro de Andrew Adamson ("Shrek" e "As Crônicas de Nárnia") e produção de James Cameron.

"Ele é muito simpático", disse sobre o cineasta de "Titanic" e "Avatar". "Ele é ótimo de conversa, não se importa se você quer perguntar alguma coisa. Depois da filmagem, ele sempre dava um preview, ali mesmo no teatro, sobre o processo do 3D.

Adora falar sobre novas tecnologias", conta D'Agostini. A história do filme traz um casal apaixonado que se separa e atravessa mundos tentando se reencontrar. Os sete mundos são os espetáculos do Cirque du Soleil que estão em cartaz em Las Vegas: "O", "KÀ", "Mystère", "Zumanity", "Love", "Believe" e "Viva Elvis". "Eu sou um dos personagens do 'O' que veste uma jaqueta vermelha, que são os cometas humanos. Simboliza os cometas que viajam pelo universo", diz o trapezista, que fez o teste para ingressar no Cirque du Soleil por causa da insistência dos amigos. "Fizeram uma audição em São Paulo e eu não estava confiante, mas decidi montar um número em cima da hora. Passei e em abril de 2001 fui para Montreal assinar o contrato."

D'Agostini disse que se sentiu emocionado por "fazer parte dessa produção gigantesca e respirar o ambiente de tecnologia e empreendimento" e comparou sua performance nos palcos e nas telonas. "Ao vivo, cada dia é uma sensação diferente. Já no filme, se não ficar bom, a gente tem a chance de repetir e pegar o melhor truque, mas o sentimento é o mesmo", afirma. Esta não é a primeira vez que o acrobata participa de uma produção cinematográfica. Ele conta que já fez alguns filmes independentes e, segundo sua página no portal IMDb, está gravando a comédia "Shazam and the lost path" ao lado de outros bailarinos. "Se aparecer uma oportunidade em seguir a carreira de ator, não hesitarei em aceitar. Mas tenho que me dedicar 24 horas por dia ao Cirque du Soleil e, assim, não dá para pensar em conciliar uma carreira paralela, só se for durante a minha folga."