sexta-feira, 26 de julho de 2013

No bairro mais frio de SP, moradores enfrentam sensação de -1ºC para trabalhar

No polo sul de São Paulo, não tem pinguim nem focas. Mas, com o frio que chegou no início da semana, moradores de Parelheiros se sentiram quase como se vivessem na Antártica. O bairro mais frio da cidade fica encostado na serra do Mar, no extremo sul, em um terreno rodeado por represas e muitas árvores. O resultado é alta umidade e vento cortante --uma "tortura" para quem precisa acordar nas primeiras horas da manhã. A sensação térmica chegava aos 4°C quando o eletricista Geraldo Alves, 41, se levantou para ir trabalhar, às 3h30 de ontem.

No dia anterior, foi pior: quem saía aquele horário sentia um frio de -1°C. Vestindo duas blusas, duas calças e um gorro, ele admite que a rotina não é das mais agradáveis. Mas, como morador do bairro há cerca de 20 anos, ele se diz acostumado às manhãs gélidas. "Faz parte. Tem que ir trabalhar, né?" Mas não são todos os moradores da região que conseguem suportar o frio "polar". Na mesma madrugada, o encarregado de manutenção Marcos de Paula, 50, deixava apenas uma parte do rosto descoberta enquanto esperava no terminal de ônibus. "Nasci aqui e, desde o fim da década de 1970, não sentia um frio como esse", disse o trabalhador, que vestia três blusas por baixo de uma jaqueta pesada. Ele, que também se levanta nas horas mais frias do dia, lamenta a falta de oportunidades de emprego na região. "Poderia ter mais empresas aqui. Assim, não precisava acordar tão cedo." A distância de cerca de 40 quilômetros do centro também incomoda a ajudante de cozinha Luciene Ferreira, 27 --três agasalhos, capuz, duas calças e duas meias. "Acabo tirando tudo quando chego ao trabalho", diz.

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