segunda-feira, 5 de maio de 2014

'Falso Brilhante' não terá beijo gay: 'Vamos voltar aos beijos héteros'

"Falso Brilhante", novela que ficará no lugar de "Em Família", vai contar com um núcleo que promete causar polêmica. José Mayer viverá Cláudio Bolgari, um cerimonialista casado e pai de dois filhos que irá manter um romance extraconjugal com Leonardo (Klebber Toledo), um aspirante ator em busca da fama. Influente na sociedade carioca, o personagem não "sairá do armário" por medo da reação dos amigos. Embora polêmico, o núcleo também terá seu lado conservador.

Em entrevista ao Purepeople, o autor Aguinaldo Silva conta que não planeja escrever uma cena de beijo gay entre Mayer e Toledo, a exemplo do que aconteceu com Félix (Mateus Solano) e Niko (Thiago Fragoso) em "Amor à Vida". "Não penso em fazer beijo gay na televisão. Já tivemos beijos gays e agora é a época de voltarmos aos beijos héteros (risos). É o que interessa realmente à maioria dos telespectadores", diz, com sinceridade, o novelista, homossexual assumido. Mesmo não pensando em cena de beijo gay, Aguinaldo defende a existência de personagens com essa orientação sexual em novelas. A presença de papeis homossexuais em folhetins tornou-se constante nos últimos anos e, segundo o autor, isso tem uma explicação simples. "Os gays representam em média 10% da população e, geralmente, possuem grande poder de compra porque não têm filhos e preocupações em deixar heranças. Como a novela também é feita para atrair anunciantes e, para eles, é interessante atender cada vez mais essa faixa de consumo, é sempre bom ter um personagem homossexual na história. Gays gastam pra caramba e todo mundo quer anunciar para eles". Polêmicas à parte, segundo Aguinaldo, o público pode esperar um "novelão" de "Falso Brilhante". "Acho que isso está fazendo falta na TV. Quero fazer uma novela com uma história que o telespectador vai acompanhar. A cada dia, ela vai crescendo. Isso é o que chamo de novelão. Era assim antigamente", avalia. Para ele, as novelas atuais perderam sua essência. "Hoje, temos a novela do sufoco. São aquelas que a cada dia acontece uma situação extrema e, no dia seguinte, tudo volta à estaca zero. Ou, então, temos a novela temática: aquela que dá mais valor ao tema do que à trama em si", opina. O perfil cada vez mais comum em novelas de não ter personagens bem definidos como vilões ou mocinhos também é criticado por Aguinaldo. "Esses arquétipos ficam muito claros na cabeça do telespectador desde o primeiro capítulo. Ele vai torcer por quem? Hoje em dia, as novelas perderam um pouco isso. A linguagem do folhetim não pode mudar porque, se mudar, não é mais folhetim. E, se não é mais folhetim, não é mais novela", pontua o autor, criticando ainda a cobrança excessiva do público por realidade em novelas. "Ficção é ficção. Quem quer ver realidade, assiste ao 'Globo Repórter' e não novela. Isso me incomoda, mas é um fato consumado. Não adianta eu querer brigar com isso", lamenta.

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